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QUANDO YOGA NÃO É PERIGOSO

 

Roberto Nogueira

 

Deve-se deixar bem claro que Yoga não é ginástica, apesar de incorporar em suas inúmeras técnicas a prática corporal.  Yoga não é esporte; a não ser que queiramos disputar uma partida com nosso Eu divino.  Yoga não é para endireitar barriguinhas, nem tornar o corpo sarado; porque Yoga é uma prática para o regozijo interno e não precisa de espelhos para ver a “performance” – os olhos devem estar fechados.

 

Poderíamos definir Yoga de várias maneiras, como:

  • Uma forma de se atingir estados de consciência superiores;

  • Um conjunto de práticas que visam à integração do Ser;

  • A união do Ser com Deus, liberando o ser humano das prisões do mundo;

  • A realização de uma perfeita e completa autonomia;

  • A liberação do homem do sofrimento e da dor;

  • A experiência da infinitude em nossa própria forma finita.

 

O Yoga é uma prática espiritual, que tem como ferramentas o corpo e a mente.  Através de sua prática, construímos estas ferramentas (corpo e mente) para que, a partir delas, alcancemos o pleno estado de lucidez, discernimento e sabedoria – a iluminação ou o reconhecimento de que já somos a Luz divina.  O Yoga é muito abrangente e comporta inúmeras abordagens.  Através do Yoga, adquirimos um corpo saudável e uma mente tranqüila.  Mas, isso não é tudo.  Precisamos da mente e do corpo em harmonia para mergulharmos no oceano do espírito, em busca do reconhecimento da Luz, dissipando a ignorância – a raiz de todos os apegos e aversões.  O maior propósito do Yoga é neutralizar os efeitos causados pelas impressões mentais de apegos e aversões.  Esses dois vilões geram os seis principais venenos (desejo, ódio, avareza, ilusão, orgulho e inveja).

 

Usamos o Yoga como terapia, preparador físico e restaurador da mente.  Porém, ele transcende este campo e é este conceito que devemos ter sempre na mente quando a praticamos.

 

Enfim, o Yoga não pode ser considerado uma panacéia universal, mas é uma sabedoria milenar que se torna muito útil ao homem do século XXI, ao novo homem que está surgindo, não em substituição ao homem atual, mas em constatação realista de uma evolução natural.  O Yoga ajudará o novo homem na medida em que ajuda o homem atual.

 

Sabemos que o mundo vem passando por transformações em todos os campos da vida.  Parece que o planeta se prepara para uma grande mudança.  Basta lermos os noticiários!  Vivemos, assim, uma crise coletiva – valores, conceitos, crenças, afetos, deveres e direitos estão mudando; invertidos, transfigurados ou travestidos ou ainda sei lá como mais.  A crise individual se alastra numa crise coletiva e a crise coletiva influencia a crise individual.  Somos vítimas e predadores simultaneamente.  O planeta vive a turbulência, a natureza reage e nós nos comprimimos, nos achatamos, enfraquecemos e adoecemos.

 

No mundo de hoje, sermos dotados de uma percepção mais clara e elevada, para suportarmos as pressões impostas pela alta tecnologia da vida moderna das grandes metrópoles, tornou-se quase que uma obrigação.  Para tal, o estado de integração (corpo, respiração e mente) e de se sentir inteiro em si mesmo é o caminho.  E uma das grandes jóias que dispomos para integrar este tríplice aspecto do Ser é a filosofia prática do Yoga.

 

Na forma de doenças físicas e psíquicas, sinalizando o que deve ser transformado, tais crises nos levam ao questionamento: “Quem sou eu?  Por que vivo?  Por que sofro?  Para onde vou?  Qual a verdadeira felicidade?”  E é desta crise que está surgindo o novo homem.  Para sanarmos esta crise e nos transformarmos, podemos usar o Yoga como método organizado e prático, pois podemos classificá-lo como uma terapia completa – uma terapia divina.

 

O maior e mais profundo objetivo da Alma humana é realizar Deus dentro de si, ou seja, alcançar a plenitude de sua consciência.  Procuramos as mais diversas terapias quando nos sentimos desajustados, desorganizados ou desequilibrados em relação às nossas atitudes e ao meio em que vivemos; enfim, quando nos sentimos incapazes e insatisfeitos.  Isto ocorre porque estamos distantes de nossa essência divina, encobertos por um grosso manto de quinquilharias mentais e emocionais gerados pela nossa falta de discernimento.  Em última análise, absorto em nossa ignorância, enxergando apenas a pequenez da vida – o lado ilusório ou impermanente, ao qual nos identificamos.

 

Partindo desta premissa, podemos dizer com segurança que o Yoga, através de uma revolucionária e definitiva transformação interior, é a maior e mais profunda das terapias.  O Yoga é um sistema completo: trata do corpo, ajusta as emoções, remove os condicionamentos mentais, refina o intelecto e nos mostra o poderoso potencial divino que existe em nós.

 

Patañjali, grande filósofo, matemático e gramático da Índia antiga, distingue nos Yoga-sutras oito aspectos a serem trabalhados e que estão inteiramente correlacionados.  Esses aspectos dão ao Yoga atual o lugar da mais completa prática terapêutica existente.  Vejamos:

1º.  O Yoga é dotado de uma base ética e filosófica (yamas e niyamas) que nos dá material de sobra para nos trabalharmos ao nível comportamental, como, entre outras, a verdade (satya) nas palavras e ações, a não-violência (ahimsa) para consigo e com os outros, a disciplina (tapah) no esforço contínuo de crescimento e o contentamento (santosha) que nos dá a aceitação do momento presente e nos deixa livres para aprender.  Devemos incorporar esta base ética, tanto durante a prática como em nossos afazeres diários.

2º.  O Yoga dispõe de um grande número de posturas físicas (asanas), que se originaram no tantra e que fazem parte de vários compêndios sobre esta matéria (entre eles o Hatha Yoga Pradipika, Gheranda Samhita e Goraksha Shataka), para que possamos trabalhar a tonicidade, a flexibilidade e a força muscular, além da correta acomodação e funcionamento dos órgãos internos, o equilíbrio, a coordenação motora e a consciência de nosso corpo.  Isto, sem falar no equilíbrio energético que produz nos corpos sutis.  Para garantirmos esses efeitos, devemos caminhar passo a passo, numa conquista lenta e minuciosa.  Devemos respeitar nosso corpo na execução de cada postura, trabalhando a não-violência.  Devemos entender que a postura correta varia para cada pessoa, pois temos as nossas diferenças.  O correto é que façamos o esforço na medida e direção certa, o que requer um mestre que tenha sensibilidade para perceber as pequenas diferenças que existem entre o seu corpo e o do aluno.

3º.  O Yoga conta também com inúmeras práticas respiratórias (pranayamas) oriundas do tantrismo e descritas nos mesmos compêndios que, além de beneficiar o aparelho cárdio-respiratório e o sistema nervoso, favorece a eliminação do estresse gerado pelo sobressalto da vida moderna.  Sabemos hoje que o respirar bem é um grande aliado nos trabalhos de controle da ansiedade, do medo, da ira e do apego.  Mas, para alcançar tais efeitos, precisamos avançar com cautela, sem exageros, adaptando seu sistema nervoso a um novo incremento de oxigênio e energia, para que não haja danos.  Isto, só se alcança, quando somos guiados por um professor que tenha bom senso, paciência e saiba, bem como respeite os limites do ser humano.

4º.  O Yoga utiliza ainda várias técnicas de relaxamento que ajudam o praticante a se desidentificar dos estímulos externos (pratyahara), dirigindo o foco de sua atenção para as suas questões mais profundas.  Desta forma, ele descobre seus potenciais escondidos nas defesas traumáticas criadas por um ego ainda identificado com a forma.  Esta viagem deve ser acompanhada por alguém que conheça profundamente os meandros e as artimanhas da mente humana.

5º.  Por fim, o Yoga possui um grande número de técnicas de superação da dependência dos sentidos e da mente (samyama) que nos leva a um mergulho interior, transcendendo os limites da mente e acessando o campo da potencialidade pura, do pensamento puro, a correlação pura, enfim, o campo quântico das infinitas possibilidades.  Samyama é o conjunto das práticas de concentração (dharana), meditação (dhyana) e encontro divino (samadhi) que nos faz ultrapassar o trivial campo do inconsciente, ou seja, o pré-consciente e o subconsciente, onde ficam registrados a nossa memória, nossos condicionamentos e automatismos, nosso raciocínio lógico e nossa identificação com o ego, para tocarmos o mais puro campo de luz, amor e paz do Ser verdadeiro - o Atman.  Desta forma, temos condições de sanar nossos traumas, frustrações, inseguranças e limitações ao reconhecermos que não somos aquelas quinquilharias guardadas no inconsciente, as quais costumamos nos identificar.

 

Por estas razões, apesar de não ter sido organizado para ser uma terapia, o Yoga acaba se colocando como tal, devido à revolucionária e definitiva transformação que promove naquele que a pratica.  Que possamos alcançar em algum momento de nossas infinitas existências a luz eterna, o amor incondicional e a paz imperturbável!

 

Mas, lembrem-se: Yoga é um caminho espiritual.

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O PODER DA CHAMA VIOLETA

 

Roberto Nogueira

 

A Chama Violeta é uma das maiores dádivas que o Universo nos concedeu. Também denominada Chama do Perdão, da Misericórdia e da Liberdade, é o aspecto transformador do Espírito Santo.  Também comparada à energia consumidora da Força Divina de Shiva.  Para que possamos dinamizá-la é imprescindível que despertemos a vontade de “matar” os nossos pontos ruins e desarmônicos – nossos vícios, tendências e atitudes que nos afastam da Luz.  Para isso invocamos a Chama Violeta – a dança de Shiva opera em cada célula, molécula, átomo e partícula.  De nada adianta visualizar a Chama Violeta se não fazemos sair de nossas entranhas a vontade de ceifar as velhas crenças, de dar um basta naquilo que nos impede de ser íntegro, pleno e bem-aventurado.  Temos que dar espaço ao novo, fresco e vital em nossas vidas!  Se quisermos transformar para melhor a nossa trajetória – que na linguagem esotérica se chama transmutar – temos que abrir nosso entendimento para novos paradigmas.  É como arrumar um armário para dar-lhe espaço para novos objetos: necessário se faz jogarmos fora o que não nos serve mais.  Assim é a energia de Shiva – o destruidor da ignorância.  Assim atua a Chama Violeta.  Quando invocada, aliada à vontade interna de mudar, sua ação é completa: transmuta nossas tendências negativas, cura o nosso corpo e nossa Alma, elevando nossa consciência.

 

Esta energia de freqüência elevada penetra o nosso sistema nervoso, nosso coração, nosso cérebro, aumentando assim a nossa energia, e assegurando-nos uma vida melhor. Quando a Chama Violeta entra em contato com nossos pensamentos e sentimentos negativos - estresse, raiva, mágoas, tristezas, depressão - dissolve-os e gera harmonia e positividade. Este fogo espiritual consome não apenas a manifestação externa de nossas limitações, carências e apegos, como também as suas raízes e causas, além de penetrar na memória de vidas passadas, purificando seus registros.  Mas, é imperioso querer, querer e querer.

 

A Chama Violeta é prática e fácil de usar. A forma mais poderosa de usá-la é através da visualização enquanto você recita em voz alta os decretos e afirmações. Partimos do princípio de que "o pensamento cria e a palavra manifesta".

 

A Chama Violeta é, portanto, um processo de transmutação e purificação, através de um intenso trabalho mental, que nos ajuda a transpor obstáculos gerados por nossos condicionamentos e atitudes viciosas e repetitivas. O uso constante do processo de mentalização da Chama Violeta cria uma esfera de prosperidade, sucesso, otimismo, alegria, espontaneidade, clareza mental e saúde em nosso campo bio-psico-espiritual. Quando fazemos essa reforma interna, ajudamos o mundo a se reformar.

 

A CHAMA ROSA E A LEI DO AMOR

 

Roberto Nogueira

 

O Amor é o sentimento mais nobre e profundo da Alma humana; aquele que nos leva ao estado de iluminação e transcendência.  Comece a praticá-lo amando a Deus acima de tudo.  Para quem ama a Deus, todas as pessoas e coisas são a sua extensão e, desta forma, aparecem e atuam em nossa vida para que possamos crescer.  Pois, tudo são formas e expressões de Deus.  Ele é o Todo e o amor dirigido a Ele retorna a nós através de todas as pessoas e coisas.  Como disse Jesus: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e Sua justiça e todas estas outras coisas vos serão dadas em acréscimo".

 

O Amor é a consciência de que "eu e o outro somos um"; é o sentimento daquele que, vendo o sofrimento de seu semelhante, sente em seu próprio coração a dor, desejando ardentemente tirar-lhe o sofrimento.  Desta forma, se somos um, pela força do Amor compreendemos que a responsabilidade do outro também é minha - tenho participação em todos os atos de todos os seres - e tomamos a responsabilidade sobre nós.  o amor é a vontade e o esforço de abençoar o próximo.

 

Somente o Amor permite avançar em direção à harmonia, à paz e a todas as coisas boas.  No Amor Puro não existe nem o conflito nem a tristeza, porque o amor é a força crística mais poderosa.  Ninguém pode prejudicar quem está enviando pensamento de Amor aos seus semelhantes.  Portanto, envie pensamentos de Amor e agradeça à Deus por todos os fatos e coisas.  Quando enviamos sentimentos de gratidão, dizendo a tudo e a todos "obrigado", estamos transmitindo sentimentos de Amor.  Envie sentimentos de gratidão a todos os seres de todos os mundos e a todos os fatos de sua vida para que ela se transforme em Luz.  O sentimento de Amor e o estado de gratidão produzem uma força extraordinária, tal qual uma varinha mágica.

 

Foi através do Amor que nascemos como Almas individualizadas, como inocentes fagulhas espirituais projetadas do Coração de Deus Pai-Mãe do Universo.  O Amor provê através da Luz Divina nosso corpo de luz.  O Amor atrai do Reino da Natureza a substância de nosso corpo sentimental, para que possamos manter contato com a beleza, a harmonia e outros sentimentos do nosso glorioso Ser Divino.  O Amor nos faculta a capacidade de agrupar pensamentos, de raciocinar e discernir para que possamos captar a Idéia Divina do Universo, organizando nosso mundo individual, conforme nosso livre-arbítrio.  O Amor nos faz registrar e acumular as experiências que tivemos, porque é força de coesão e, deste modo, construímos nossa maestria.  O Amor é a força de atração dos átomos desta Terra para que formemos nosso corpo físico.  Em cada um de nós existe a força do Amor que nos faz sentir a força magnética de atração, a força que nos conduziu até o “aqui-agora”.

 

É o Amor Divino que criou e mantém este Universo.  É a força coesiva do Amor que atraiu, criou e organiza, de forma magistral, a Natureza de nosso planeta para nos servir.  É o Amor que sustenta os planetas em suas órbitas, que mantém o Sol em nosso Sistema Solar.  É o Amor que faz circular em perfeita forma rítmica a nossa Via Látea, em constante movimento para frente, em maravilhosa manifestação que nossos corações e nossas consciências não podem sequer avaliar.

 

Portanto, se todo este Amor foi atraído e investido em nós, já imaginou que somos uma parte integrante da Criação e de grande importância neste Universo infinito?

 

A Chama Rosa é a energia e a força de atração do Amor Incondicional. O amor é a força de coesão do Universo.  Por causa do amor, nós nos aproximamos uns dos outros e construímos amizades, grupos, famílias, sociedades e reconhecemos a força divina que existe em nós. O amor é magnético, atrativo e capaz de produzir a cura mais profunda de nosso Ser.  O amor é a base da verdade, da pureza e espontaneidade.  Através de um intenso trabalho mental sobre os chakras, usamos a chama rosa para atrair todas as coisas boas para o nosso campo energético. O uso constante do processo de mentalização da Chama Rosa cria uma esfera de abundância, bem-estar, prosperidade, sucesso, otimismo e alegria em nosso campo bio-psico-espiritual. Atraímos saúde em todos os níveis - físico, emocional, mental e espiritual.  Nossa Alma passa a emanar a mais pura Luz Divina.

 

A meditação da Chama Rosa nos conscientiza do valor da gratidão.  Quando agradecemos o que recebemos do plano divino, ou seja, nosso corpo, nossos pais, companheiros, amigos, saúde, trabalho e amores abrimos um imenso campo de atração daquilo que desejamos e achamos ser o melhor para nossas vidas.  A gratidão é uma importantíssima chave para descobrirmos a felicidade e a plenitude que já somos, mas não reconhecemos.  Somente através da gratidão, conseguimos pacificar nosso ego - sempre revolto e indignado pela leitura errônea e limitada que faz da vida e seus acontecimentos - e torná-lo equânime, sem atitudes tempestivas e violentas.  Com o ego pacificado, vislumbramos um largo horizonte para praticarmos o amor, que se refina passo a passo, para alcançarmos o amor universal.  Portanto, pratiquemos a gratidão, façamos de nossa vida, das coisas que nos acontecem e de todas as nossas ações um ato de entrega ao Universo.

 

 

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OS BENEFÍCIOS DA MEDITAÇÃO

 

Roberto Nogueira

 

A meditação é um processo de silenciar a mente e mergulhar em si mesmo.  Quando meditamos, tomamos contato com nossa Luz Essencial, como também com nossos padrões repetitivos de defesa, reflexo de nossas inseguranças, ansiedades e carências.  Este contato é feito por meio de técnicas que nos fazem mergulhar no inconsciente e encontrar os registros de todas as nossas experiências que, por sua vez, podem gerar em nós padrões de expansão ou retração.  Se tais experiências estiverem em conformidade com a nossa intencionalidade essencial, um estado de expansão crescerá em nós; caso contrário, nos causará traumas seguido de uma retração.

 

Durante a meditação, nossas experiências traumáticas não são tão importantes.  A meditação não tem um compromisso de reconhecer o trauma, mas de expandir a Luz Essencial.  Reconhecer o trauma ajuda apenas a entender os padrões de defesa, mas não os libera.  Só liberamos os padrões de defesa quando tocamos a intencionalidade da Luz Essencial.  É desta forma que ganhamos força e nos desidentificamos dos velhos padrões.

 

A prática da meditação é, portanto, uma proposta de renovação e reconhecimento de nosso propósito essencial.

 

A meditação traz como resultado inicial o aparecimento de um centro de consciência desidentificado dos veículos pessoais, que não é somente um “fundo de consciência” vago e amorfo, mas revela-se a verdadeira dimensão humana, a realidade mais íntima do homem, dotada de consciência e vontade, ou seja, manifesta-se o nosso verdadeiro Eu, o centro de autoconsciência.  Sendo assim, desenvolve-se a consciência de si, a capacidade de síntese e a vontade.

 

Outro resultado alcançado, quando a prática da meditação é regular, é o gradual desenvolvimento de uma sensibilidade mais profunda e a expansão da consciência.  Em conseqüência, outros resultados precisos, como a capacidade de expressar qualidades humanas superiores, como a compaixão, a criatividade e a intuição se manifestarão.

 

Ao praticarmos a meditação, não somente modificamos nosso estado de consciência e despertamos para o mundo do Ser, mas evocamos também poderosas energias que tendem a produzir efeitos bem determinados sobre os veículos da personalidade.  Estes veículos são compostos por energias em níveis vibratórios diferentes – energias que, no decorrer da prática de meditação, são vitalizadas pela influência do Jivātman (Alma individual) e por sua força primordial, a qual tocamos.  Isso significa que com o avanço da prática acontecem mudanças nos níveis físico, emocional, mental e espiritual devido à aceleração da freqüência energética dos veículos da personalidade e ao despertar dos chakras.

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LIBERDADE, ESCOLHA E RESPONSABILIDADE DO ADOECER

 

Roberto Nogueira

 

É um grande privilégio nascer como Ser Humano.  E por que?  Por justamente poder afirmar isto.  Um macaco não pode dizer “eu sou um macaco”.  Uma vaca não reconhece que é uma vaca.  O homem é o único ser auto-consciente.  E como resultado de sua auto-consciência, o homem é capaz de fazer escolhas.  Eu posso escolher comer batatas ou verduras.  Mas uma vaca não tem escolha, vai sempre comer capim quando estiver com fome.  Sua natureza não lhe dá liberdade na escolha.

 

É a liberdade na escolha que, primariamente, assombra o homem, por perceber que a escolha na ação é única e solitária.  Aqui surge o medo da vida, a angústia da caminhada solitária em busca da realização de ser feliz.  Mas o que é ser feliz?  É ser livre: livre da limitação, livre da solidão, livre do desejo, livre dos gostos e aversões, enfim, é ser livre na ação.

 

Mas a sabedoria oriental diz que nossa capacidade e nosso direito de escolha são somente quanto à ação, jamais quanto aos seus resultados. Isto quer dizer que temos liberdade para escolher que tipo de ação desejamos executar.  Possuímos liberdade para experimentar tudo aquilo que desejamos.  Mas, uma vez que a ação foi feita, não temos nenhum controle sobre o seu resultado e este pode nos dar prazer ou dor.

 

Feita a ação, o resultado ocorrerá.  Segundo a tradição oriental, esta é a Lei Natural do Karma (palavra sânscrita que significa “ação”).  Ao seu resultado chamamos de fruto da ação.  Não há escolha quanto a ele.  Ele não mudará para satisfazer o executor da ação, ao menos que uma nova ação seja feita.  A Lei Natural do Karma evidencia a todo ser humano a responsabilidade pelos atos praticados.  Ao mesmo tempo, o karma nos afirma a liberdade humana.  Uma fina rede feita de pensamentos, palavras e ações nos envolve e gera uma força energética que nos conduz a um inevitável resultado.

 

Nosso comportamento depende deste resultado e está sob a força dos gostos e aversões. Nossa felicidade depende da satisfação deles.  Se a ação produzida teve como resultado o que foi desejado, então nos tornamos felizes; caso contrário, nos tornamos infelizes.  A partir dos gostos e aversões estabelecemos as normas para julgamento e criamos nossos sistemas de crenças.  Se as ações não produzem resultados esperados, julgamo-nos: “os outros são bem sucedidos, eu sou um fracasso”.

 

Quando o resultado nos causa desconforto, porque não satisfez o conjunto de gostos e aversões, duas variantes aparecem.  E mais uma vez optamos por uma ou outra.  Ou acolhemos e aceitamos o resultado da ação, agindo pelo "não-agir" e, desta forma, abrimos o campo das infinitas possibilidades de auto-regulação psico-biológica; ou nos rebelamos e não vivenciamos adequadamente o resultado da ação sem assimilá-lo, agindo pelo "re-agir" e,  agora, gerando estresse que, por sua vez, vai bloquear nossa capacidade natural de auto-regulação psico-biológica.

 

Aqui, então, surge a doença como sinal de que etapas do crescimento interior não foram suficientemente vivenciadas e assimiladas, deixando para trás um rastro que lentamente se condensa e se manifesta.

 

Portanto, o que é o agente causador do adoecer?  Por que alguns têm tantos problemas de saúde, enquanto outros gozam de excelente vitalidade?  Por que tantas dificuldades para uns e outros não?  Será tudo isso mero acaso?  Não, categoricamente não.  É o próprio Ser que, como árbitro de si mesmo e atribuído de um sistema de crenças, indica seu grau de liberdade, responsabilidade e maturidade.

 

Conforme seu grau de liberdade na ação, a sua responsabilidade sobre a ação, bem como a maturidade de seus atos, os frutos das ações que causam desconforto podem gerar traumas, frustrações e toda ordem de emoções que produzem efeitos adversos diretos na pessoa, tanto fisiológicos como psicológicos.  Quando esses choques emocionais se repetem e não são expressos, vivenciados e assimilados, geram-se tensões musculares e, o que é muito pior, tensões viscerais que se acumulam, camada após camada, até formarem um padrão neurótico que se traduz por um encouraçamento somático ou comportamental.

 

Com a persistência e o agravamento dos encouraçamentos somáticos (musculares e/ou viscerais) podem surgir as mais diversas patologias cardíacas, respiratórias, articulares, posturais e mais uma interminável lista de enfermidades, de acordo com o tipo de choque emocional que a pessoa sofreu e recalcou.

 

A responsabilidade sobre o adoecer é unicamente da pessoa que adoece.  Isto, graças a sua forte identificação com seu sistema de crenças, seus julgamentos e, acima de tudo, aos seus gostos e aversões.  E quero deixar claro que não faço aqui a apologia da apatia, pois quando o coração de uma pessoa tem gostos e aversões, ela é humana, é eloqüente, enfim, é normal.  Ter gostos e aversões é maravilhoso.  Do contrário, seríamos como uma pedra.  Gostos e aversões nos impulsionam na vida, nos criam objetivos e nos fazem crescer.  O problema está no grau de identificação com os gostos e aversões.  E antes disso, como base de toda a angústia humana, está o medo da vida - medo da sobrevivência, medo de crescer, medo de perder, medo de ter, medo de ser feliz, medo de ser, medo do medo.  Apegar-se a seus gostos e aversões significa parar no tempo, cristalizar-se.  O apego permite estancar o fluxo do ter, do perder, do voltar a ter, do crescer, do aprender, enfim, do viver.

 

A neutralização do apego aos gostos e aversões nos dá a atitude correta, nos faz aceitar o resultado das ações como uma benção, de braços abertos e o coração alegre, livre de ansiedade, livre das preocupações.  O segredo está em agir e aceitar o resultado como ele vem.  Isto é viver a vida.  É ser consciente e responsável por cada momento presente, pelo aqui-agora.  Pois, estar vivo é uma coisa e viver a vida é outra bem diferente.  As “UTI”s estão cheias de viventes, mas que não vivem a própria vida.  Uma pessoa em coma está viva, mas será que isso é viver?  Para viver a vida é preciso se relacionar com o mundo.  A intensidade de relação que temos com o mundo está em proporção direta ao exercício da capacidade de escolha.  E isto é o grande desafio da vida.

 

A vida é cheia de escolhas e sem elas a vida não é nada.  Compreender a beleza e o privilégio de viver uma vida consciente e responsável é a grande alquimia do Ser.

 

 

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ORAI, VIGIAI E AJUDAI O PRÓXIMO!

 

Roberto Nogueira

 

O aparecimento do Cristo Cósmico, um novo ser como foi Krishna, Buddha e Jesus, está cada vez mais próximo.  Por isso a Hierarquia Espiritual do Planeta, os seres que governam, administram e orientam a Terra no plano oculto, vem nos pedindo para que oremos, vigiemos nossos pensamentos, palavras e ações, e ajudemos o próximo, a fim de expandirmos nossa consciência, para que, no devido tempo, reconheçamos o novo Cristo.

 

Este é um momento de muita turbulência no planeta.  E por que tanta turbulência?  Porque a velocidade das comunicações está mais alta, porque o mundo está mais populoso e, principalmente, porque, devido a um evento cósmico, a luz no planeta está mais forte e, portanto, o que estava na sombra, distorcido e impuro está sendo clareado e conscientizado pelas pessoas.  Nada mais fica oculto e por detrás dos panos.  Tudo está sendo denunciado, porque o “jogo de esconde-esconde” pouco a pouco está acabando.  Cada vez há menos espaço para o jogo das mentiras e hipocrisias.  Estamos sendo fervidos pelas águas quentes da verdade e tudo que existe em nós que é falso, distorcido e impuro nos é colocado frente a frente, como no espelho, para que seja expurgado.  Todos os falsos e efêmeros valores cairão a nossa frente.  E isto nos causa muita dor e turbulência.  É a nossa tão necessária “noite das tribulações”, de onde nós renascemos na luz do Espírito Santo, no fogo de Shiva Nataraja ou ainda na Divina Presença Eu Sou.

 

E por que devemos orar?  Porque a oração nos conecta com o Poder Divino, nosso Cristo Interno, nosso Espírito Santo, nossa Divina Presença, nosso Shiva Nataraja ou qualquer outro nome que queira atribuir a Deus.  Através da oração, abrimos o canal da Luz Divina e nos fortalecemos.  A forma mais sutil e nobre de oração é a meditação, onde entramos em nosso mundo de silêncio e paz, para sentirmos o toque da Luz Divina que somos.  Temos que estar com a Alma forte, firme e segura, quando chegar nosso dia, único e particular, do “Juízo Final” ou a “Noite das Tribulações”.

 

E por que vigiar?  Porque quando vigiamos nos tornamos conscientes das nossas próprias sombras, podemos nos esquivar de nossos próprios ataques de ignorância e a transformá-los em sabedoria e luz.  Quando vigiamos, aproveitamos cada oportunidade que nos é dada na vida para lapidar nosso diamante.  Podemos, ou não, aprofundarmos o nosso discernimento.  Portanto, devemos estar sempre conscientes de nossas atitudes, palavras e pensamentos.  Não há mais tempo para diversões e atitudes de “faz-de-conta”.  Ou seguimos com a evolução natural do planeta, ou vamos ter que nos enquadrar em mundos de evolução inferior.  Podemos escolher!  O Universo nos dá esta opção: vamos agora ou deixamos para mais tarde?

 

Finalmente, por que ajudar o próximo?  Porque não há outro meio para sedimentarmos e amadurecermos o que aprendemos.  A ação nos tira da estagnação e nos impulsiona para a Luz.  Para que tanto contato com o divino, para que tanta auto-análise, tanto estudo, se nos recolhemos, não a aplicamos e, muito menos, não a compartilhamos com o próximo?  Como podemos despertar, trabalhar, lapidar e expandir o amor ao próximo, a bondade e a compaixão se nos fechamos em verdadeiras prisões que mais nos parecem mausoléus?  Por isso, mãos a obra para que não fiquemos rançosos e cheirando a água podre – estagnados.  O recolhimento nos leva ao orgulho e soberba, enquanto o contato com o outro, com as suas dificuldades, dores e sofrimentos nos traz a humildade e sabedoria.

 

Se orarmos, vigiarmos nossos pensamentos, palavras e ações, e praticarmos o serviço de ajuda ao próximo teremos condições de reconhecer o Cristo, porque teremos encontrado o nosso Santo-Ser-Crístico.

 

 

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A TRILOGIA DO DESTINO  –  KARMA, DHARMA E LIVRE ARBÍTRIO

 

Roberto Nogueira

 

Por que alguns nascem com tantas dificuldades e outros não?   Por que alguns nascem com tantos problemas de saúde e outros gozam de excelente vitalidade?   Será  tudo isso obra do acaso ?   Não.   Isso se chama destino de uma alma.   Uma combinação de três Leis Naturais: Karma, Dharma e Livre Arbítrio.

 

Bhagavad Gīta diz que “sua capacidade e seu direito de escolha são somente quanto à ação, jamais quanto aos seus resultados” (cap. II – 47).  Isso quer dizer que tenho liberdade para escolher que tipo de ação desejo executar.  Possuo livre arbítrio, o que me faz um Ser livre para experimentar tudo aquilo que desejo.  Mas, uma vez que a ação seja feita, não tenho nenhum controle sobre seu resultado e este me pode dar prazer ou dor.  Entre experiências de prazer e dor, vou amadurecendo meu Ser, retirando as sombras da ignorância e aprimorando a capacidade de escolha.  E quanto mais eu aprimoro o livre arbítrio, mais adequada se torna a ação, mais ampla é a minha liberdade e maior a sintonia com a Vontade Divina.

 

Feita a ação, o resultado ocorrerá.  Esta é a Lei Natural do KarmaKarma é uma palavra sânscrita que significa “ação”.  Ao seu resultado chamamos de “fruto da ação”.  Não há escolha quanto a ele.  Ele não mudará para satisfazer o executor da ação.  Se eu planto uma bananeira, seu fruto será banana; jamais será maçã ou qualquer outra fruta.  Da mesma forma esta Lei se manifesta em outros níveis.  Por exemplo: se planto amor, seu fruto será ser amado; mas, se planto a maledicência, seu fruto será ser injuriado, cedo ou tarde, não há escolha.  A Lei Natural do Karma é a lei da responsabilidade pelos atos praticados.

 

O karma está conceituado em três formas: sanchita, prarābdha e agāmiSanchita é o karma que se acumulou por todas as vidas anteriores. Prarābdha é a porção do karma acumulado que o indivíduo deverá vivenciar aos poucos numa única existência.  Agāmi é o karma feito nessa vida e que produzirá frutos bons ou ruins no futuro, conforme a qualidade da ação.

 

Das três formas de karma, o prarābdha é o que está condicionado à Lei Natural do Dharma.  A hereditariedade, as habilidades e limitações naturais; o tipo de nação que vivemos com sua sociedade, sua cultura e seu meio ambiente; as pessoas de vidas passadas que vamos reencontrando e que nos trazem prazer ou dor são alguns dos fatores determinados pelo dharma e que formam o prarābdha.  Quando o prarābdha se extingue, o corpo morre e passamos para um novo plano de existência, onde fazemos uma revisão do karma "queimado" e do karma adquirido (agāmi).  Sendo assim, nos preparamos para um novo nascimento com um novo prarābdha karma.

 

Devemos estar sempre atentos a todas as situações que se repetem em ciclos.  São nessas ocasiões que identificamos o prarābdha e que temos a possibilidade de aprendizado, de consumi-lo através da aceitação das ações passadas, das quais se recebe agora o fruto.  Na maior parte das vezes, nós readquirimos karma, já que, por ignorância, reagimos mal ao prarābdha.  Por isso devemos estar sempre atentos a todas as situações que se repetem em ciclos, ocupando-se somente com as ações presentes.  Devemos reconhecer que as nossas ações do passado são responsáveis pela nossa maior compreensão de hoje.  Se dissermos “eu não deveria ter feito isso”, é porque, no passado não pensávamos assim, tanto que agimos de tal modo.  Só há crescimento quando não reagimos às ações feitas no passado nem aos seus frutos.  Só há crescimento quando há aceitação e gratidão ao Criador, à oportunidade de resgatar o karma.

 

Conforme vamos atravessando o ciclo de nascimentos e mortes, vamos ganhando experiência e os frutos das ações passadas vão amadurecendo.  Com isso, possibilitamos que o sanchita karma se manifeste como prarābdha.  Essa manifestação ocorre de forma ordenada. Essa ordenação é feita pela Lei Natural do Dharma.  Portanto, dharma é a lei organizadora e equilibrante do nosso processo individual de crescimento espiritual.  Dharma significa “dever, justiça, lei, retidão”.  É algo vivo, presente em cada respiração, que pulsa dentro de nós, levando-nos ao reconhecimento de nossa realidade divina.  É aquele mestre que sabe exatamente como conduzir nossa consciência a um estado de plenitude, permitindo-nos pelo livre arbítrio, experimentar, observar e estudar a vida, para depois discernir, através de ações (karma), o que está de acordo com o Plano Divino e o que está em desacordo.

 

Quando um Ser vive em harmonia com sua própria natureza e, consequentemente, com o Plano Divino, diz-se que está cumprindo o seu dharma; é um Ser em virtude.  De acordo com a Bhagavad Gīta: “Melhor é cumprir o seu próprio dharma, embora de modo imperfeito e de boa fé, do que cumprir bem o dharma alheio; quem cumpre devotadamente o seu dever é livre de pecado” (cap. III – 35).

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MEDICINA SINTOMÁTICA VERSUS MEDICINA ESPIRITUAL

 

Roberto Nogueira

 

“Se um homem não é feliz, a culpa é dele”.  Existem muitas pessoas infelizes que não concordam com esta antiga máxima do filósofo grego Epicteto.  Pois, alimentam dúvidas sobre a razão final dos seus sofrimentos.

 

Isso quer dizer que, consciente ou inconscientemente, violaram-se as leis da natureza, colocando-se, por falta de maturidade, em conflito com a Ordem Cósmica.  No ocidente, hoje em dia, raramente se obedece a “lei natural”.  O homem nasce num estado de graça que o destina em ser feliz na Terra.  Toda a infelicidade, enfermidade, doença e crime resultam da sua cegueira ou ignorância sobre a natureza do mundo em que vive, ou de seu orgulho obstinado ao colocar-se contra ele.

 

Portanto, a doença é um aviso divino, uma mensagem da natureza, procurando guiar-nos para o caminho certo.  Se a tratamos por meio da medicina sintomática, estamos, simplesmente, provocando um desastre inevitável.  A medicação química, as pílulas, e mesmo as intervenções cirúrgicas desmedidas, somente servem para nos desviar do verdadeiro caminho que nos leva de volta à saúde.  Só há uma doença básica: o desprezo às leis da natureza, uma rejeição da verdade por ignorância.

 

Se morrermos prematuramente – entenda que este “prematuro” é uma tendência gerada pela própria pessoa –, em virtude de um acidente ou doença, isto quer dizer que violamos a Ordem Cósmica durante muitos anos.  A doença não nos é enviada como punição, mas como advertência, um sinal de alarme, para que possamos despertar da embriaguez causada pelo mundo das dualidades.  Mas, inúmeras pessoas ignoram este sinal e, em nome da medicina sintomática entregam-se a tais práticas que tentam dar fim à dor, acabando com o delicado sinal de alarme, utilizando drogas ou uma drástica cirurgia prematura e impensada.

 

Atualmente, a medicina ocidental encontra-se destituída de moralidade e espiritualidade, desejosa de desenvolver, por qualquer preço, métodos e medicamentos que somente destroem os sintomas da doença, além de provocarem enfermidades mais sérias nas futuras gerações.

 

A medicina oriental, baseada em princípios naturais e espirituais, que datam mais de cinco mil anos, não ataca os sintomas da doença, mas dirige-se à sua origem.  Desde milhares de anos, a medicina oriental vem evoluindo, da medicina sintomática à profilática, partindo agora para a medicina holística ou de autocura.

 

Os discípulos da moderna medicina sintomática, que é a medicina na sua forma mais elementar, ao investigarem a medicina oriental, quer seja chinesa ou indiana, partindo do seu próprio ponto de vista limitado, sentem-se perdidos num labirinto de princípios e curas aparentemente exótica.

 

Mas, a popularização entre nós dos métodos de iniciação e aperfeiçoamento físico, mental e espiritual gerados na tradição do Oriente, tem sido nos tempos atuais uma constante.  Forçado a admitir os “incompreensíveis” sucessos dessas práticas terapêuticas, o Ocidente, mais amadurecido, decide-se por reavaliar as suas técnicas.  Mas, cabe aqui um alerta: a vulgarização de tais terapias orientais, devido ao impertinente imediatismo consumista da cultura ocidental.

 

Isto se agrava, quando tais técnicas orientais são mal adaptadas ao mundo ocidental, na tentativa de se criar novas terapias, visando única e exclusivamente o benefício comercial, criando métodos fantasmagóricos e sem fundamento, com enfoque bioenergético de origem ou inspiração oriental.  Faz-se então grande confusão entre as numerosas técnicas, pela má divulgação oferecida, principalmente, por nossos “amigos”: os despreparados e curiosos charlatães.  Deste modo, as tradicionais e respeitosas práticas orientais, ou mesmo as mais modernas elaboradas com um bom embasamento terminam, muitas vezes, reduzidas a meros recursos coadjuvantes, destinadas a eventuais utilizações paliativas.

 

Isto apenas confirma o fato de que tais disciplinas não cabem confortavelmente nos escaninhos das especialidades médicas.  Na realidade, compõem, até certo ponto, uma outra medicina, com diferentes perspectivas e metas.  Seu principal objetivo é o equilíbrio energético e seu objeto de intervenção é o corpo sutil – a contraparte etérica do corpo físico.  Sua prática é fundamentalmente profilática, enquanto os ocidentais preferem “estragar” para depois “consertar”, ao que nos parece.

 

Os antigos orientais “intuíram” formas específicas de interferir nas desordens funcionais, através de métodos apropriadamente não agressivos, voltados para realçar no organismo seus intrínsecos poderes de autocura.

 

E aqui fica uma pergunta: por que não usar métodos preventivos, naturais e de autocura, para usar outros tão agressivos, antinaturais e que além do mais não previnem, apenas remediam?

 

É hora de aceitarmos a medicina preventiva oriental, para que não mais necessitemos remediar e reabilitar.  Ampliemos nossos conceitos de terapeutas sintomáticos e reabilitadores aos terapeutas profiláticos!  Incorporemos as terapias orientais e as honestas neoterapias de grande grau de sensibilidade e intuição às nossas práticas racionais e científicas.  Unamos a sensibilidade oriental à racionalidade ocidental.

 

Somente assim, obteremos a maturidade ideal para, então, assimilarmos a medicina espiritual, que é o grau mais elevado da medicina.  Existem três níveis de medicina que podem ser brevemente resumidas no seguinte:

  1. A medicina sintomática.  Sua forma mais rudimentar e elementar.  Um tratamento paliativo para remover os sintomas.

  2. A medicina profilática ou preventiva.  O estudo dos caminhos e meios a seguir para aquisição e manutenção da saúde física.  A arte do rejuvenescimento e longevidade.

  3. A medicina suprema ou espiritual.  Visa estabelecer a saúde pública, a liberdade e a justiça na sociedade; dirigida para os planos superiores do pensamento e discernimento.  Traduz-se por educacional, biológica, psicológica e ecológica.  Sua meta é converter cada homem em seu próprio médico; permitir ao doente descobrir, por si mesmo, a concepção cosmológica do Universo refletida em seu próprio corpo.  Não somente cura as doenças do presente e do futuro, mas estabelece um estado positivo de saúde, alegria, felicidade, plenitude e bem-aventurança.  É a própria liberação ou iluminação; senhor de si e de todas as coisas do Céu e da Terra; um verdadeiro Mestre.

 

Para encontrar a medicina que cura profundamente, de uma vez por todas, precisamos atingir seu estágio supremo.  Precisamos dar menos importância ao estágio sintomático.  Os ocidentais buscam a verdade perdendo-se em detalhes, por meio somente de técnicas analíticas.  Dedicam demasiada atenção a minuciosos exames microscópicos de tecidos periféricos dissecados, o que é feito por corpos de especialistas, esquecendo-se de uma pesquisa mais ampla, examinando os olhos, as orelhas, os lábios, a palma das mãos, os dedos, a formação do corpo, a postura, as atitudes, o caráter, a formação psíquica, seu modo de ver a vida, a aparência geral, enfim, a constituição integral do homem.  A verdade é um todo, é um conjunto.

 

O homem é, antes de tudo, um ser vivo e não uma máquina.  Estamos capacitados a sentir, pensar, emocionar, discernir, intuir, escolher e concretizar tudo isto a nível fisiológico.  Não somos organizados em qualidades estanques; devemos ser observados, analisados e estudados como um todo.  Os estados fisiológicos mesclam-se com os psicológicos, sociais, morais, ecológicos e também espirituais.  Tratemos das angústias, ansiedades, depressões, relações, vícios, nutrição, higiene, etc., do indivíduo atual para que no amanhã ele não necessite de drogas, cirurgias, cadeira de rodas, muletas, etc.

 

A medicina suprema é incrivelmente simples em suas técnicas, mas profunda em seus fundamentos filosóficos.  Ela não ataca sintomas, mas volta-se para as origens da doença.  Além disso, como a causa última de cada enfermidade é a violação da Ordem Cósmica, a medicina espiritual dedica-se a uma demorada educação sócio-filosófica-espiritual do paciente, em vez de procurar uma rápida cura por meio de métodos invasivos e sem fundamento.  Ensina ao homem como desenvolver sua própria capacidade de sobrevivência, sua inata habilidade de discernir corretamente.  A enfermidade prepara e leva o homem a receber a saúde prefeita e a descobrir a felicidade que existe dentro de si, através da medicina espiritual.

 

É especialmente em momentos críticos como os que nos envolvemos hoje, que percebo o quanto se torna vital modificar nossos pouco confiáveis estilos de vida e nos iniciarmos nos poderes alquímicos para transformar miséria em bem-estar, doença em saúde, guerra em paz.  Esses poderes confirmam práticas para a autoconsciência como o caminho espiritual que há dentro de cada um de nós.

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PRĀṆĀYĀMA - A CIÊNCIA DA RESPIRAÇÃO

 

Roberto Nogueira

 

Prāṇāyāma significa o domínio do prāṇa (energia vital ou bioenergia) e, geralmente, é executado através de técnicas respiratórias.  Estas técnicas têm como benefício comum:

  1. Harmonizar o sistema nervoso (sedando ou tonificando);

  2. Ativar o sistema endócrino;

  3. Massagear com o diafragma e os músculos abdominais todos os órgãos desta região;

  4. Estimular o sistema cardiovascular oxigenando intensamente o sangue.

 

Prāṇāyāma tem uma profunda influência sobre o psiquismo, pois atua intensamente em nosso corpo sutil, composto de emoções e pensamentos.  Portanto, tem a capacidade de acalmar a mente, criando condições propícias ao seu desenvolvimento.

 

De um modo geral, as pessoas não sabem respirar, devido a uma série de comportamentos que se transformaram em vícios, tais como:

  1. Tipo de vestuário com roupas apertadas;

  2. Contração da barriga para mostrar um porte físico elegante;

  3. Má postura;

  4. Estresse tanto a nível físico quanto emocional e mental;

  5. Angústia causada pela vida moderna;

  6. Educação errônea quanto à forma de respirar.

 

Portanto, aqui se torna indispensável uma explicação sobre o mecanismo respiratório.  Os pulmões não possuem musculatura própria que lhes permitam encher-se e esvaziar-se de ar.  Quem produz seu enchimento e esvaziamento de ar é um músculo chamado “diafragma”.  Esse músculo, com um formato de abóbada, separa a cavidade torácica da abdominal e sobre ele o homem pode exercer sua vontade, tornando a respiração um ato consciente.  Quando inspiramos, o diafragma se contrai e abaixa-se, estufando a barriga, criando uma sucção no espaço interno da cavidade torácica e, conseqüentemente, uma entrada de ar nos pulmões.  Esta sucção também acontece por causa da ação sinérgica dos músculos intercostais que, além de estabilizar as costelas, ainda as tracionam suavemente para fora e para cima.  Quando expiramos o processo se inverte, expulsando o ar dos pulmões.

 

Desta forma, a maneira mais adequada de se respirar é o abdominal, trabalhando principalmente com a parte baixa dos pulmões.  A respiração abdominal, além de trazer os grandes benefícios citados acima, faz também com que as toxinas do ar residual acumuladas na base dos pulmões sejam mobilizadas e expelidas.  Para que este efeito ocorra, é importante que eduquemos a expiração.  Temos que aprender a soltar o ar e a esvaziar os pulmões.  Temos que ensinar um músculo chamado transverso do abdômen a se contrair.  Este músculo está localizado na camada muscular mais profunda do abdômen e forma uma cinta que, ao se contrair, aperta e empurra o conteúdo abdominal (órgãos, vísceras, sangue e linfa) para cima.  Simultaneamente, o diafragma relaxa-se e sobe para dar lugar aos órgãos e vísceras abdominais.  Em conseqüência, com a diminuição do espaço interno torácico, o ar da base dos pulmões é expelido.

 

Esta prática tem grandes reflexos benéficos, tanto no corpo como na mente e na Alma.  O ar que respiramos está associado à vida.  Ele contém prāṇa (energia vital) e esta força é que sustenta a vida.  Ao nascermos, fazemos a nossa primeira inspiração e, ao morrermos, a nossa última expiração.  Sendo assim, associamos a inspiração com a vida e a expiração com a morte.  Vemos a morte como um fato ruim e nefasto.  Por isso, temos medo e aversão à expiração.  Tentamos reter a inspiração enquanto pudermos e, desta forma, vamos acumulando ar em nossos pulmões.  Deixamos de gerar espaço interno para receber o novo ar vitalizado e nos mantemos identificados e apegados ao ar desvitalizado que retemos em nossos pulmões.  Não percebemos que estamos nos tornando desvitalizados, fracos, sem energia, tristes, angustiados e depressivos.  Não percebemos que estamos muito mais próximos desse conceito de morte que nos identificamos.

 

Ter medo da morte é um grande engano.  A morte é apenas um símbolo da transformação, da mudança de estado.  Morremos todos os dias quando dormimos, milhares de células morrem em nosso corpo a cada instante e nem percebemos isso.  Sem morte não há vida!  Porque a morte renova a vida.  Portanto, deixe as pequenas mortes de cada dia acontecerem com naturalidade.  Deixe a vida se renovar a cada instante, para que a Alma possa crescer.  Solte o controle!

 

Temos medo de deixar que algo, que supomos ser nosso, se vá e morra.  Ficamos agarrados ao nosso mundo, às nossas crenças, às nossas idéias, às nossas criações, aos nossos negócios e, com isso, não expiramos, não evacuamos e não dormimos.

Agora, dê espaço a sua vida e comece a expirar!  Permita que a roda gire!  Torne-se uma pessoa revitalizada, forte, alegre, determinada e otimista!  EXPIRE!!!

 

Experimente fazer uma expiração profunda e, em seguida, veja como o ar entra com força, determinação e otimismo.  Veja como seu peito se expande, seu coração bate mais firme e seus sentidos se tornam mais alertas. 

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O ADOECER SEGUNDO A MEDICINA INDIANA

 

Roberto Nogueira

 

A medicina indiana é chamada de Āyurveda, pois, desmembrando a palavra sânscrita, "āyus" significa vida e "veda", ciência ou conhecimento.  Portanto, Āyurveda significa ciência da vida e está fundamentado em seus dois principais tratados: Caraka Samhitā e Suśruta Samhitā.  O Āyurveda classifica o processo de instalação da doença em seis etapas (kriyākāla): (1ª) acúmulo (sancaya), (2ª) agravamento (prakopa), (3ª) transbordamento (prasāra), (4ª) relocação (sthāna samśraya), (5ª) manifestação (vyakti), (6ª) diferenciação (bheda).

 

O Ser humano está em constante movimento, adaptando-se a sucessivos desequilíbrios, ou seja, alternando-se entre desequilíbrios e reequilíbrios.  Isto é crescimento, isto é saúde.  Quando por sucessivos embates físicos, psíquicos, comportamentais ou espirituais não conseguimos nos reorganizar em relação as constantes ondas de desequilíbrios, nos afastamos da saúde e do crescimento.  Isto é estagnação, isto é doença.  O desencadeador da doença pode aparecer tanto na mente como no corpo.  De qualquer modo haverá um desequilíbrio em um ou mais dos três humores ou princípios biológicos denominados de doṣa: vata, pitta ou kapha.  Os doṣas são três estados biológicos que estão por trás de qualquer ação do corpo ou da mente e são a base de todo pensamento do Āyurveda.  Eles são formados pelos pañcamahābhūta.

 

Mas, o que é isto?  Pañcamahābhūta são os cinco elementos grosseiros que compõem a natureza.  Em suas inúmeras combinações, eles formam toda a matéria do Universo.  No sânscrito "pañca" significa cinco; "mahā" significa grande e "bhūta" é elemento.  Portanto, pañcamahābhūta significa os cinco grandes elementos ou os cinco elementos básicos.  Esses elementos são:  pṛthivī (terra, dando a sensação do sólido quando se encontra predominante), āpaḥ (água, dando a sensação do líquido quando se encontra predominante), tejas (fogo, dando a sensação do ígneo quando se encontra predominante), vāyu (ar, dando a sensação do gasoso quando se encontra predominante) e ākāśa (espaço, dando a sensação de vazio quando se encontra predominante).

 

Pela ação conjunta de ākāśa (espaço ou éter) e vāyu (ar) manifesta-se vata; da união de tejas (fogo) com āpaḥ (água) manifesta-se pitta; e, de āpaḥ (água) com pṛthivī (terra) manifesta-se kapha.

 

Vata produz todos os movimentos, desde o celular e corporal até o mental (pensamentos): movimento dos olhos e músculos, dinâmica respiratória, pulsação cardíaca, peristaltismo e produção das secreções digestivas, memória e fluxo do pensamento.  Pitta comanda todas as transformações do corpo e da mente: digestão propriamente dita, preparando o alimento para assimilação, metabolismo celular, desenvolvimento do conhecimento no cérebro, transformando e comparando dados, discernindo-os e concluindo-os.  Kapha promove a estabilização e estruturação do corpo e da mente: protege e estrutura órgãos e tecidos, lubrificando-os, estabiliza as funções cerebrais, serenando a mente.

 

Agora, tendo explicado o conceito fundamental do Āyurveda, voltemos ao processo de instalação da doença. Devido a uma alimentação errônea ou por reprimir as emoções, ou ainda, por embates espirituais, um ou mais dos três doṣas vão gerar toxinas (ama) que se acumularão nos tecidos (dhatus) e nas áreas mais frágeis do corpo.  Ama é a causa de toda doença.  Em todos os casos, ou seja, tanto na má alimentação como na contenção das emoções ou choques espirituais, haverá prejuízo da ação do fogo digestivo (agni).  A inibição do fogo digestivo causa a redução de metabolizar e transformar os alimentos em componentes que vão estruturar e dar energia ao corpo e à mente, gerando toxinas e estabelecendo o primeiro estágio de instalação de todas as doenças.  A alteração ou diminuição da percepção do sabor dos alimentos, a sensação de peso no estômago, o mau hálito, a boca amarga, o muco espesso sobre a língua, a micção e evacuação de pouca freqüência, o cansaço, a obnubilação dos sentidos e o torpor mental são alguns dos sinais da presença de toxinas (ama) no organismo.

 

Segundo o Āyurveda, o desequilíbrio começa no tubo digestivo (kapha no estômago, pitta no intestino delgado e vata no cólon).  No primeiro estágio (acúmulo), qualquer desequilíbrio pode ser debelado e há um aumento do doṣa em sua região característica, com sinais e sintomas caracterizados por pequenos desconfortos como: (1) constipação, gases, boca seca, medo e ansiedade se vata estiver em excesso; (2) acidez estomacal, sensação de queimação, raiva e crítica se o excesso for de pitta; ou (3) letargia, pouco apetite e peso se kapha estiver agravado.

 

No segundo estágio (agravamento), os sinais e sintomas ficam mais nítidos e o excesso do doṣa invade outros órgãos e tecidos, deixando sua região característica no tubo gastrintestinal.  Aqui, o vata agravado gera um quadro de aumento dos gases e da constipação, com pés e mãos frias e secura no corpo.  O agravamento de pitta leva a azia, indigestão, dor em queimação na região umbilical e excesso de crítica.  Já o kapha agravado produz náuseas, sonolência, pequenos inchaços e aumento da salivação.

 

No terceiro estágio (transbordamento), os sinais e sintomas se modificam, dificultando encontrar o desequilíbrio, já que as toxinas do doṣa agravado invadem os canais (srotas) dos tecidos mais frágeis.  Nesse estágio, o vata agravado se caracteriza por cansaço, mente agitada, preocupação, medo e ansiedade; enquanto o excesso de pitta manifesta um quadro de sensação de queimação na passagem da urina e fezes, fezes amareladas e digestão acompanhada de dor.  Já no agravamento de kapha encontramos um quadro de aumento de peso e de muco, edemas e vômitos.

 

No quarto estágio (relocação), os tecidos que se apresentam enfraquecidos são invadidos pelo excesso de doṣa e se combinam, gerando subprodutos de qualidade inferior e, por isso, tóxicos ao organismo.  A fragilidade de um tecido pode ocorrer por inúmeras razões: hereditariedade, traumas físicos ou psicológicos, bloqueios emocionais, vícios, doenças anteriores ou infecções, hábitos inadequados e karma (ações de vidas passadas).  Neste estágio, só ocorrerá o adoecimento se houver um ponto fraco em algum tecido, pois as toxinas que circulam pelos canais (srotas), encontrando o ponto fraco, se depositam nele e iniciam a doença.  É o caso da alta taxa de glicose no organismo que causa sede e urina excessiva, podendo desviar a doença para uma retinopatia ou insuficiência renal.

 

No quinto estágio (manifestação), a doença se desenvolve, manifestando vários sinais e sintomas.  Aqui, devido aos altos níveis de toxidade do doṣa em agravamento, a doença se enraíza no tecido fragilizado, causando sintomas específicos em um órgão ou sistema, como é o caso da hipertensão, diabetes, cálculo hepático, úlcera gástrica, entre outras.

 

No sexto estágio (diferenciação), a doença alcançou seu patamar mais grave.  O doṣa excessivo acaba com a pouca funcionalidade que restava no sistema, surgindo complicações em outros órgãos e levando o organismo ao enfraquecimento geral.  Na visão ocidental é o que acontece, por exemplo, com a artrite, que além de seu lugar comum (as articulações), acaba afetando os rins.

 

Assim surgem as doenças segundo a visão da medicina indiana.

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GEOMETRIA SAGRADA, FLOR DA VIDA E SEU SIMBOLISMO

 

Roberto Nogueira

 

Este símbolo geométrico é conhecido desde a mais remota antiguidade e chama-se “A Flor da Vida”. É uma das formas geométricas mais interessantes, mais antigas e que atualmente é muito usada em práticas místicas e para facilitar a transmissão de ensinamentos de certos movimentos espiritualistas.

 

Esta figura geométrica é composta de vários círculos de igual diâmetro, sobrepostos de maneira padroniza-

da, formando uma estrutura semelhante a uma flor composta, em seu núcleo, por seis pétalas simétricas.

Numa cadeia infinita de círculos que formam uma teia harmoniosa dentro da qual emergem figuras geomé-

tricas sagradas para muitas tradições espirituais antigas, o centro de cada círculo está posicionado exatamen-

te sobre a circunferência dos seis círculos que o cercam.

 

O símbolo da Flor da Vida é bem conhecido em todo o universo. Cada molécula de vida, cada célula em nos-

so corpo conhece esse padrão geométrico e é por ele construído. O Holograma Flor da Vida é o padrão geo-

métrico da criação e da vida, em todo lugar. Na verdade, não há absolutamente nenhum conhecimento no

Universo que não esteja contido neste padrão da Flor da Vida. Este holograma é um código usado por mui-

tas raças avançadas e por navegantes espaciais. O holograma Flor da Vida contém toda a sabedoria similar

ao código genético contido em nosso DNA.

 

Esse código genético vai além das formas comuns de ensinamento e se encontra por trás de toda a estrutura da própria realidade. Todos os padrões que se desmembram e se desenvolvem a partir da luz, do som e da forma se encontram nessa estrutura geométrica, que existe como base de um padrão holográfico, definindo a forma tanto dos átomos como das galáxias. O símbolo da Flor da Vida se encontra inscrito nos tetos do Templo de Osíris, em Abydos, no Egito. Sabemos hoje que o símbolo da Flor da Vida também foi encontrado nas Sinagogas da Galiléia e de Massada (Israel), no Monte Sinai, em Mesquitas no Oriente Médio, Templos Budistas no Japão, Cidade Proibida na China, no Hari Mandir Sahib (Templo Dourado) e cavernas de Ajanta na Índia, Espanha, México e Peru entre muitos outros lugares.

 

Muitos consideram a Flor da Vida como um dos mais importantes símbolos da geometria sagrada, pois dentro dela estariam codificadas as formas fundamentais que constituem aquilo que conhecemos como tempo e espaço. Estas formas seriam as estruturas conhecidas como a Semente da Vida, o Ovo da Vida, o Fruto da Vida e a Árvore da Vida.


Pois, ela contém em si mesma as diversas etapas do desenvolvimento da vida, desde o surgimento com a Semente, sua expansão através do Ovo, sua proteção através do Fruto, a manifestação de sua beleza através da Flor e sua expressão final na Árvore, de onde nascerão as novas sementes, retomando assim o ciclo natural de expansão da natureza.


A vida tem sua origem nas águas e toda a vida na Terra requer a presença deste elemento para a sua manutenção. Ao contemplarmos a forma da Flor da Vida, com seus raios que partem do centro formando um hexágono, encontramos outro aspecto simbólico que reforça a mensagem transmitida por esta figura geométrica, pois sua forma básica é igual ao modelo estrutural do floco de neve, a água cristalizada. Por este motivo a Flor da Vida é reverenciada desde tempos imemoriais.


Assim como toda flor, a Flor da Vida nasce de uma semente, que neste caso é a Semente da Vida, uma figura geométrica formada por sete círculos dispostos segundo uma simetria hexagonal, formando um padrão composto por círculos e que serve como componente básico estrutural da Flor da Vida.


Acrescentando seis círculos à estrutura básica da Semente da Vida, temos a forma mais elementar da Flor da Vida, definida como o Ovo da Vida – um símbolo composto por sete círculos tomados do desenho da Flor. O formato do Ovo da Vida é semelhante ao formato do embrião nas primeiras horas de sua criação.


Por sua vez, o Ovo da Vida é o fundamento para a formação de diversas outras figuras geométricas. Uma delas é o Cubo, um dos cinco sólidos platônicos, e outra é o Tetraedro, outro sólido platônico, um pouco mais complexo que o Cubo. Outro símbolo que pode ser extraído do Ovo da Vida é a Estrela de Davi.


Ampliando um pouco mais o Ovo da Vida podemos extrair o Fruto da Vida, que é formado por treze círculos tomados da Flor da Vida. Muitos consideram o Fruto da Vida como a própria planta arquitetônica do universo, pois conteria os fundamentos para a estrutura de todo átomo, de toda molécula e de toda forma de vida existente. O Fruto da Vida contém a base geométrica do Cubo de Metatron, desde o qual é possível extrair os cinco sólidos platônicos.


Seguindo o desenvolvimento natural da Semente, da Flor e do Fruto da Vida, encontramos a Árvore da Vida, um conceito presente nos ensinamentos da Cabala. A idéia cabalista da Árvore da Vida é usada para compreender a natureza de Deus e a forma como ele emana seus atributos de forma a constituir todo o universo. Ela pode ser entendida como um mapa da Criação e das energias presentes nos seres humanos.
Na busca pela compreensão de natureza mística da origem da vida, todos estes elementos geométricos derivados da Flor da Vida podem servir como instrumento fundamental e completo. Ela pode servir como amparo didático para o entendimento do esoterismo dos números, do fluxo de desenvolvimento da energia divina através do macrocosmo e do microcosmo, bem como uma mandala através da quais certos estados míticos elevados podem ser alcançados.


O Holograma do Amor "Flor da Vida" possui uma beleza tão grande e universal que apelam à nossa parte mais básica, mais essencial, dentro de cada um de nós. Fala do que há de mais belo dentro de nós, e que está esquecido, mas pronto a ser relembrado. Uma beleza reconhecida intuitivamente, mas também logicamente, e por isso holisticamente. Ela nos recorda o nosso lugar no Universo e a forma como sentimos e entendemos, bem como nos movimentamos e criamos harmonia no nosso próprio mundo, logo, em tudo o que nos rodeia. São as formas que geram a essência do nosso particular Universo e do Todo.

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YOGA  SUKSMA  VYAYAMA

Uma Prática Tântrica pelo Moderno Ponto de Vista Energético

 

Roberto Nogueira

 

Esta é uma prática de origem tântrica.  O Tantrismo é uma escola indiana que resguarda suas raízes no Tibet e nas montanhas ao norte da Índia. Estuda e atua, de acordo com as concepções mais modernas, com as interações dos campos de energia humana.  O Tantra trabalha a circulação, a dinamização, o desenvolvimento e a harmonização da energia.  Enfim, a integração da personalidade humana em seus diferentes aspectos manifestados pelos padrões energéticos estabelecidos pelo Ser, por intermédio de seus campos vibratórios.

 

Mas, o que são esses campos vibratórios?  São formações do Princípio Mental Único de Deus.  Partimos do conceito de que todo corpo é gerado por uma “condição” ou “efeito” no espaço cósmico, a que chamamos de interação de campos de energia.  Ao somatório de todos os campos denominamos de Campo de Energia Universal.  O homem é formado por este Campo de Energia Universal em suas diversas combinações efetuadas pela consciência, o que chamamos de Campo de Energia Humana e que lhe dão características próprias, conforme o seu estágio de evolução.

 

O homem é, portanto, um mundo complexo presidido e configurado pela energia que se denomina genericamente de “prana” ou energia vital, adotando diversos nomes, segundo as funções que regula e os ritmos vibratórios a que está sujeito.  Cada ritmo vibratório dá lugar ou produz os campos físico, vital, psíquico, mental e espiritual.  Por esta razão, a energia e seus campos vêm a ser o eixo principal e o meio pelo qual o Tantra explora para realizar as transformações bio-psico-espirituais necessárias à integração e equilíbrio da personalidade.

 

O Yoga Suksma, como é chamado, é uma série regular de exercícios ritmados, onde os músculos e articulações, a respiração, a coordenação motora e a concentração são trabalhadas para integrar corpo, mente e espírito.  Esses exercícios facilitam a eliminação de três fluidos que se acumulam no organismo físico e vital e que bloqueiam a passagem do sangue, dos estímulos nervosos, do fluxo alimentar, das trocas respiratórias e, nos níveis sutis, do prana (energia vital).  Esses fluidos são os ventos ou gases (vata), os ácidos ou biles (pitta) e os catarros ou mucos (kapha), conforme os conceitos da medicina hindu.

 

Essa prática engloba vários exercícios respiratórios de purificação 

(bhastrika e kapalabhati) combinados a movimentos articulares vi-

gorosos e dinâmicos de coordenação motora, além de determina-

das posturações que veiculam a energia (bandhas), alguns gestos

de atuação psico-física (mudras) e um trabalho abdominal que lim-

pa e estimula seus órgãos e vísceras (agni-sara).

 

Através desses exercícios, nós trabalhamos, sem exceção, todos os

grupos musculares, plexos e feixes nervosos, articulações, órgãos e

vísceras do corpo, proporcionando melhor tonicidade muscular e

flexibilidade.  À medida que vamos energizando os centros vitais

(chakras) e aumentando o fluxo energético nos canais de interação

(nadis), vamos também afrouxando as couraças musculares e des-

bloqueando as articulações.

 

De acordo com a ciência yogue, o ser humano é composto por um

grupo de chakras, uns maiores e outros menores, que são vórtices

de energia distribuídos pelo corpo, interligados por uma rede de

nadis que são canais por onde flui a energia.  São centenas de

chakras dos quais doze são os principais, e destes, sete fazem a

nossa ancoragem no campo físico.  Eles manifestam, nos vários ní-

veis de consciência, o movimento do Ser nos estados biológico,

emocional, mental e espiritual.

 

 

 

Pelos diversos nadis a energia se movimenta energizando os

chakras, à medida que a personalidade vai se estruturando e se

integrando.  Existem três tipos de movimento energético:

1º) movimento vertical descendente (Shiva / Shakti) ou da criação;

2º) movimento vertical ascendente (Shakti / Shiva) ou da dissolução;

3º) movimento horizontal de polaridade (ida / pingala).

 

Poderíamos dizer que o primeiro movimento, o da criação, é aquele de concretização da energia primordial, da construção da personalidade, a partir dos níveis mais sutis da consciência, que vem da unidade espiritual (Jivatma).  O segundo movimento, o da dissolução, é aquele de sublimação, transmutação e transcendência dos níveis de consciência, alcançando gradativamente uma consciência mais ampla e sutilizada, tornando-se cada vez mais desidentificados dos padrões mais grosseiros de cada campo de energia.  Finalmente, o movimento horizontal de polaridade é aquele que estabiliza e equilibra a energia em cada nível de consciência, ou seja, equilibra os aspectos ativos e passivos do Ser.  Quando este movimento energético se equilibra, os conflitos gerados pela personalidade são solucionados e, desta forma, permitimos que haja uma expansão da consciência.

 

Portanto, como a consciência se manifesta energeticamente através dos sete chakras maiores, existe um movimento de energia que vem do céu para a terra ativando os chakras do superior ao inferior.  Esta força é, então, estabilizada e equilibrada em cada nível de consciência, para que, enfim, faça o caminho da expansão e dissolução, da terra para o céu, percorrendo desde os chakras inferiores até os superiores, fechando o ciclo.

No Yoga Suksma Vyayama realiza-se este percurso, ativando, purificando e equilibrando a energia dos chakras da cabeça e, dando seqüência, a garganta, os ombros, os braços, as mãos, o tórax, abdômen, pélvis e terminando no cóccix.

 

A partir desse ponto passamos a trabalhar a ascensão da energia com a ativação e purificação dos canais e dos chakras menores dos pés e pernas, para que a energia suba pelo canal central da coluna e ecluda no topo da cabeça.  Assim completamos o circuito que, com a prática regular, ajudará o praticante a integrar seus aspectos bio-psico-espirituais da personalidade.

 

Terminamos a prática com três boas e sonoras gargalhadas e um pequeno relaxamento.  As gargalhadas produzem a liberação de endorfinas e fortifica o sistema imunológico, enquanto o relaxamento sedimenta todo o trabalho executado.

 

Estes exercícios simples requerem certo esforço físico e têm um enorme benefício sobre o organismo.  O Yoga Suksma exige atenção, coordenação e firmeza, tanto nos movimentos corporais quanto nas práticas respiratórias, levando o praticante a uma elevação do tônus o que, por sua vez, o traz ao momento presente do “aqui-agora”, ao contato com a vida e a determinação de propósitos.

 

Sua série, composta de movimentos expansivos, induz à abertura e à expressividade, mostrando, simbolicamente, através do corpo, que o praticante pode se expandir, se expressar e achar a sua força no mundo.  Desta forma, o Yoga Suksma se torna uma prática valorosa para pessoas tímidas, contidas e que têm medo de outras pessoas, das situações ou da vida de uma maneira geral.

 

É uma excelente prática para aqueles que são sonhadores, que não concretizam seus ideais, que fantasiam as situações, bem como para aqueles que, em estado depressivo, não conseguem tomar atitudes e agir, não lutam pela sobrevivência e se sentem vitimadas pelo “destino”.  As pessoas confusas, com pouca capacidade de concentração, com raciocínio bloqueado e vida emocional traumaticamente paralisada, costumam se beneficiar muito desta prática.

 

Esta técnica só não é recomendada para hipertireoideanos graves, pois eles já são hipertônicos, taquicárdicos, nervosos, reativos e muito ligados à vida; eles precisam do caminho da dissolução e não do enraizamento e da cristalização; eles precisam de se destotalizar, ou seja, soltar e deixar fragmentar, para sair do controle.  O mesmo acontece com o cardiopata, principalmente o enfartado, pois seu coração entrou em falência por achar que é capaz de realizar tudo, sobrecarregando-se.

 

O Yoga Suksma é uma prática que pode ser feita por qualquer pessoa desde que sejam respeitadas as limitações pessoais impostas pela idade, fragilidades e deficiências físicas ou prescrições médicas.  O melhor horário para se fazer uma prática é pela manhã, mas pode-se estendê-la até o final da tarde, entre 17 e 18 horas.  Jamais deve ser feita à noite, pois é uma prática energizante, imprópria para o horário noturno, onde a energia do ciclo da natureza já nos convida a nos retirarmos para dormir e refazermos nossos estados de ânimo físico e psíquico.

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A ENERGIA E SUAS PORTAS DE ENTRADA

 

Roberto Nogueira

 

Existem várias portas de entrada da energia, conforme a sua propriedade.  Vejamos:

  1. energia cósmica

  2. energia vital

  3. energia química

  4. energia ancestral

  5. energia “própria”

 

A energia cósmica, que é captada dos astros (planetas, estrelas, constelações, etc.).  Sua porta de entrada é o centro “portão estelar”, que numa degradação da energia para se alcançar um nível mais denso, passa pelo centro “estrela da alma” e, deste, para o chakra coronário, ao qual nutre as nossas funções cerebrais e, indiretamente, todas as nossas funções corporais.  Sua propriedade é estabelecer a consciência do estado presente – o “aqui-agora”.

 

A energia vital está presente na natureza terrena.  São os glóbulos vitais – conglomerados de prāṇa – contidos no ar e nos alimentos.  A energia absorvida do ar, através da respiração, é a nossa principal fonte, depois da cósmica, para manutenção da vida.  Ao inalar o ar, dois canais sutis sensíveis a esta força – idā e piṅgalā nāḍī – são estimulados e a distribui aos demais centros energéticos.  Os glóbulos vitais dos alimentos são absorvidos pela língua e pelos dentes e vão estimular o agni (fogo) do abdômen.

 

Captamos a energia vital também através do Sol e da Natureza. Neste caso, todos os centros de energia são portas de entrada.  Cada centro absorve a energia vital necessária para a manutenção das atividades orgânicas e psíquicas.  A propriedade desta energia é manter a vida em todos os níveis (físico, mental e espiritual).

 

A energia química vem dos alimentos.  Ela é a responsável pela construção de nosso corpo físico denso (grosseiro).  Nossos ossos, músculos, órgãos e vísceras dependem desta energia, como fundamento, para execução das funções corporais.

 

A energia ancestral é aquela que é adquirida de nossos pais no momento da concepção.  Ela é responsável por toda a nossa herança genética como: forma corporal, sexo, olhos, pelos e algumas características psico-comportamentais.

 

Como resultado de todas as absorções energéticas, representando a energia “própria”, encontramos ojas – energia transformada em força espiritual – que permeia todo o Ser.  Ojas se localiza no coração, dando brilho ao mesmo e deve ser irradiada ao cérebro, onde se transforma no halo de luz que contorna a cabeça dos homens santos.  O excesso de atividade sexual, a privação do sono, a má alimentação e a exaustiva atividade física e psíquica (stress) esgotam ojas e nos levam a morbidez.

 

Ojas pode ser qualificado como o vigor fundamental.  Ele é a base e o construtor de nosso crescimento, transmitindo paz, calma, satisfação, compaixão e amor e, desta forma, nos incitando aos estados superiores da consciência.  Ojas é o extrato dos sete tecidos corporais, conforme o āyurveda: plasma, sangue, músculo, gordura, osso, nervo e sêmen.  Ojas governa nosso sistema endócrino e auto-imune, além de nosso intelecto.

 

Apesar de ojas corresponder à força espiritual, ela não deve ser confundida com a energia kunḍalinī.  Enquanto ojas é a energia de base para o despertar espiritual, kuṇḍalinī é o próprio despertar espiritual.  Kuṇḍalinī é a energia que se manifesta com a integração da consciência e seu conseqüente despertar.  Conforme jivātma (Eu individualizado) amadurece e se integra, sua consciência (chitta) se expande e se ilumina, ou seja, o fogo serpentino (kuṇḍalinī) sobe ao longo da coluna vertebral (suśumnā nāḍī), clareando cada chakra até eclodir no topo da cabeça, onde se transforma na grande serpente de fogo que nos liga ao grande manancial de Luz Universal.  Podemos dizer que kuṇḍalinī é o Poder Divino que nos faz sair do estado de inconsciência coletiva para o de plena autoconsciência – o estado de plenitude ou beatitude.

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SUA MENTE – SEU CÉREBRO

Eles podem produzir maravilhas ou catástrofes!

 

Texto de Dr. Richard Schulze & Dr. Elkhonon Goldberg

Adaptado por Roberto Nogueira

 

 

Qual é o seu pensamento agora?  E em seu coração, como ele está?

 

Imagine como o sistema imunológico tem que se defender, ante o ataque constante a que se vê acometido!  Se lhe parece que as bactérias assassinas, as enfermidades gerais e as gripes malignas são perniciosas, você se surpreenderá quando souber que as pesquisas médicas e científicas concluíram que o inimigo mais temido pelo organismo não são os micróbios, mas os pensamentos e as palavras de cada dia.

Quer mais?  Há um nutriente de efeitos terapêuticos mais eficaz que as vitaminas, os minerais, as enzimas, os remédios naturais e as ervas medicinais. Ele se chama AMOR.

 

O cérebro trabalha constantemente, todos os dias do ano e a toda hora, não fecha nos feriados nem tira férias.  A princípio, é o computador que dirige o organismo, e regula praticamente cada uma das funções de seu metabolismo e equilíbrio químico.  Desde o sistema nervoso até a atividade sexual, passando por mil atividades que você não tem nem idéia, o cérebro é quem manda, e está constantemente criando, automatizando, regulando, equilibrando e mantendo todo o organismo a cada momento do dia.  Além disso, você sabia que seu cérebro pode melhorar com a idade?  As últimas investigações científicas demonstraram que a atividade mental modifica o cérebro, nos conduzindo ao que conhecemos como “SABEDORIA”.  Estes últimos descobrimentos se inserem no que se denomina NEUROPLASTICIDADE, que é moldar a mente, o cérebro, através da atividade.  O cérebro muda de forma, segundo as áreas que mais utilizamos, segundo a atividade mental.

 

Durante muitos anos se acreditou que, a partir de certa idade, o núme-

ro de neurônios não se renovava mais.  Mas, as últimas investigações

da neurociência demonstraram que o cérebro pode se regenerar me-

diante seu uso e potenciação.  Por exemplo: cientistas da Universidade

de Londres descobriram que os taxistas dessa cidade tinham o “hipo-

campo” – região cerebral importante para a memória espacial – parti-

cularmente desenvolvida, muito mais que o resto das pessoas, porque

a exercitavam mais, memorizando a cada dia ruas e caminhos diferen-

tes.  Cientistas alemães descobriram a mesma coisa na “circunvolução

de Heschl” dos músicos, área do córtex cerebral importante para pro-

cessar a música.  O Instituto de Neurologia de Londres obteve os mes-

mos resultados, no que diz respeito à “circunvolução angular esquer-

da” – estrutura cerebral importante para a linguagem, no cérebro das

pessoas bilíngües.

 

Em outro aspecto, a ciência descobriu que, quando se tem um pensa-

mento, o cérebro produz substancias que abrem o que se poderia cha-

mar de janela para a atuação dos sentimentos.  Quando o pensamento

é concluído, a janela se fecha.  Por exemplo, quando você vê a pessoa

amada, essa sensação incrível que percorre o corpo não é outra coisa

que uma substância química. Quando se excita sexualmente o seu cor-

po é levado a liberar outra substância química, e quando um alguém

tenta lhe assaltar, e vem a vontade de reagir, esta ira que sente, esse

ácido corrosivo que aparece no sistema circulatório, no estômago, essa

sensação, é outra substância enviada pelo cérebro.  Essas substâncias

segregadas pelo cérebro se chamam NEUROPEPTÍDEOS.  A biologia levou anos pesquisando este campo e ainda continua.

 

O que sabemos até agora é que, quando se tem um pensamento, o cérebro produz substâncias que afetam a pessoa, e o que ela sente é produzido pela assimilação desses neuropeptídeos.

 

As células do sistema imunológico, como todas as demais, têm áreas de troca de informações em sua membrana, onde ocorrem carga e descarga de diversas substâncias.  Existe um ponto específico de assimilação dos neuropeptídeos na membrana de cada um dos linfócitos que defendem o corpo de bactérias, vírus, fungos, parasitas, câncer e de todas as enfermidades.  Portanto, o que importa ao sistema imunológico é aquilo que pensamos e, por isso, a importância dos pensamentos!  O cérebro só cria a doença que conhece e nosso temor em ter uma doença é o precursor da criação dela.  Somos responsáveis pelos nossos sentimentos mais interiores.  As palavras nos afetam mais do que armas.  Uma ofensa pode nos matar, porque tudo isso deprime nosso sistema imunológico.

 

Aqui cabe um parêntesis.  No meio do peito, bem atrás do osso onde apontamos para si mesmo, dizendo “eu”, encontra-se uma pequena glândula chamada timo.  Ela é vital para a nossa imunidade na produção da imunocompetência dos linfócitos “T”!  Seu nome em grego é “thymos”, que significa energia vital.  Em termos fisiológicos, o timo elabora várias substâncias: timosina alfa, timopoetina, timulina e o fator tímico circulante.  A timosina mantém e promove a maturação de linfócitos e órgãos linfóides como o baço e os gânglios linfáticos.  Existe ainda uma outra substância, a timulina, que exerce função na placa motora (junção dos nervos com os músculos) e, portanto, nos estímulos neurais e periféricos, sendo considerada grande responsável por uma doença muscular chamada miastenia grave.  Apesar de todos os avanços na tecnologia médica, o timo continua sendo um ilustre desconhecido.  Ele cresce quando estamos contentes, encolhe pela metade quando estressamos e mais ainda quando adoecemos.  A ciência já demonstrou que, mesmo encolhendo após a infância, continua totalmente ativo; é um dos pilares do sistema imunológico, junto com as glândulas adrenais e a espinha dorsal, e está diretamente ligado aos sentidos, à consciência e à linguagem. Como uma central telefônica por onde passam todas as ligações, faz conexões para fora e para dentro.  Se formos invadidos por micróbios ou toxinas, ele reage produzindo células de defesa na mesma hora.  Mas também é muito sensível a imagens, cores, luzes, cheiros, sabores, gestos, toques, sons, palavras, pensamentos.  Amor e ódio o afetam profundamente.  Idéias negativas têm mais poder sobre ele do que vírus ou bactérias.  Desta forma, o timo fica tentando reagir e enfraquece, abrindo brechas para sintomas de baixa imunidade, como herpes.  Em compensação, idéias positivas conseguem dele uma ativação geral em todos os poderes, lembrando a fé que remove montanhas.

 

Outro detalhe interessante é que o timo fica encostadinho no coração, que acaba ganhando todos os créditos em relação a sentimentos, emoções, decisões, jeito de falar, jeito de escutar, estado de espírito, entre outros.  A expressão "fiquei de coração apertadinho", por exemplo, revela uma situação real do timo, que só por reflexo envolve o coração.  O próprio chakra cardíaco, fonte energética de união e compaixão, tem mais a ver com o timo do que com o coração – e é com o desenvolvimento desse chakra que, segundo os ensinamentos orientais, se dá a passagem do estágio animal para o estágio humano.

 

Isso não é tudo!  O sistema imunológico fica algum tempo escutando nossos monólogos internos, nossas raivas e mágoas, as ofensas que se escuta, o amor que se nega, sem que nenhuma célula ou órgão do sistema responda com uma ação concreta a estas pragas danosas, as quais vão se acumulando no órgão que se tem ressonância, enfraquecendo-o.  O sistema imunológico não só escuta, mas, em dado momento, reage, conforme o pensamento, a este diálogo emocional.  A resposta do nosso organismo aos germes patógenos ou ofensas, vai depender de como desenvolvemos o amor por si mesmo, pelo outro e por toda a natureza, o que dará competência ao nosso sistema imunológico para nos defender e nos manter saudáveis.

 

O moderno estudo da neuroplasticidade demonstra que os cérebros das pessoas mais velhas não degeneram, mas têm uma evolução particular, de acordo com a atividade realizada, o que torna essas pessoas “sábias” quando chegam na velhice.  Ao envelhecer, ocorre uma natural deterioração maior no hemisfério direito que no esquerdo.  Isto ocorre porque usam mais o hemisfério esquerdo, que é o encarregado de colocar em marcha tarefas já aprendidas e consolidadas.  Para aprender algo, necessitamos mais do hemisfério direito, mas quando alcançamos certo nível de perícia, essas atividades passam a ser controladas pelo hemisfério esquerdo.  Ao longo da vida, acumulamos um repertório de destrezas cognitivas – habilidades e capacidade para reconhecer padrões – que nos permitem abordar novas situações com familiaridade.

 

É o que popularmente chamamos “EXPERIÊNCIA”.  À medida que envelhecemos, nossa atividade mental está mais dominada por essas “rotinas cognitivas”, pelo “piloto automático”.  Isto não é ruim, pois permite resolver problemas complexos mediante o “reconhecimento instantâneo” de padrões, sem muito esforço; problemas que podem representar um verdadeiro desafio para uma mente mais jovem.

 

Porém, a estimulação cognitiva, que obriga a utilizar o hemisfério direito, é um ingrediente no estilo de vida que ajuda a evitar a deterioração do cérebro.  A corrente científica dominante respalda a afirmação de que a vida mental intensa desempenha um papel essencial no bem-estar cognitivo, nas etapas avançadas da vida.

 

Resumindo:

  1. Nós seres humanos podemos criar novos neurônios ao longo de toda a vida.

  2. O esforço para criarmos novos neurônios pode aumentar mediante o esforço mental.

  3. Os efeitos são específicos: dependendo da natureza da atividade mental, os novos neurônios se multiplicam com especial intensidade em diversas zonas cerebrais.

  4. Nossos pensamentos produzem substâncias chamadas de neuropeptídeos.

  5. Os neuropeptídeos influenciam, positiva ou negativamente, o sistema imunológico, conforme o padrão de pensamento.

  6. A resposta do sistema imunológico está condicionada ao pensamento.

 

Deste modo, tudo o que fazemos ou deixamos de fazer tem conseqüências físicas.  Isto demonstra a importância de se manter uma atividade mental intensa, prazerosa e positiva, a medida que envelhecemos.  O exercício físico protege nossa saúde cardiovascular.  O exercício cognitivo protege nossa saúde cerebral, sendo o fator principal de proteção contra demência e senilidade.  O exercício da fé, da esperança, do contentamento, enfim, do amor protege nosso sistema imunológico.

 

Já pensou em praticar algum exercício físico como ginática, esporte, dança ou yoga para desenvolver a coordenação e o equilíbrio?  Que tal também a idéia de incluir o exercício cognitivo, através da leitura, da escrita, da pintura ou outra expressão artística de forma regular, como um traço do seu estilo de vida?  Por que não meditar, orar e estudar as profundezas da alma como meio de aprimorar sua fé, sua vontade, seu desapego e seu amor?

 

Então, aqui vai uma dica de exercício diário para o timo aumentar sua produção de bem-estar e felicidade.  Pela manhã, ao levantar, ou à noite, antes de dormir fique de pé, os joelhos levemente dobrados.  A distância entre os pés deve ser a mesma dos ombros.  Ponha o peso do corpo sobre os dedos e não sobre o calcanhar, e mantenha toda a musculatura bem relaxada.  Feche qualquer uma das mãos e comece a dar pancadinhas contínuas com os nós dos dedos no centro do peito, marcando o ritmo assim: uma forte e duas fracas.  Continue entre três e cinco minutos, respirando calmamente, enquanto observa a vibração produzida em toda a região torácica.  O exercício estará atraindo sangue e energia para o timo, fazendo-o crescer em vitalidade e beneficiando também pulmões, coração, brônquios e garganta. Ou seja, enchendo o peito de algo que já era seu e só estava esperando um olhar de reconhecimento para se transformar em coragem, calma, nutrição emocional e aconchego.

 

Portanto, exercite sua mente, ame a si mesmo e viva positivamente!

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A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA EM NOSSO ORGANISMO

 

Textos de autores desconhecidos

Adaptado por Roberto Nogueira

 

 

Nosso mecanismo que desencadeia a sensação de sede não é tão eficiente assim.  Tanto que em torno de 37% dos seres humanos a confunde com a fome.  Além disso, uma pequena desidratação, imperceptível para o nosso mecanismo, retardará o metabolismo em aproximadamente 3%.  Pesquisas realizadas na Universidade de Washington revelam que um copo de água aliviará a fome à meia noite, em quase 100% dos casos, sob dieta redutora.

 

Uma redução de somente 2% de água no corpo pode causar perda momentânea de memória, dificuldade em fazer contas matemáticas básicas e problemas de focar a visão sobre uma tela de computador ou sobre uma página impressa.

 

Beber um mínimo de 8 copos de água por dia (supondo que este copo seja de 250 ml) diminui o risco de câncer de cólon em 45%, além de baixar o risco de câncer de mama em 79% e reduzir à metade a probabilidade de se desenvolver câncer na bexiga, segundo a mesma pesquisa.  Isto não é opcional, É OBRIGATÓRIO, se quisermos que nosso cérebro funcione de uma maneira ótima.  E, se estivermos estressados, deveremos aumentar a quantidade para 16 copos de água por dia.  A água, que é o principal veículo das transmissões eletroquímicas de nosso organismo, compõe 90% do volume de nosso cérebro.

 

Você não pode imaginar o que 8 a 10 copos de água por dia podem ser útil para eliminar muitas indisposições.  As pessoas normalmente NÃO BEBEM tal quantidade simplesmente porque querem evitar de ter que urinar a todo momento; um inconveniente pequeno que as levam a uma deficiência orgânica em troca de um hábito salutar que melhora consideravelmente sua saúde.

 

A cor de sua urina deve ser de um amarelo muito fraco ou incolor, caso contrário você não estará ingerindo suficiente água (isto não é válido se você esta tomando vitaminas do complexo B, que produzem uma cor amarela natural à urina).  Ao falar de beber água, não nos referimos à água contida no café, nos chás ou nos refrigerantes. A água engarrafada ou de fontes naturais é a melhor – mas, ESTEJA ALERTA, pois algumas águas engarrafadas são muito ácidas, o que não é bom para a saúde.  Procure beber águas alcalinas!!!  A água alcalina ajuda a combater a oxidação de nosso organismo.  A água alcalina é aquela que tem o ph alto (acima de 7,5).  Nosso sangue é considerado com um ph neutro (entre 7,35 a 7,45).  O sangue ácido produz muitos radicais livres, atrapalhando as transmissões nervosas e as trocas químicas intercelulares.  Essa dificuldade favorece a degeneração celular (doenças degenerativas).  Além disso, a água deve ser rica em sais minerais e pura, ou seja, livre de cloro, fluor, sódio, metais tóxicos, compostos derivados do petróleo e compostos orgânicos.

 

Estudos preliminares indicam que, EM 80% DAS PESSOAS, beber de 8 a 10 copos de água por dia, pode ALIVIAR SIGNIFICATIVAMENTE MUITAS INDISPOSIÇÕES, como:

 

1 – ACIDEZ ESTOMACAL E O USO DE PASTILHAS ANTI-ÁCIDAS: a acidez estomacal ou azia pode ser um sinal de falta de água na parte superior do trato gastrointestinal.  Este é um sinal importante de sede, que o corpo humano emite.  A ingestão de anti-ácidos ou comprimidos contra a acidez estomacal não corrige a desidratacão e o corpo continua sofrendo por falta de água no organismo.  Ao não reconhecer que a acidez estomacal é um sinal de desidratação e ao tratá-la por meio de anti-ácidos, com o tempo, poderão ocorrer inflamações estomacais no duodeno, hérnias hiatais, úlceras e eventualmente câncer no trato gastrointestinal ou no pâncreas e fígado.

 

2 – ARTRITE (PREVENÇÃO E CURA): a ocorrência de artrite pode ser um sinal de falta de água nas articulações.  Pode afetar tanto aos jovens como aos adultos. O uso de analgésicos não resolve o problema e a enfermidade prosseguirá.  Tomar agua pode aliviar a dor ou resolver este problema.

 

3 – DORES LOMBARES: a dor nas costas e a artrite paraslisante da coluna vertebral podem ser sinais de falta de água nos discos da espinha dorsal – os amortecedores que suportam o peso do corpo.  Estas moléstias devem ser tratadas com o aumento de água a ser ingerida diariamente.  Ao não reconhcer que a dor nas costas é um sintoma de desidratação das articulações e ao tratá-la com analgésicos, massagens, acupuntura e eventualmente cirurgia, com o passar do tempo, isto provocará osteoporose e quando as células das cartilagens das articulações vierem a eventualmente morrer e causarem uma deformação na espinha dorsal, poderá até haver incapacidade física dos membros inferiores.

 

4 – ANGINA PECTORIS: dor no peito, ou angina de peito, pode ser um sinal de falta de água no organismo entre o eixo do coração e dos pulmões.  Este sintoma deve ser tratado bebendo-se maior quantidade de água, até que o paciente já não tenha dor e sem tomar medicamentos.  É prudente se providenciar supervisão médica, no entanto, ao aumentar-se a quantidade de água ingerida, pode-se curar a angina de peito.

 

5 – ENXAQUECA: a enxaqueca pode ser um sintoma de falta de água requerida no cérebro e olhos e pode ser evitada ao se impedir a desidaratação do corpo. Este tipo particular de desidratação eventualmente ocasiona uma inflamação na parte posterior dos olhos e possivelmente uma diminuição ou perda de visão.

 

6 – COLITE: a colite é um sinal de falta de água no intestino grosso.  Associa-se com a prisão de ventre ou constipação, devido à constrição do excesso de água que também se exerce sobre os escrementos, que por sua vez perdem a lubrificação fornecida pela água.  Ao não se reconhecer a dor da colite como um sinal de falta de água, provocar-se- á uma condição de constipação persistente que resultará na compactacão das fezes, que por sua vez poderão causar divertículos, pólipos e hemorróidas, além de aumentar a possibilidade de se contrair câncer do cólon e do reto.

 

7 – ASMA: a asma afeta milhões de crianças e mata milhares delas a cada ano.  É uma complicação da desidratação do corpo, causada por falha no programa de admistração da hidratação no organismo.  Obstrui-se a passagem livre de ar e impede-se a eliminação de água do corpo em forma de vapor – o bafo.  O aumento do consumo de água evita os ataques de asma.  Ao não se reconhecer a asma como um indicador de falta de água quando as crianças estão na fase de desenvolvimento, não somente muitos deles morrem, como também se provocará danos irreversíveis nas crianças asmáticas sobreviventes.

 

8 – PRESSÃO ALTA: a hipertensão é um estado de adaptação do corpo a uma desidratação geral quando as células dos vasos sanguíneos não obtém a quantidade de água suficiente.  Como parte do mecanismo de osmose inversa, quando a água do soro é filtrada e injetada nas células através de poros diminutos existentes em suas mebranas, é requerida uma pressão extra para o “processo de injeção”, tal como acontece quando se injeta o “soro” nos hospitais para recuperar a hidratação de milhões de células.  Beber água, compensará a pressão e fará a mesma voltar à normalidade.  Ao não reconhecer que a hipertenssão arterial é um dos indicadores da desidratação corporal e tratar por meio de diuréticos que desidratarão o corpo ainda mais, trará como consequencia posterior, um bloqueio das artérias do coração e das artérias que vão até o cérebro pela ação do colesterol.  Esta condição provocará ataques do coração, pequenos infartos massivos cerebrais que poderão paralizar alguma parte do corpo. Também podem causar falhas no funcionamento dos rins e danos neurológicos como a doença de Alzheimer.

 

9 – DIABETES TIPO II OU DE ADULTOS: a diabetes dos adultos é outra causa provável devido à desidratação do corpo.  Ao se manter uma quantidade adequada de água na circulação, incluindo-se as necessidades prioritárias do cérebro, a secreção de insulina se inibe para impedir a entrada de água nas células do corpo.  Nos diabéticos somente algumas células obtém suficiente água para sobreviver.  Beber água reverte a diabetes adulta para as etapas iniciais.  Ao não reconhecer que a diabetes adulta é uma complicação causada por desidratação, com o tempo, poderá haver danos massivos nas células sanguíneas de todo o corpo.  Isto pode provocar mais tarde a perda dos dedos dos pés, das pernas por gangrena e causar a cegueira.

 

10 – COLESTEROL NO SANGUE: os altos níveis de colesterol são indicadores de uma desidratação corporal prematura.  O colesterol é um material argiloso que se adere entre os espaços de algumas membranas celulares, para impedir que estas percam sua humidade vital pela pressão osmótica mais forte do sangue que circula nas áreas vizinhas.  O colestrol, além de ser utilizado na fabricação das membranas das células nervosas e de hormônios, também atua como un “escudo” contra a demanda de água de outras células vitais que normalmente trocam água através de suas membranas celulares.

 

11 – OUTRAS CAUSAS: a depressão, a perda de libido, a fadiga crônica,  o lupus, a esclerose múltipla, a distrofia muscular. Todas estas condições podem ser causadas por desidratação prolongada.  Se esta for a causa provável, os sintomas se aliviarão, uma vez que o corpo tenha sido hidratado regularmente.  Nestas condições, o exercício muscular deve  ser parte do programa de tratamento.

 

Outra característica da água e que pode nos trazer excelentes benefícios foi a que o cientista japonês, Dr. Masaru Emoto, demonstrou como o efeito que determinados sons, palavras, pensamentos, sentimentos causam na estrutura molecular da água.  A técnica consiste em expor a água a esses agentes, congelá-la e depois fotografar os cristais que se formam com o congelamento.  O Dr. Emoto colocou água entre dois alto-falantes que emitiam o som de uma oração e, após algum tempo, congelou a água e, em seguida fotografou os cristais que se formaram.  Verificou, então, que esta água formou cristais harmônicos de grande beleza.  Assim procedeu com diversos agentes, tanto os harmônicos e positivos como os desarmônicos e negativos (músicas melodiosas e outras estridentes, palavras como amor e ódio, a voz de Sai Baba e de Hitler, a foto de um homem santo e outra de um perverso, etc.).  Os agentes negativos formaram cristais de água amorfos e distorcidos, enquanto os positivos, lindos cristais.

 

Nós, seres humanos, somos compostos de 70% de água!  Se com um simples obrigado mudamos uma molécula de água, imagine o que uma prece, palavras de amor, fraternidade, encorajamento, amizade, podem fazer ao percorrer nosso corpo carregado de água.  Se isto acontece fora do nosso corpo, então ocorrerá dentro dele também, cada vez que agirmos com amor e retidão!  Mas convém lembrar que o inverso também ocorrerá com palavras ou sentimentos de ódio, inveja, vingança, etc.  E é com isso que a gente pode adoecer, com água carregada de energia má e destrutiva.  Muitas doenças começam a partir de nós!  Contudo, basta querer para que tudo acabe a partir de nós também!  Assim sendo, se água poluída e de má qualidade é nociva à saúde, pensamentos e palavras ruins também o são!  Qual a molécula que nós queremos dentro de nós?  A molécula dos bons sentimentos, ou a dos sentimentos poluídos?  Se nossa ação for carregada de amor, verdade, retidão, paz e bondade, então conseguiremos reestruturar nossas vidas, dando-lhes felicidade, saúde e beleza interior!

 

Agora a pergunta é: você está tomando a devida quantidade de água diariamente?  Tome muita água a partir de hoje, e seja uma fonte de felicidade.

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MELATONINA E OS EFEITOS DA LUZ NOTURNA

 

Roberto Nogueira

 

O quarto moderno é cheio de luzes e dispositivos eletrônicos, de monitores de computador a rádios-relógio, além, é claro, do quase onipresente smartphone vibrando e brilhando ao lado da cama. O que a ciência tem a nos dizer, no entanto, é que a exposição crônica à luz durante a noite leva a uma série de problemas de saúde.

 

Para entender por que a exposição crônica à luz durante a noite é tão ruim, é preciso considerar a evolução humana. Antes do fim da Idade da Pedra, os seres humanos só eram expostos a dois tipos diferentes de luz natural, responsáveis pela regulação do ritmo circadiano – durante o dia, tinha o sol, enquanto à noite, havia a lua e as estrelas, e talvez a luz de fogueiras. Esse padrão binário de dia/noite configurava toda a nossa programação biológica.

 

Hoje, temos Iluminação Artificial à Noite (IAN). Essa iluminação interior é consideravelmente menos potente do que a luz solar, mas ainda muitas ordens de magnitude maior do que a luz das estrelas e do luar – uma diferença que influencia uma série de cascatas bioquímicas críticas ligadas à periodicidade de luz, incluindo a produção de cortisol e melatonina.

 

 

A melatonina, o sono e a saúde

 

Supressão de melatonina é chave para entender muito a razão pela qual IAN faz mal para nós. Este bioquímico é produzido pela glândula pineal no cérebro durante a noite, quando está escuro, para regular o nosso ciclo de sono-vigília.

 

Ele reduz a pressão arterial, os níveis de glicose e a temperatura do corpo – respostas fisiológicas que são as principais responsáveis por um sono reparador.

 

A parte do cérebro que controla o relógio biológico é o núcleo supraquiasmático (Sistema Nervoso Central – SNC), um grupo de células no hipotálamo. Estas células respondem aos sinais claros e escuros. Os nervos ópticos em nossos olhos percebem a luz e transmitem um sinal para o SNC, dizendo ao cérebro que é hora de acordar.

 

Esses sinais também iniciam outros processos, como o aumento da temperatura corporal e a produção de hormônios como o cortisol (o do estresse). Os nossos níveis de cortisol são relativamente baixos durante a noite, permitindo-nos dormir, e mais elevados durante o dia, permitindo a estabilização dos níveis de energia e a modulação da função imunológica.

 

IAN eleva os níveis de cortisol à noite, o que perturba o sono e apresenta uma série de problemas relacionados com os níveis de gordura corporal, resistência à insulina e inflamação sistêmica. Também contribui para um sono ruim e uma interrupção da neurorregulação do apetite.

 

Quando os quartos ficam totalmente escuros à noite, nenhum sinal óptico é enviado para o SNC, de forma que os nossos corpos produzem a melatonina necessária. A exposição à luz ambiente durante as horas normais de sono suprime os níveis de melatonina em mais de 50%.

 

E, só para aumentar os problemas, muitos dispositivos modernos emitem luz azul de LEDs, que é especialmente eficaz na supressão de melatonina. Isto porque melanopsina – um fotopigmento encontrado em células especializadas da retina envolvidas na regulação dos ritmos circadianos – é mais sensível à luz azul.

 

 

Mais problemas do que você pensa

 

Recentemente, cientistas alertaram estudantes universitários sobre o impacto da luz de monitores de computador sobre os níveis de melatonina. Eles descobriram que a luz do computador à noite reduz os níveis de melatonina, atrapalhando o sono. Em um estudo relacionado sobre tablets, pesquisadores disseram que é importante reconhecer que o uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir pode romper com o sono, mesmo que a melatonina não seja suprimida – a atividade pode deixar as pessoas alertas ou estímulos estressantes podem levar à interrupção do sono.

 

Essa perturbação bioquímica também cria efeitos físicos, como doenças. Cientistas não sabem direito a explicação, mas estudos mostram consistentemente uma correlação entre IAN e câncer. Por exemplo, um estudo de 10 anos descobriu que um grupo de mais de 1.670 mulheres expostas a uma maior intensidade de luz em seu ambiente de dormir tinham chances 22% maiores de desenvolver câncer de mama. Os pesquisadores culparam o rompimento hormonal causado pela supressão de melatonina. Perturbadoramente, isso tem implicações sombrias para trabalhadores noturnos. Estudos têm mostrado que enfermeiras com turnos à noite estão em maior risco para câncer de mama.

 

A luz durante a noite não precisa sequer ser brilhante para causar problemas. A exposição crônica à luz fraca já é capaz de levar aos sintomas de depressão. Hamsters, por exemplo, exibiram menos interesse em beber a água com açúcar que normalmente amam quando expostos à luz fraca à noite. Quando retornaram a uma programação normal, a depressão foi revertida.

 

Outro estudo, também com roedores, mostrou que a luz azul à noite, em particular, é especialmente poderosa em induzir depressão e ansiedade. IAN também pode prejudicar o humor e a aprendizagem, mais uma vez provavelmente por causa de neurônios expressando melanopsina.

 

A melatonina ainda tem propriedades anti-oxidantes, que desempenham um papel importante no anti-envelhecimento.

 

Outros estudos ainda mostram uma ligação entre a supressão de melatonina e doença cardiovascular.

 

Como se não bastasse tudo isso, luz à noite também contribui para o ganho de peso, mudando o tempo da nossa ingestão de alimentos. Ratos, quando expostos a IAN, ganham mais peso – apesar de se exercitarem e comerem tanto quanto seus irmãos que dormem na escuridão.

 

Os cientistas também correlacionaram níveis baixos de melatonina ao diabetes, embora não saibam o papel da IAN na doença.

 

A conclusão é bastante óbvia: precisamos manter nossos quartos os mais escuros possíveis à noite, e evitar luz azul antes de dormir. Para isso, temos que desligar todos os gadgets emissores de luz e fechar as cortinas. E, se possível, nos abster de usar computador, tablet ou smartphone nas horas que antecedem o sono. Eu sei que é mais fácil falar do que fazer.

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ĀSANA

Prática Postural de Atuação Biopsicoenergética

 

Roberto Nogueira

 

Patañjali, grande sábio hindu do século II a.C. e sistematizador do Raja-Yoga, coloca em seus aforismos do Yoga-Sutra (II-46) que: “Sthira-sukham Āsanam”.  Traduzindo: Āsana é postura firme e confortável.    Para Patañjali, o propósito de se realizar āsana é para eliminar da mente as perturbações oriundas do corpo.  Ele preconiza que se deve ter aceitação do esforço de se manter o corpo físico na imobilidade por longo tempo para que a mente, num exercício gradual, possa se desidentificar dele, transferindo o controle do corpo do estado consciente para o inconsciente.  Assim, a mente pode se soltar do corpo sem, contudo, interferir em sua imobilidade.

 

Mas, os āsanas são mais conhecidos no mundo ocidental através do Tantra e do Hatha-Yoga, aonde muitos praticantes chegam a confundi-lo com o Yoga propriamente dito, dando-lhe uma conotação puramente de cultura física. O objetivo do Hatha-Yoga é dar ao praticante as condições básicas de saúde física e psíquica.  O Tantra preconiza que, pela prolongada prática de āsanas, movimenta-se certos fluxos de energia vital (prāṇa), devido à estimulação das glândulas endócrinas, plexos nervosos e canais linfáticos.  Com isso, produz-se consideráveis mudanças na consciência.

 

Existem āsanas de equilíbrio, de força, de flexibilidade e de suas combinações.  Os āsanas de equilíbrio atuam profundamente no psiquismo (sistema nervoso central e autônomo).  Os āsanas de força buscam a energia das camadas internas (órgãos, vísceras e glândulas) e a transferem para as camadas externas (músculos, ossos e articulações).  Já os de flexibilidade fazem o caminho inverso, das camadas externas para as internas.  Isto faz a movimentação da energia vital, equilibrando os diversos níveis de consciência manifestados e integrados pelos chakras (centros de energia vital distribuídos pelo corpo sutil).

 

A prática diária de 15 a 20 minutos de āsanas, seguida de alguns prāṇāyāmas (práticas

respiratórias), pratyāhāra (prática de abstração dos sentidos) e de mais 20 minutos de

meditação, é recomendada para aqueles que buscam o desenvolvimento harmonioso

do corpo, da mente e do espírito.  Sua ação no nível biológico é a seguinte:

  • Eliminação de elementos tóxicos ao organismo;

  • Estimulação da função dos órgãos;

  • Equilíbrio do metabolismo;

  • Tonificação dos músculos;

  • Aumento da flexibilidade do corpo;

  • Harmonização entre os vários sistemas e aparelhos orgânicos.

 

A melhor hora de praticar as posturas é pela manhã, nunca tarde da noite após as 21

horas.  Antes de começar é aconselhável fazer a higiene da boca e atender às suas ne-

cessidades fisiológicas.  É melhor praticar os āsanas depois do banho, como também

não é recomendado o banho imediatamente após os āsanas.  A roupa deve ser bastan-

te confortável para deixar os movimentos dos membros livres.  Os movimentos devem

ser extremamente vagarosos em todos os casos.  Os movimentos repentinos devem ser evitados.

 

Nenhuma mudança é necessária na sua dieta se esta não prejudicar a sua saúde e a sua vitalidade.  Após beber qualquer líquido espere uns 20 minutos antes de começar a prática.  Após o café da manhã, espere cerca de 45 minutos.  E se fizer uma refeição completa, espere 2 horas ao menos, ou até sentir que já fez a digestão.

 

Se possível, a prática deve ser feita em local arejado, em silêncio, sobre uma toalha, esteira, cobertor ou um tapetinho próprio, voltado para o leste pela manhã e ao oeste à tarde.  Caso o local tenha um altar, faz-se a prática de frente para ele.  É necessário estar bem confortável e não fazer esforço excessivo.  Durante toda a prática a respiração é feita pelo nariz somente ou pelo nariz e pela boca, simultaneamente, mas tocando a ponta da língua na região do palato logo atrás dos dentes.

 

Quando sentir que não pode flexionar certa parte do corpo, de modo que se execute a postura com flexibilidade, não force o movimento balançando-se.  Flexione até onde puder e, quando começar a tensionar, pare e permaneça nesta posição sem tentar ir além.  Com a prática diária e regular, o corpo tornar-se-á mais flexível e conseguir-se-á praticar as posturas adequadamente.  Aliás, a postura correta não é somente aquela na qual o corpo alcança o máximo de dobradura – isto demonstra apenas que é um corpo flexível – mas, aquela que a intenção e o esforço realizado estão na direção certa, usando a musculatura correta.

 

Quando praticar os āsanas ou qualquer outra prática postural, não agrida seu corpo, indo além do que é possível para ele – respeite-o.  Faça a postura sem mascará-la, numa tentativa de transparecer o que não é – seja verdadeiro com seu corpo.  Não roube a postura, compensando-a com o esforço ilícito de outras partes de seu corpo – não seja ambicioso e competitivo, querendo mostrar o que você ainda não tem.  Esteja inteiro na postura e domine todas as sensações, quer sejam boas ou ruins, – tenha disciplina e seja equânime.  Faça-a com calma e paciência, sem ansiar por um progresso rápido – desapegue-se e renuncie aos benefícios da prática para que você os alcance.  Agora, leve tudo isto para a sua vida cotidiana.  Isto é YOGA!

 

Pensamentos e sentimentos nobres e puros devem acompanhar sua prática de exercícios posturais (āsanas) e respiratórios (prāṇāyāmas) para que você nutra corretamente seus centros psíquicos (chakras) – a pureza de Alma é uma condição básica.  Aceite a sua natureza e alegre-se ao fazer uma postura ou respiração que lhe é penosa – sorria para ela e toda dureza que se apresenta, com o tempo, se dissolverá.  Mas, não desanime e mantenha-se firme na proposta de realizá-la – seja disciplinado e austero com seu lado sombrio e articulador.  Observe cada detalhe, cada nuance de seu humor e emoções quando estiver praticando as posturas e respirações, e compreenda-as, inclua-as em seu estado contemplativo – mergulhe profundamente em si mesmo e analise-se.  Enfim, faça da sua prática uma total entrega à Luz do Criador que habita em você e cultive a humildade.  Com a prática constante e regular, esses preceitos, tão preciosos, se refletirão no seu dia-a-dia.  Assim, você pratica YOGA!

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TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL (TPM)...

...ELE QUER SER SEU FILHO

... MAS VOCÊ NÃO DEIXA

 

 

Roberto Nogueira

 

A Tensão Pré-Menstrual é um grave problema que ataca as mulheres desde tempos remotos, por se tratar de um compromisso espiritual assumido que não está sendo cumprido.  Nos tempos atuais, graças ao desvio da vida natural, com seus alimentos enlatados, poluição do ar, intensa vida noturna, moradias amontoadas e, principalmente, uma vasta tecnologia médica e farmacêutica de contraceptivos, esta síndrome tem se multiplicado expressivamente.

 

Todo esse sistema de “civilização” parece contribuir para que a mulher tenha uma vida mais dinâmica e autônoma; indicadores de competitividade e eficiência para a sociedade e o Estado.  Mas, para o mundo espiritual, poderíamos dizer, sem sombra de dúvidas, que estamos diante de um gravíssimo problema, de repercussão na ordem cósmica do plano reencarnatório no planeta Terra.

 

A vida antigamente era mais simples.  As mulheres ficavam em casa cuidando dos filhos; tinham tempo para isto.  Os métodos contraceptivos não eram tão eficientes como hoje e a família, que é o melhor meio ambiente de aprimoramento da alma, tornava-se cada vez maior.  Ou seja, as almas afins, que aguardavam a oportunidade para reencarnar, não tinham esta possibilidade impedida.  As mulheres alimentavam suas almas com o bom propósito de serem mães e terem vários filhos.  E essas almas esperançosas, ficavam felizes e contribuíam com a ordem cósmica, enquanto aguardavam o momento de reencarnar.  Desta forma, as mulheres não tinham TPM, porque não havia tensão no plano espiritual.

 

Para os meios médicos, a TPM é um transtorno que ocorre na mulher entre 10 a 14 dias antes do início do período menstrual e que, progressivamente, ao longo dos dias até a data da menstruação, vai se agravando, podendo se estender por vários dias após seu início.  Seus sintomas mais clássicos são: irritabilidade, oscilações do humor, dor de cabeça, inchaço, prisão de ventre, cólica, tontura, depressão, ansiedade, compulsão.  Ela afeta mulheres de 20 a 50 anos, com uma tendência mais forte entre as que têm de 30 a 40 anos, além de significativo estresse emocional, pouca tolerância às pílulas anticoncepcionais, não fazem exercícios, são casadas, têm filhos e vivenciou uma gravidez complicada por toxemia.

 

Mas, para o mundo espiritual, a mulher sofre de TPM quando, num nível de consciência mais profunda, antes de reencarnar, assumiu o compromisso de ser canal de passagem para novas reencarnações e agora, com sua consciência limitada pela vida material, desiste e, por medo, não quer mais ter filhos.

 

Na reencarnação, ou seja, no momento em que o óvulo (manifestante da energia da mãe) é fecundado pelo espermatozóide (manifestante da energia do pai), o código genético é programado pelo campo de intencionalidade da alma (a terceira pessoa do princípio trino de Deus) a partir do dharma e do karma que a compete, conforme seu livre arbítrio.  Escolheu-se que nesta existência vivenciará o aprendizado de ser mãe para um determinado número de almas reencarnantes, isto ficará registrado em seu corpo físico e sutil.  Conseqüentemente, no período que a mulher está ovulando e que seus hormônios estão em máxima atividade, uma química sutil acontece.  Esta química prepara seu corpo energético (onde se encontram os chakras) para receber o seu novo hóspede transmigrado, que viverá neste ambiente por nove meses aproximadamente.  Esta alma é recebida por uma porta localizada no baixo ventre (chakra genésico ou sexual).  Em sânscrito chama-se svādhiṣṭhāna, que significa “suporte do sopro da vida”.  Se o óvulo tem possibilidades de ser fecundado por um espermatozóide oportunista, neste momento a alma reencarnante pede carona e se hospeda na mãe.  Portanto, a ordem cósmica se estabelece.

 

Caso contrário, isto é, se não há fecundação, então uma forte tensão se produz entre a mulher e a alma que a rodeia.  Pois, a alma quer reencarnar, está no seu momento astrológico para que se mantenha a ordem cósmica, mas a mulher, sua futura mãe, não deixa.  Há uma frustração dos corpos físico e sutil, porque todo ele se preparou para tal acontecimento que não se realizou.  Esses corpos tornam-se ansiosos e depois se deprimem, acompanhados de uma série de disfunções físicas.  O Ser Essencial não entende a negação à maternidade e, desta forma, se estabelece uma enorme crise entre o Eu Superior (a Essência) e o eu inferior (a persona).  A mulher fica irritada, seu humor oscila, tem dores de cabeça, prisão de ventre, rouquidão, etc.  Este conflito faz com que ela se afaste de seu parceiro, repugnando-o e condenando-o.  Tudo que quer é ficar sozinha e se sentir protegida.

 

Ela sabe que na época da ovulação seus hormônios a deixam mais atraente e feminina.  Um misto de desejo e repulsa a atordoa  O parceiro, que ela tanto deseja, simboliza a ameaça a sua escolha de não engravidar e, por isso, toma todas as precauções.  Mas, dias depois, quando o óvulo não fecundado se degenerou, um sentimento de frustração, nem sempre identificado, a afeta.  Daí vem a necessidade de sentir-se protegida e, se o parceiro não entende o seu momento, ela o afasta e prefere ficar sozinha. 

 

Ao nível espiritual, ela sofre intensos assédios por parte da alma reencarnante, principalmente se esta não estiver num nível evolutivo satisfatório.  Devido ao assédio, acomete-se de fortes dores nas costas, enxaquecas, alergias, urticárias, asma, rinite entre outros sintomas.  Por outro lado, almas oportunistas desencarnadas podem persegui-la e vampirizá-la, já que seu chakra sexual acha-se vulnerável e aberto, causando desmaios, tonturas, inchaço abdominal e nas articulações.

 

Existem diversos tratamentos no campo holístico, como reiki, cura prânica, yoga, exercícios, cromoterapia e outros que auxiliam muito para amenizar a TPM, porque trabalham em seu corpo sutil criando uma proteção em seus chakras, mas a melhor forma de neutralizar a TPM é a tomada de consciência das intenções assumidas antes de reencarnar e, portanto, assumi-las engravidando ou desenvolver um trabalho de uma série de meditações que vão, aos poucos, transmutando e redirecionando o karma contido em seu campo de intencionalidade.

 

O mundo encontra-se num momento de transformações em todos os campos da vida.  Parece que o planeta se prepara para uma grande mudança.  Vivemos, assim, uma crise coletiva – valores, conceitos, crenças, afetos, deveres e direitos estão mudando; invertidos, transfigurados ou travestidos ou ainda sei lá como mais.  Milhares de almas tentam reencarnar para que, aproveitando esta fase, cumpram o seu karma e acompanhem a mudança planetária.  A cada nova gravidez, novas possibilidades de fazer o planeta evoluir e se transformar são abertas.  Isto faz com que a inevitável crise se acelere e logo acabe.  Mas, tudo indica que nós, componentes de uma sociedade egóica, não queremos ter mais de um filho!  Parece que preferimos empurrar a crise para a geração de nossos netos ou, quem sabe, nossos bisnetos.  Coragem para abrir as portas da reencarnação é o que o mundo espiritual nos pede.  Mulheres, vocês são a Luz do Mundo.  Acordem!

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PAVANAMUKTĀSANA

Uma Prática Yogue para Liberar e Equilibrar os Três Fluidos Vitais

 

Roberto Nogueira

 

Inicialmente, esta técnica foi organizada por Svami Satyānanda Sarasvati (série I e II) para regularizar o funcionamento dos órgãos, aparelhos e sistemas do corpo humano e facilitar não só a clareza mental, bem como o apaziguamento das emoções e, principalmente, o desenvolvimento do vigor corporal.  Seus princípios baseiam-se na liberação e equilíbrio dos três humores corporais, que na Índia são conhecidos como os três doṣas: kapha (muco ou líquidos viscosos e lubrificantes), pitta (ácidos, enzimas e bílis) e vata (vento ou gases).  Daí, o termo sânscrito Pavanamuktāsana, que quer dizer “posturas para liberar humores” (pavana = humor; mukta = liberação; āsana = postura).  Incorporei à prática duas séries, também organizada por Sv. Satyānanda, por julgar importante e muito pertinente ao trabalho.  A primeira é Śakti Bandha (série III), enquanto a segunda é Trātaka (série IV).

 

Sendo assim, Pavanamuktāsana está dividido em quatro etapas, que podem ser feitas separadamente ou seguindo a sequência das séries:

  • Série I: para liberar músculos e articulações;

  • Série II: para liberar órgãos e vísceras;

  • Série III: para desbloquear a energia;

  • Série IV: para purificar o órgão da visão.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A primeira série trabalha o desbloqueio das articulações e a flexibilidade dos músculos.  Seu objetivo é eliminar os gases e sais que se acumulam nas articulações e nas fáscias (tecido conjuntivo que reveste toda a musculatura corporal) e que impedem a circulação do prāṇa pelos chakras secundários e pontos marma.  As reações químicas orgânicas inadequadas causadas por uma alimentação desequilibrada, hábitos antinaturais e, principalmente, o estresse são as causadoras dos depósitos de sais e gases nas articulações e músculos.  Por sua vez, esses depósitos levam aos bloqueios articulares, enrijecimento da musculatura e dores reumáticas.  Esta primeira série está associada ao trabalho de reequilíbrio de vata doṣa.  Aplica-se muito bem às pessoas com características ectodérmicas em sua estrutura de caráter, ou seja, relaciona-se à cognição, percepção, contato, pensamento, discernimento, integração, controle e limite; pessoas controladoras, calculistas e identificadas com a energia cerebral.

 

A segunda série trabalha a estimulação e o correto funcionamento dos órgãos e vísceras do corpo, que em sua maioria estão localizadas na região abdominal. Sua intenção é regularizar a função digestiva e o metabolismo corporal, tonificando e/ou descongestionando seus órgãos e vísceras, eliminando o excesso dos ácidos, enzimas e bílis produzidas não só pela digestão dos alimentos, mas também pelo metabolismo celular em todo o corpo como a uréia, os acetatos, fosfatos, fenóis e ácido úrico – todos corrosivos e destrutivos; portanto, nocivos ao corpo humano.  Tais substâncias são geradas e acumuladas nos interstícios dos órgãos, nos vasos sanguíneos e linfáticos e na parede do tubo digestivo graças ao estresse do mundo atual.  Esta segunda série está relacionada ao pitta doṣa.  É muito boa para pessoas com características mesodérmicas em sua estrutura de caráter, ou seja, relacionada às emoções, movimento e expressão, metabolismo, nutrição e vitalidade; pessoas que são reativas, de temperamento forte e que se identificam com a energia corporal.

 

Na terceira série, chamada de Śakti Bandha, trabalha-se o desbloqueio e circulação da energia.  Seu objetivo é impedir que a energia seja paralisada em alguma parte do corpo, eliminando as toxinas que se depositam nos canais nervosos, sanguíneos e linfáticos.  A série de Śakti Bandha está relacionada ao kapha doṣa e é bem adequada às pessoas com características endodérmicas em sua estrutura de caráter.  Sendo assim, são pessoas identificadas com os sentimentos, sensibilidade, psiquismo, afetividade e passividade.  São pessoas lentas, de temperamento calmo, sociáveis, afetuosas, resistentes e com tendências à possessividade; pessoas identificadas com a energia visceral.

 

Na quarta série, também chamada de Trātaka, trabalha-se o desbloqueio e a purificação da energia dos olhos.  O órgão da visão tem funções importantíssimas na estrutura psico-corporal do homem.  Considerado como a “janela da Alma”, ele integra, organiza e estrutura o conhecimento, a razão, os pensamentos e sentimentos.  Sua estimulação favorece tanto a memória e compreensão mental (lógica) como a relação emocional com o que é visto e assimilado.  Os olhos filtram ou ampliam as imagens conforme o seu querer e seu suporte interno.  Comandam a principal conexão entre os meios internos e externos.  Fazer a série de Trātaka é muito bom para organizar as três camadas corporais (ectoderma, mesoderma e endoderma) e os três fluidos (vata, pitta e kapha).

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YOGA KURUṆṬA

Usando Cordas para Alongar, Tonificar e Corrigir a Postura na Prática do Yoga

 

Roberto Nogueira

 

O Yoga Kuruṇṭa é uma técnica de auxílio à prática do Yoga, alongando e tonificando a musculatura e, consequentemente, ajudando o aluno a tomar consciência de seu corpo – suas tensões, encurtamentos e limitações, bem como suas facilidades e habilidades.  Desta forma, o praticante aprende como trabalhar o seu corpo para que exerça movimentos e realize posturas (āsanas) cada vez mais harmônicas e equilibradas.

 

Kuruṇṭa significa “marionete” e, portanto, é o yoga das marionetes, já que se uti-

liza de cordas fixadas a argolas na parede, transparecendo o movimento das ma-

rionetes.  Esta técnica é mais usada no sul da Índia e em alguns  textos  tradicio-

nais aparece com o nome rajjvāsanāni que significa posturas feitas com cordas

(rajju = cordas; āsanāni [plural de āsana] = posturas).

 

Ao longo dos anos, através de observações e estudos, organizei  as  várias ativi-

dades de cordas próprias da prática de Yoga Kuruṇṭa, dentro de uma seqüência

que segue o desenvolvimento tônico-postural do ser humano.  Esta  seqüência

começa deitado de costas, usando as argolas inferiores,  onde  a propriocepção

(percepção de si mesmo ou sentido de posição, que nos orienta sobre a localização das diferentes partes de nosso corpo, bem como do movimento que executamos) e o tônus postural são menores, pois há pouca atividade.  Em seguida, passa-se para sentado, usando as argolas inferiores e medianas, exigindo mais trabalho da coluna vertebral e, portanto, maior propriocepção e, consequentemente, maior tônus postural e dificuldade.  Depois, fica-se de pé, usando as argolas medianas e superiores, exigindo um grande controle tônico-postural da bacia (principalmente na articulação sacro-ilíaca) e um aumento do tônus postural e da dificuldade.  Finalmente, fica-se fora do chão (no ar), suspenso pelas cordas e argolas, onde requer um intenso domínio do corpo e uma refinada percepção de si mesmo.

 

A evolução do ser humano é uma sucessão de interações tônico-emocionais e cognitivo-motoras num passo-a-passo cada vez mais organizado e, portanto, mais complexo, conforme o foco afetivo que o estimula e que está em todas as suas condutas.  A função do tônus tem uma grande importância nas aquisições motoras e, concomitantemente, na formação da personalidade do indivíduo.  Os olhos, com a coordenação óculo-motora para a integração proprioceptiva, aparecem como principal instrumento da conquista do mundo exterior.  Seguindo-os, em escala de prioridades, vêm as mãos como órgão de preensão.  Finalmente, como último órgão a ser recrutado para a organização tônico-postural, mas não menos importantes, aparecem os pés, como o captor das sensações de equilíbrio e endireitamento do corpo.  Esta evolução depende da progressão comum de todas as vértebras – a lei céfalo-caudal, onde o crescimento avança em ondas sucessivas, desde a extremidade cefálica até a extremidade caudal.  O organismo humano reage globalmente, como um todo indissociável, a uma determinada situação.

 

Todo trabalho de reeducação tônico-postural requer uma recapitulação de todas as etapas do desenvolvimento tônico-postural, desde o controle da cabeça até a marcha automática, o saltar e o correr, onde exige uma grande noção de equilíbrio e endireitamento postural.  No Yoga Kuruṇṭa tentamos nos aproximar ao máximo deste conceito, encadeando suas práticas nesta seqüência.

 

No Yoga Kuruṇṭa usamos o conceito de globalidade, ou seja, toda tentativa de correção local de um músculo irá gerar uma compensação à distância.  Portanto, a teoria das cadeias musculares se torna imprescindível.  Chamamos de cadeia muscular um conjunto de músculos de mesma direção e sentido, ou seja, com a mesma intenção, geralmente poli-articulares, que trabalham como se fossem um só músculo e se recobrem como telhas de um telhado ligados por um tecido de revestimento, a que denominamos de fáscia.  A fáscia faz o intercâmbio de todo o corpo, conectando uma cadeia na outra – um perfeito sistema de relacionamento entre os níveis conscienciais do Ser, pois cada cadeia muscular é diretamente influenciada por um nível de consciência, portanto, por um chakra.  Desta forma, quando tentamos interferir em alguma cadeia de músculos, acionamos mecanismos de defesa primitivos, que no corpo se expressam numa tendência tanto à rotação interna dos membros, como a um bloqueio respiratório em apnéia inspiratória.  Por isso, a prática de Yoga Kuruṇṭa deve estar diretamente condicionada ao processo respiratório, ou seja, uma respiração leve e solta com ênfase na expiração.  Além disso, o aluno deve estar atento às rotações de seus membros superiores e inferiores.

 

Essas cadeias de músculos se moldam numa dinâmica tônico-postural, de acordo com os aspectos psico-comportamentais do ser humano, ou seja, sua história de vida, de acordo com suas necessidades de expressão corporal.  Desta forma, conforme o ponto de vista do observador, existem diversas classificações de cadeias musculares, que vão gerar uma morfotipologia.  Destaco aqui quatro morfotipologias:

  • em abertura, que promove uma tensão importante na cadeia muscular posterior de extensão, levando o indivíduo a uma lordose global.  Caracteriza o indivíduo que é mais extrovertido, mais ativo, mais dinâmico, mais corporal, gosta da competição e de vencer a resistência, e se prende mais ao futuro, pois algo o puxa para frente.  É aquele que faz, mas não pensa.  Na Medicina Tradicional Chinesa é mais yang.  Na Medicina Ayurvédica é de tendência pitta/vata.  Está associada a um desequilíbrio no maṇipūra chakra (centro psíquico do abdômen).

  • em fechamento, que gera uma tensão importante na cadeia muscular anterior de flexão, causando uma cifose global no indivíduo.  Caracteriza o indivíduo mais introvertido, mais passivo, mais tímido, mais mental, tem baixa resistência e grande memória e concentração, e se fixa mais no passado, pois algo o faz recuar.  É aquele que pensa, mas não faz.  Na Medicina Tradicional Chinesa é mais yin.  Na Medicina Ayurvédica é de tendência kapha/pitta.  Está associada a um desequilíbrio do mūlādhāra chakra (centro psíquico da base).

  • em erguimento, que produz uma tensão importante e na mesma região, tanto na cadeia anterior de flexão como na posterior de extensão, levando o indivíduo a uma retificação das curvaturas anatômicas.  Caracteriza o indivíduo mais rígido, tanto no nível físico como no mental, de difícil adaptação e convivência, pois é metódico e vive no tempo presente.  É aquele que pensa e faz do seu jeito.  Na Medicina Tradicional Chinesa tem excesso de yin/yang.  Na Medicina Ayurvédica é de tendência vāta.  Está associada a um desequilíbrio do svādhiṣṭhāna chakra (centro psíquico da pelve) e do anāhata chakra (centro psíquico do tórax).

  • em achatamento, que acarreta uma tensão importante, mas em regiões diferentes, tanto na cadeia anterior de flexão como na posterior de extensão, causando uma acentuação das curvaturas anatômicas do indivíduo.  Caracteriza o indivíduo mais maleável, tanto corporal como mentalmente.  Tem grande adaptabilidade, pois aceita tudo e a todos.  É mais superficial e não gosta de assumir grandes responsabilidades.  Também vive no tempo presente.  É aquele que até pensa e até faz, mas prefere que o outro se encarregue de tudo.  Na Medicina Tradicional Chinesa tem carência de yin/yang.  Na Medicina Ayurvédica é de tendência kapha.  Também está associada a um desequilíbrio do svādhiṣṭhāna e do anāhata chakra.

 

Além das duas cadeias musculares mencionadas, que são retas e básicas, existem as cadeias intensificadoras, que são as cadeias cruzadas, além da cadeia respiratória e da cadeia integradora cérvico-toraco-abdomino-pélvica, que é puramente fascial.  Existem as cadeias intensificadoras anteriores e posteriores de membros inferiores e superiores.  A função das cadeias intensificadoras anteriores é intensificar a ação da cadeia anterior e a função das cadeias intensificadoras posteriores é intensificar a ação da cadeia posterior.  As suas dinâmicas é que promovem o surgimento das morfotipologias.

 

A prática de Yoga Kuruṇṭa vai nos ajudar a soltar estas tensões, trabalhando nosso alongamento, força e tônus muscular de uma forma lúdica e desafiadora.  Pois, o ideal é que possamos modificar a nossa postura, isto é, nossa morfotipologia conforme a necessidade.  Nosso corpo e nossas atitudes devem estar livres para que possamos redescobrir a luz, a felicidade, enfim, a bem-aventurança.

Âncora 36

OS 72 NOMES DIVINOS

Roberto Nogueira

Esta meditação é baseada na combinação das letras em hebraico bíblico (originário do aramaico) dos versos 19, 20 e 21 do capítulo 14 do Livro Êxodo da Torah (Bíblia), que relata o episódio em que o Mar Vermelho se abre para a passagem do povo hebreu.  Cada verso contém 72 letras do antigo hebraico.  A combinação de 3 letras de forma ordenada (uma de cada verso) compõe um nome divino.  Deste modo, formam-se os 72 nomes divinos.  Cada nome divino nos conecta com uma faixa vibratória de Luz.

 

Basta contemplar as letras que formam esses 72 nomes divinos!  Sua simples visualização ativa as forças espirituais e nos regenera a Alma, trazendo saúde, prosperidade e liberação.  A técnica é contemplar cada letra dos 72 nomes divinos sempre da direita para a esquerda, que é como se lê tanto em aramaico, como no hebraico.  Cada quadro com um nome divino ficará exposto por 16 segundos, perfazendo, após os 72 nomes, um tempo total em torno de 19 minutos.

 

SIGNIFICADOS

1       vav-he-vav                       retificar o passado desde o início da criação e atrair felicidade

      iod-lamed-iod                 resgatar da centelha divina e recuperar a energia e oportunidades perdidas

3       samech-iod-teth             acessar milagres

4       ain-lamed-mem              sair do mundo das ilusões e limpar pensamentos destrutivos

5       mem-he-shin                   curar o corpo, a mente e a alma

6       lamed-lamed-he             louvar a Deus e dormir profundamente

7       alef-caf-alef                     conectar-se com a essência do universo e trazer sentido para sua vida

      caf-he-tau                        limpar a energia negativa do ambiente e de si mesmo

      he-zain-iod                      atrair anjos de luz e ter boa sorte

10     alef-lamed-dalet             proteger contra forças negativas

11     lamed-alef-vav                retirar o peso da vida

12     he-he-ain                         ativar o amor incondicional e trazer alegria

13     iod-zain-lamed               despertar o Mestre Interno

14     mem-beth-he                  alcançar a paz dentro e fora de si

15     he-resh-iod                     desenvolver a intuição e a perspectiva dos fatos

16     he-kuf-mem                    livrar-se da depressão e do fracasso, superando-os

17     lamed-alef-vav               sair do domínio do ego e dar leveza a vida

18     caf-lamed-iod                 obter criatividade para o corpo e a mente, solucionando problemas

19     lamed-vav-vav                abrir canal com as esferas de luz

20     phe-he-lamed                 vencer vícios, obter disciplina e aumentar a espiritualidade, fortalecendo a consciência espiritual

21     nun-lamed-caf               superar limites e fechar-se para ações reativas

22     iod-iod-iod                      cura mental e afastar pessoas negativas

23     mem-lamed-he              canalizar a luz e a palavra divina e irradiar alegria

24     heth-he-vav                    libertar-se do ciúme, da inveja, do sofrimento e vícios

25     nun-tau-he                     falar o que é certo e abrir a percepção para a verdade

26     he-alef-alef                     encontrar a ordem no caos e organizar o tempo

27     iod-resh-tau                    compartilhar seus ganhos e tempo com caridade

28     shin-alef-he                    atrair pessoas de mesma afinidade

29     resh-iod-iod                    dissolver o ódio no coração e receber a cura espiritual

30     alef-vav-mem                 obter forças para superar os erros e reconstruir

31     lamed-caf-beth              terminar aquilo que foi iniciado

32     vav-shin-resh                  aprender com erros e acertos do passado, se libertando de tudo que aprisiona

33     iod-heth-vav                   reconhecer os pontos fracos, libertando-se deles definitivamente

34     lamed-he-heth               retirar a culpa interior e deixar de se boicotar

35     caf-vav-kuf                      fortalecer a energia sexual e manter-se ao serviço da criação

36     mem-nun-dalet              dominar os medos, ativando a coragem, a certeza e a confiança

37     alef-nun-iod                   receber as bênçãos do Eu Maior, enxergando os fatos de maneira ampla

38     heth-ain-mem                ativar a lei da prosperidade, compartilhando o ato de dar e receber

39     resh-he-ain                     olhar o aspecto positivo da vida, apesar de todas as dificuldades

40     iod-iod-zain                    falar as coisas certas na hora certa

41     he-he-he                          elevar a autoestima para atrair compaixão e misericórdia

42     mem-iod-caf                   perceber o lado oculto das coisas e fatos, vislumbrando a realidade

43     vav-vav-lamed                ativar o poder do espírito sobre a matéria

44     iod-lamed-he                  eliminar a necessidade de julgar e ser julgado

45     samech-alef-lamed        atrair prosperidade e bem-estar material

46     ain-resh-iod                    eliminar a dúvida e aumentar a autoconfiança

47     ain-shin-lamed               acelerar a evolução espiritual da humanidade

48     mem-iod-he                    integrando características opostas

49     vav-he-vav                      assimilar aquilo que precisamos aprender no momento

50     daleth-nun-iod               pensar grande e querer o máximo, conforme o merecimento

51     he-heth-shin                   retirar as sementes de culpa

52     ain-mem-mem               despertar o fogo espiritual com equilíbrio e conscientemente

53     nun-nun-alef                  atrair amizades sinceras, praticando o bem incondicionalmente

54     nun-iod-tau                    sintonizar-se com o fluxo da vida

55     mem-beth-he                 mudar nossa trajetória pelo auxílio dos planos superiores

56     phe-vav-iod                    dissolver a raiva e outros sentimentos ruins que corroem o mundo

57     nun-mem-mem              acessando a memória cósmica e os propósitos de nossa alma

58     iod-iod-lamed                superar a escuridão interior e seguir a luz

59     he-resh-heth                   conectar-se fortemente com a luz, quando com tendência à escuridão

60     mem-tzade-resh             vencendo as ciladas que nos afastam do caminho evolutivo

61     vav-mem-beth                restaurar o poder de cura e imortalidade, purificando o emocional

62     iod-he-he                        melhorar relacionamentos e laços afetivos

63     ain-nun-vav                    desenvolver a gratidão, reconhecendo e valorizando os acontecimentos da vida

64     mem-heth-iod                ativar o magnetismo físico e espiritual, brilhando as nossas virtudes

65     dalet-mem-beth             agir de acordo com nosso âmago

66     mem-nun-kuf                 assumir a responsabilidade pelos nossos atos, descartando a vitimização e o sentimento de vingança

67     alef-iod-ain                     viver o momento presente com espiritualidade

68     heth-beth-vav                 enviar luz aos entes queridos e assimilar o conselho dos seres de luz

69     resh-alef-he                    descobrir a verdadeira espiritualidade, despertando a sensitividade

70     iod-beth-mem                eliminar os boicotadores de nosso sucesso no âmbito espiritual

71     he-iod-iod                       ativar o dom da profecia e a sabedoria divina, glorificando a vida

72     mem-vav-mem               purificar a alma e o ambiente, evoluindo pelo crescente despertar do amor

Âncora 37

OS VALORES ESPIRITUAIS

 

Roberto Nogueira

Que possamos olhar para este mundo conturbado que estamos vivendo através da lente da bondade.  Nosso planeta passa por profundas transformações, principalmente ao nível social e espiritual.  Chegou o derradeiro momento de olharmos mais criteriosamente para a relação existente entre nossa vida e a do outro, ou seja, de olharmos para a sociedade que vivemos como um todo.  Chegou a hora de abandonarmos os interesses pessoais e agirmos em favor de uma sociedade mais justa, harmônica e saudável.  Vivemos um momento de grandes reviravoltas, onde tudo, quer seja positivo ou negativo, vem à tona; e isto, para boa parte da humanidade, que ainda agarrada aos falsos valores materiais, causa grande dor e sofrimento.  Chegou a hora da separação: quem alcançou um razoável desapego aos bens efêmeros da vida e passou a olhar e agir para o bem do próximo, passará.  E isto é sério, muito sério!  Não viemos a este mundo para nos divertir com coisas passageiras, mas para buscar a integração com a vida; e a vida é o outro.  Não estamos aqui para bradar o “eu, eu, eu”, e sim para fomentar o “nós, nós, nós”.  Estamos aqui para consolar mais do que ser consolado, para compreender melhor o outro do que ser compreendido, e para amar mais, independente de que em quais condições também seremos amados.  Estamos aqui para abrir mão deste comportamento egocêntrico que perpetuamos ao longo das eras.

 

Para isso, precisamos desenvolver alguns aspectos de nosso caráter, conforme nos ensinou Sathya Sai Baba, relembrando os ensinamentos universais de Bem-Amado Mestre Jesus – o Cristo: a retidão, a paz interior, a não-violência, o amor e a verdade.

 

Em primeiro lugar, e que está na base da formação de um bom caráter, a retidão.  Sem ela não há caminho, não há propósito e não acertamos o alvo.  Ficamos a rodar em círculos, achando que estamos indo a algum lugar!  Temos que ser honestos conosco.  Não há mais espaço nem tempo para enrolar e fazer de conta.  A justiça divina está dentro de nós e sabemos muito bem quando nos desviamos do caminho.  E isto é simples!  Basta que apliquemos a lei maior de convivência sócio-espiritual: “NÃO FAÇAIS AO OUTRO O QUE NÃO GOSTARIAS QUE FOSSE FEITO A SI MESMO”.  Seja honesto e não se corrompa!

 

Na sequência de uma atitude reta perante o outro vem a paz interior.  A paz emerge na medida que aceitamos a vida como ela é e soltamos o controle, deixamos de manipular os fatos e entregamos tudo ao Poder Superior, ou melhor, nos rendemos ao único poder que existe – o divino.  A vida material é composta de ganhos e perdas, de acertos e erros, de altos e baixos, e controlar isso por todo o tempo é angustiante, é aflitivo e inquietante.  Solte a inveja!  Solte o ciúme!  Seja grato por tudo que o Universo te proporcionou – são presentes divinos que nos fazem trabalhar, ora a generosidade, ora o desapego.  “BUSCAI PRIMEIRO O AMOR AO PAI E SUA ORDEM CÓSMICA; E TUDO O MAIS VOS SERÁ DADO”. 

 

No terceiro andar da nossa edificação de um caráter saudável encontra-se a não-violência, que significa olhar com neutralidade para todos os acontecimentos.  Que nosso entendimento seja passivo e equânime!  Pois, quando entregamos tudo à Suprema Inteligência, deixamos de dar peso aos fatos e atitudes.  Entendemos que tudo está sob a Ordem Cósmica.  Deixamos de dar valor às invasões, agressões e ferimentos que recebemos e, consequentemente paramos de invadir, agredir e ferir o outro.  Compreender o outro sem julgo antes de querer ser compreendido – esta é a chave para a boa convivência social.  “NÃO JULGUEIS PARA NÃO SERDES JULGADOS”.  Seguindo este ensinamento do Mestre chegamos ao Criador.

 

Somente então podemos desenvolver o amor mais profundo; aquele amor inegoísta, sem barganhas, onde o único propósito é servir ao Supremo, por amor a Ele.  “AMAI AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO” é o mandamento chave para que este amor brilhe em toda a sua plenitude.  Isto significa estarmos em contato com a energia do outro, seus anseios e necessidades, como se fossem os nossos próprios.  Portanto, procuremos estar próximo de todos, escutando as suas necessidades, vendo de fato o outro, sentindo seus sentimentos.  Nada tem mais luz do que enxergar a sublimidade do Criador em todos os seres e amá-los, aproximá-los de si e reverenciá-los como a si mesmo.

 

Enfim, a verdade.  Como alcançá-la em sua plenitude?  Mantendo-se puro, íntegro e autêntico em nossos pensamentos, palavras e ações alcançamos a verdade.  A pureza é o carimbo da verdade, pois “BEM-AVENTURADOS OS QUE SÃO PUROS DE CORAÇÃO, PORQUE VERÃO A PUREZA DE DEUS”.  Ver a pureza de Deus é vê-Lo em toda a sua plenitude e beleza; é vê-Lo verdadeiramente.  Procuremos expressar nossos sentimentos e pensamentos com firmeza e autenticidade.  O que a nossa boca fala e o nosso corpo exterioriza deve estar conectado ao que há de mais íntimo em nosso ser.  Façamos de nossa vida o caminho para a verdade.

 

Que tenhamos todos os nossos dias inspirados nos valores do Cristo!  Que nosso Amado Mestre Jesus nos abençoe!  Que Suas Bênçãos cubra a todos, em especial, àqueles mais necessitados que encontramos pelas ruas dormindo ao relento, àqueles que vemos nos noticiários fugindo das guerras e torturas e àqueles “vítimas” de catástrofes naturais.

SEJAMOS TODOS FELIZES!!!

ESFORCEMO-NOS POR UM MUNDO MELHOR!!!

Âncora 38

A ESFERICIDADE DE SAṀSĀRA

E A TRANSCENDÊNCIA DA MENTE TEMPORAL

 

 

 

 

Todas as nossas existências estão registradas na roda, ou tridimensionalmente falando, na esfera de nascimentos e mortes – o círculo de saṁsāra.  Cada existência parte do ponto central A para a periferia, estabelecendo a singular linha do tempo de cada uma.  O ponto central A representa o Ātman, o verdadeiro SER absoluto, imaculado e incorruptível, que se integra ao TODO; é o ponto da consciência unificada, do pensamento puro, de infinitas correlações e possibilidades.  Originalmente, não temos consciência desse estado de plenitude.  Para cada “novo” nascimento, conforme o transcorrer de nossa vida, vamos nos afastando desse ponto central e nos tornando, cada vez mais e mais, alienados de nossa essência de plenitude (ānanda) e nos identificando com o mundo da dualidade (māyā), da temporalidade (kāla) e do esquecimento (asmṛta), distorcendo a noção do Eu (ahaṁkāra).

 

Para cada uma das milhares existências do SER, como alguns dos exemplos demonstrados no gráfico (Antônia, Julius, Rakesh, John), há uma convergência de influências, proveniente das inúmeras experiências existenciais (vāsanās e saṁskāras), quer sejam “passadas” ou “futuras”, que ressonam com a “atual” existência, à qual estamos identificados ou sintonizados.  Isto nos dita a formação do karma – lei natural própria do mundo da dualidade.  Este karma é parcial; isto é, ele não representa a totalidade adquirida, mas somente, como um fruto, aquele ao qual amadureceu e devemos degusta-lo, mesmo que amargo.  Parece estranho, ou mesmo incompatível com a proposição, a questão da influência do suposto “futuro”, que, neste caso, mantém-se somente como uma aspiração, e não mais como uma ação corregedora ou educadora.

 

Em cada linha do tempo, a partir do ponto A, nós nascemos, crescemos, nos desenvolvemos, absorvemos experiências, largamos o corpo físico (morte física), vivenciamos novas experiências no plano sutil, soltamos este corpo sutil (morte astral) e somos reabsorvidos no centro laya (dissolução), onde permanecemos inconscientes, entrando no esquecimento, até que nos sintonizemos com uma das inúmeras existências, conforme as impressões que guardamos, e retornemos ao mundo de māyā.

 

Todas essas linhas do tempo são altamente mutantes e uma mudança de comportamento em uma delas implica em uma reformulação de todas as outras.  NADA É ESTÁTICO!!!  TUDO É ALTAMENTE FLUIDO!!!  Vāsanās e saṁskāras apenas geram influências; quem se deixa dominar por eles são os tolos.  Nosso dever (dharma) é retornar ao ponto central A – o Ātman – de forma consciente e romper com o ciclo de saṁsāra.  Isto é o estado transcendental do SER – a consciência da plenitude, da infinitude e da eternidade do SER.  Para realizar este retorno precisamos meditar e nos autoconhecer, estudando e exercitando a lei do serviço ao sagrado, para dissolver a casca do ego (ahaṁkāra).

Podemos ainda fazer uma ligação entre o cone formado por uma linha do

tempo e os campos da mente.  Ela apresenta um aspecto consciente, que

é a parte conhecida de nós mesmos, e outro inconsciente, que representa

a nossa parte não conhecida.

 

O consciente, também chamado de “campo da consciência”, ou seja, é

aquela porção de consciência que o eu racional dispõe em dado momen-

to.  De fato, os conteúdos deste campo de consciência também podem

variar conforme a direção e a focalização da atenção.

 

Na verdade, é a atenção que nos torna conscientes de um determinado

fato.  Ela é comparada a um feixe de luz que podemos orientar em qual-

quer direção, sendo tanto mais intensa quanto maior for sua concentra-

ção, podendo ainda ser circunscrita, tal como a luz de uma lâmpada, que

amparada por um quebra-luz, ilumina uma determinada área, enquanto

todo o resto permanece na penumbra, e da qual chamamos de “pré-cons-

ciente”.

 

O inconsciente apresenta três níveis diferentes: inferior, médio e superior. 

O inconsciente inferior ou subconsciente representa as nossas experiên-

cias acumuladas nas demais linhas do tempo, os nossos instintos atávi-

cos, porém sempre ativos e vitais, exercendo uma profunda influência

sobre o nosso comportamento e sobre a nossa maneira de pensar.

 

O inconsciente médio é o pré-consciente falado acima.  Compreende to-

dos os conteúdos da psique que podem entrar facilmente no campo da

consciência, caso direcionemos a nossa atenção para eles.  É toda aquela

parte da nossa psique que, apesar de ser atual, não podemos ter completa consciência, seja por que a nossa atenção é restrita, seja por que não temos ainda a “continuidade de consciência”, isto é, o conhecimento simultâneo de todos os nossos veículos sutis.

 

O inconsciente superior ou supraconsciente representa as nossas mais altas e nobres faculdades, potencialidades e energias superiores que, latentes, não conseguimos manifestar, já que não nos achamos suficientemente amadurecidos.

 

A consciência humana, além de ser caracterizada pelos diferentes níveis, apresenta também a aparente presença de dois “eus”; um deles localizado no ápice do supraconsciente – nosso “SER essencial” – e o outro no centro do campo de consciência, como reflexo distorcido do anterior.

 

Desta forma, na realidade, não existem dois “eus”, mas um só.  Tal aparente dualidade se deve a um fenômeno ilusório criado pelo estado de carência e ignorância de si mesmo, que nos faz identificar com os veículos inferiores de manifestação do Ser (físico, emocional e mental), criando uma personalidade falsa, condicionada a padrões defendidos pré-estabelecidos.

 

Nosso verdadeiro Eu vibra no ponto mais alto da supraconsciência, sendo, portanto, “inconsciente” em relação à consciência comum.  O SER Real representa uma abstração, algo de vago, ainda a ser alcançado e definido.  O eu consciente não é o SER Real, mas é parte dele que se filtra em nosso conhecimento ordinário e, em razão disso, se altera e se distorce.

 

O objetivo do ser humano é expandir o campo da consciência, diminuindo a distância e, consequentemente, as distorções entre o eu inferior e o SER Superior, para contatar o estado de consciência cósmica.  Energia e consciência querem dizer a mesma coisa, sendo que uma expressa o aspecto vital da realidade e a outra o aspecto transcendental, que desperta pouco a pouco.  A energia é consciência em estado potencial.

Ainda pertinente ao assunto e dando vazão a um pouco mais de minha loucura, coloquemos as razões do tempo – este enigmático produto de nossa mente finita.

 

Vamos imaginar o universo completamente vazio, onde só existisse um ponto infinitesimal ou virtual (sem dimensões).  Portanto, não haveria a noção de espaço – somente um vácuo, para onde o nada ou o tudo se precipitaria.  Imaginemos que, por razões divinas desconhecidas, este ponto virtual se desdobre e se separe.  Com isso, ele passaria a ter a percepção de uma reta e toda a consciência se desenvolveria nesta reta – o universo seria uma reta com a noção de comprimento.

 

Suponhamos agora que, para dar continuidade ao plano de imersão no universo fenomenológico da dualidade – o mundo de māyā – esta reta infinita ganhe um “upgrade”, se desdobre e se distancie paralelo e ortogonalmente, surgindo assim o universo bidimensional.  Então, tudo se desenvolveria neste plano, onde tudo seria relativo às noções de comprimento e largura.

 

Seguindo o processo, num novo “upgrade”, visualizemos que o universo plano se desdobre e, mais uma vez, se afaste paralelo e ortogonalmente.  Está manifestado o universo tridimensional que conhecemos, com as noções de comprimento, largura e altura.  Agora, o universo se desenvolve naquilo ao qual denominamos de espaço e que, para a cultura védica, é o elemento mais sutil (ākāsha) que compõe o mundo de māyā.  É o éter dos ocultistas, fluido universal dos kardecistas ou a quintessência dos alquimistas.  A partir deste elemento, com a densificação ou grossificação da matéria/energia, se formarão os outros quatro elementos (ar, fogo, água e terra).

 

E este processo não acaba aqui.  Ocorrem, a partir de agora, desdobramentos e deslocamentos do espaço em cada uma das três direções, gerando uma percepção holográfica da medida de profundidade, a qual chamei de hiperespaço, sem a menor pretensão de me adequar com os atuais conceitos científicos.

 

Mas, o que tudo isso tem a ver com o tempo?  Muito!  Vamos lá.

 

Enquanto as dimensões vão se desdobrando e se deslocando em movimentos retilíneos, formando retas, planos, espaços e hiperespaços, o tempo obedece ao movimento angular, criando eventos simultâneos que, pela nossa mente finita, nos dão a sensação de “passado”, presente e “futuro”.  Medimos as horas e dias pelo movimento angular da Terra em torno de si mesma.  Medimos os messes e anos através do movimento angular da Terra em torno do Sol.  Da mesma forma, o tempo se desdobra e faz seu deslocamento de modo angular.  Em cada eixo e em cada plano, conforme o ângulo rotacional existe um evento acontecendo, exatamente agora, para registrar a sua história na memória de ākāsha – o espaço – seja ou esteja ele desdobrado ou não nos inúmeros hiperespaços.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A mente transcendental (vijñānamayakośa) é a única capaz de perceber os inúmeros eventos simultâneos.  É para esta condição que devemos nos esforçar para alcançar e vivenciar a infinitude e a eternidade do Universo que somos.  Portanto, tenhamos consciência de que somos é o centro de nosso Universo.  Cada Ser é o centro de um Universo único e particular.  Somos infinitos Universos entrelaçados, formando o Todo, o Único, o Uno, o Absoluto, enfim, aquilo a que chamamos de DEUS.  Repare que o Universo é o que é.  Nele não há meio termo.  Ele é a verdade.  Ele manifesta a verdade.  Somos a Sua expressão.  Somos a parte que contém o todo; a gota que contém toda a essência do oceano.  Reflitamos, então: ‘Meu Eu individual é apenas um reflexo do Grande Eu Universal.  Minha consciência é apenas testemunha da Grande Consciência Cósmica.  Minha vida é somente canal da Grande Vida Divina.  O Eu é a realidade única e absoluta que permeia todo o Cosmo.  Eu sou este Eu; este Eu sou Eu.  Eu sou o centro do meu Universo – único e particular.  Eu sou a raiz da consciência – o fundamento.  Eu sou a fonte da vida única, da luz inefável, do amor universal, da energia cósmica, da vontade soberana, da verdade eterna.  Eu me reconheço nesse centro integrado no Todo.  Eu sou o centro de puro conhecimento.  Eu sou o nada que está em tudo e em todos; pois tudo e todos são reflexos da Infinita Essência.  Eu sou o tudo de todos que está no nada.  Eu sou o centro. Eu sou Ātman Brahman.  Eu sou.  OM!’

Âncora 39

O PODER DO MANTRA

Roberto Nogueira

Mananāt trāyate iti mantraḥ”, ou seja, “mantra: salva [ou preserva] da mente pensativa [incessante]”. A palavra sânscrita mantra vem de duas raízes verbais “man” (pensar) e “tra” ou “trai” (proteger, salvar, preservar ou liberar). O mantra é uma energia em forma de som, que protege o Ser da mente que está submersa nos prazeres dos sentidos.

 

Mantra-Yoga é a parte desta escola que estuda a aplicação dos sons com a finalidade de expandir a consciência a níveis mais sutis, a partir de uma combinação de sons derivados dos 49 fonemas do alfabeto sânscrito, além das combinações consonantais.

 

Ao surgir o Universo, pela Vontade Divina, surgiu o som. O Universo é vibração e este provoca um som. Não há movimento sem som, bem como não há vida sem vibrações.  Tudo está em constante vibração. Os seres vivos estão em vibração. Esta vibração emite um som sutil. O som primordial é a vibração original, a matriz de todas as outras vibrações, substrato do Universo todo. A diversidade da matéria universal multiplicou o som primordial infinitamente. Este som primordial é o mantra “OM”, o som original da manifestação do Universo. Deste som surgiu toda qualidade de sons que representam todos os tipos de manifestações do Universo.

 

As combinações destes sons estabelecem vibrações específicas e sua aplicação regular leva à determinados níveis de consciência, como também podem mudar completamente as características de uma pessoa. Assim se processa o Mantra-Yoga.  Pois, quando se diz “... que salva ou preserva da mente pensativa”, a ideia básica é que a combinação destes sons, sendo repetido regularmente pelo discípulo, libera o praticante do turbilhão mental identificado com o mundo dual. Consequentemente aumenta a capacidade do campo consciente da mente. Esta expansão da consciência leva o discípulo a contatar o Ser Absoluto, o Eu Superior localizado no ápice do campo supraconsciente.

 

OṀ SAHA NĀVAVATU                                     Que Ele [Senhor] proteja a nós dois.

SAHA NAU BHUNAKTU                                   Que Ele [Senhor] nos nutra com [a realidade]

SAHA VĪRYAṀ KARAVĀVAHAI                         Que trabalhemos com muito vigor

TEJASVINĀVADHĪTAMASTU                            Que nosso aprendizado tenha muita luz

MĀ VIDVIṢĀVAHAI                                        Que não haja conflito entre nós

OṀ ŚĀNTIḤ ŚĀNTIḤ ŚĀNTIḤ                          Que haja paz paz paz

 

OṀ GAṀ GAṆAPATAYE NAMAḤ                       Saudações ao Senhor dos Exércitos Celestiais

OṀ ŚHRIṀ MAHĀ LAKṢHMYAI NAMAḤ             Saudações à Grande Doadora de Riquezas

OṀ DUṀ DURGAYAI NAMAḤ                           Saudações Àquela que é Invencível

OṀ HAṀ HANUMATE NAMAḤ                          Saudações Àquele que é Eternamente Vivo

OṀ AIṀ SARASVATYAI NAMAḤ                       Saudações Àquela que é a Minha Própria Essência

OṀ NAMAḤ ŚHIVĀYA                                     Saudações Àquele que é Auspicioso

OṀ NAMO NĀRĀYAṆĀYA                                Saudações Àquele que é a Meta de Todos os Seres

 

OM SARVEṢĀM SVASTIRBHAVATU                  Que a prosperidade seja para todos

SARVEṢĀM ŚĀNTIRBHAVATU                         Que a paz seja para todos

SARVEṢĀM PŪRNAṀ BHAVATU                       Que a plenitude seja para todos

SARVEṢĀM MAṄGALAṀ BHAVATU                   Que o bem-estar seja para todos

SARVE BHAVANTU SUKHINAḤ                        Que todos sejam felizes

SARVE SANTU NIRĀMAYĀḤ                           Que todos sejam saudáveis

SARVE BHADRĀNI PAŚYANTU                        Que todos vejam a bondade

MĀ KAŚCHID DUḤKHABHĀG BHAVET              Que a consciência iludida não contemple a tristeza e mantenha bons presságios.

 

OṀ ASATO MĀ SADGAMAYA                          Que não venha o irreal e venha o real

TAMASO MĀ JYOTIRGAMAYA                         Que não venha a escuridão e venha a luz

MṚTYORMĀ AMṚTAṀ GAMAYA                       Que não venha a morte e venha a imortalidade

 

OṀ PŪRṆAMADAḤ PŪRṆAMIDAṀ                   Isto é pleno [Eu sou plenitude]; Aquilo é pleno [Tudo fora de mim é plenitude]

PŪRṆĀT PŪRṆAMUDACYATE                          [A partir] da plenitude surge somente plenitude

PŪRṆASYA PŪRṆAMĀDĀYA                            Tirando [ou adicionando] plenitude no pleno

PŪRṆAMEVĀVAŚIṢYATE                                 [O que] permanece [é] plenitude

OṀ ŚĀNTIḤ ŚĀNTIḤ ŚĀNTIḤ                          Que haja paz, paz, paz

 

HARIḤ OṀ ŚRĪ GURUBHYO NAMAḤ                 Senhor, saudações aos Mestres!

HARIḤ OṀ                                                    Senhor!

Âncora 40

A ORAÇÃO DA UNIDADE E O ANJO MICAH

 

 

Roberto Nogueira

A Oração da Unidade tem um grande poder de transformação, tanto da sociedade, na qual estamos inseridos, como em nossa própria personalidade.  Ela está conectada ao Templo da Unidade, liderada pelo Anjo Micah, que representa o Anjo Cósmico da Unidade no plano espiritual.  Este templo está localizado sobre a montanha do Cristo Redentor (Corcovado), no Rio de Janeiro, Brasil, a muitos quilômetros de altitude.  O Anjo da Unidade Micah caminha conosco e nos ajuda a trilhar o caminho da Unidade Maior.  Uma de suas missões é relacionar e fundir tudo aquilo que foi separado no processo de densificação da energia.

 

“A alma humana”, diz Micah, “se fortalece quando penetra o campo do silêncio e amor, ao elevar a consciência através da alegria serena e cândida”.  “Desta forma, continua Micah, “o ser humano adquire condições de partilhar a Luz da Unidade Divina”.  É importante observar que a humanidade caminha do estado de consciência individualizada para o de consciência coletiva.  Soltar o conceito de ser individualizado e se abrir para o nível de consciência da unidade, onde tudo é um, é o grande desafio; é vivenciar a humanidade uma, numa única nação, sem fronteiras, onde a única linguagem seja a do amor.

 

Uma coluna da mais pura chama de luz eletrônica azul clara interliga o Templo da Unidade, no plano espiritual, ao Cristo Redentor, no plano físico.  Para entrarmos em conexão com esta coluna de luz e acessarmos este templo é necessário muito respeito, obediência, dedicação e devoção.  Feito de cristais translúcidos, o Templo da Unidade emite luz com suaves nuances azul, rosa e lilás.  Acima da cúpula da nave-mor deste templo encontra-se a deslumbrante Estrela da Unidade, o Ponto Focal de Micah, irradiando e nutrindo com sua chama de luz eletrônica azul clara todo o planeta e, de forma mais intensa, aos servidores que se conectam a ela.  Ao elevarmos a nossa consciência, através desta oração, a luz de Micah descende até nós, manifestando-se pela vibração de nosso Bem-Amado Jesus, o Cristo Redentor, pleno de amor e paz, abençoando-nos.  Desta forma, temos a oportunidade de irradiar e envolver a todos e a tudo na Chama Cósmica da Unidade.

 

Uma das músicas usadas durante a oração para elevar a consciência é “No Jardim de um Mosteiro” de Ketelbey, que nos inspira a nos elevarmos em um caminho sublime, rumo a Estrela da Unidade.  A outra música é “Notre Dame, Op. 2: Intermezzo” de Franz Schmidt, que nos convoca a irradiarmos a paz, o amor e a unidade à humanidade.

Ó Pai!  Sei que seus filhos são um e devo me sentir uno com eles.

Devo procurar amar e não odiar;

Devo procurar servir e não de exigir que me sirvam;

Devo procurar curar e não ferir.

Deixo que a dor da transformação

Renasça como frutos de luz e amor.

Que a Luz Divina manifestada na forma externa,

Na vida e em todos os acontecimentos,

Revele o amor que sustenta toda a Criação.

Que venham a lucidez e a percepção interna.

Que a plenitude da vida seja esclarecida.

Que a união interna seja manifestada

E desapareçam as divisões externas.

Que prevaleça o amor e que todos os homens amem.

OM

Âncora 41

CURA PRÂNICA:  UMA FORMA SUTIL DE TRATAR

 

Roberto Nogueira

 

A Cura Prânica é uma abordagem terapêutica que tem sua origem no oriente, assim como a Acupuntura, Do-In, Shiatsu, Yoga, Tai Chi Chuam e tantas outras milenares.  Consiste na imposição das mãos sobre a pessoa necessitada e de um trabalho mental, que obedece a determinadas técnicas de manipulação da energia vital (prana), sem a exigência de uma paranormalidade, mediunidade ou poder psíquico para que se obtenha a cura.  Basta a combinação de três fatores: um forte sentimento de fraternidade e compaixão, que se manifesta pelo amor incondicional; um desejo ardente de curar expressado pela vontade determinada; e a entrega ao Poder Divino que tempera o amor com a vontade na medida adequada.

Esta técnica foi, durante três décadas, organizada pelo filipino de origem chinesa Choa Kok Sui.  Seu propósito é mostrar que a Cura Prânica (cura pelas mãos) pode ser feita com simplicidade e que não há nada de místico e sobrenatural nela; apenas a aplicação de técnicas, que foram cientificamente analisadas e estruturadas, aliadas a boa vontade.

Tudo se baseia no controle manual e mental do prana.  E o que é prana?  É a energia vital que sustenta o homem e toda a natureza.  O prana se qualifica em diferentes estados no homem, tanto a nível orgânico quanto psíquico, conforme a função que desempenhará.  Por se encontrar no corpo em estado condensado e grosseiro, também é chamado de matéria bio-plasmática.  Poderá se apresentar no ser humano de modo equilibrado e brilhante, quando este se manifestar saudável, ou em desequilíbrio e turvo, quando houver algum processo patológico, seja orgânico ou psíquico.

O desequilíbrio do prana se caracteriza pela inibição ou congestão da energia em determinados centros corporais denominados de chakras.  A inibição torna os chakras enfraquecidos e consequentemente suas funções físicas e psíquicas ficam mais lentas e vulneráveis.  A congestão faz com que os chakras se tornem impuros, devido a paralisação energética que ocorre.  O chakra congestionado não renova seu prana e com isto a matéria bio-plasmática desvitalizada, que é liberada pelos órgãos ou pela psiquê, se acumula no chakra correspondente.  Este acúmulo, ao atingir determinados níveis de concentração começa a gerar estados bio-psíquicos alterados que fatalmente vão originar doenças.

Os chakras são portas de entrada e saída do prana.  Eles funcionam como processadores de energia, qualificando-a conforme a função desempenhada – geração, digestão/assimilação, circulação, expressão, eliminação, integração, etc. – tanto no organismo físico quanto no psíquico.  Desta forma, cada chakra está ligado a um grupo de órgãos e qualidades psíquicas.

A Cura Prânica se divide em cinco etapas: exploração, limpeza, energização, estabilização e desligamento.  Por exemplo, quando uma pessoa chega para se tratar com Cura Prânica, inicialmente ela será submetida a uma anamnese simples e uma pesquisa do seu campo energético para que se determine as áreas de congestão e/ou inibição prânica.  Essa pesquisa, a que chamamos de exploração, é feita através da sensibilidade das mãos, onde vamos mapeando o tamanho dos chakras e o tipo de energia que eles manifestam (fria/quente, expansiva/atrativa, leve/pesada, alfinetante/ondulante, etc.), de acordo com a queixa do paciente e o diagnóstico encontrado na exploração, executamos a limpeza de seu campo bio-plasmático, que variará de técnica conforme a patologia.  Essa limpeza, que é de suma importância, é feita para extrair a matéria bio-plasmática doente.  Sua execução deve ser criteriosa para que não se deixe resíduos que serão prejudiciais ao tratamento.  Em seguida fazemos a energização dos chakras e/ou áreas afetadas para que o organismo, após a limpeza e a energização, ganhe condições próprias de debelar a doença.  Mas, essa reação orgânica desejada, só será satisfatória se houver a fixação do prana depositado no corpo bio-plasmático, já que a volatilidade dessa matéria é grande e pode se desfazer em questão de horas ou até minutos.  Então, para que o prana aplicado obtenha um efeito mais profundo e duradouro executamos a estabilização.  Por fim, efetuamos o desligamento da energia para que nós, curadores prânicos, nos mantenhamos bem energizados e harmonizados.  Se não nos desligamos do processo de cura, corremos o risco de nos tornarmos desenergizados e doentes.

Além dos princípios expostos acima, a Cura Prânica se utiliza de alguns recursos como: as cores e os cristais.  Diríamos que existem três formas de atuação, conforme a habilidade de cada curador:

  1. a forma básica, onde as aplicações do prana são feitas em sua forma primária, ou seja, com a energia branca de cura divina;

  2. a forma avançada, onde usamos os recursos da cromoterapia, ou seja, aplicamos a energia colorida, que é mais específica e mais adequada do que a branca.  Como diz Mestre Choa, usar prana colorido em vez do prana branco é o mesmo que consultar um especialista ao invés de ir a um clínico geral.  Por ser uma técnica mais especializada, requer mais aprofundamento teórico e prático, pois o uso de cores inadequadas levam a efeitos danosos;

  3. a forma pós-avançada, que utiliza a faculdade potencializadora do cristal para aplicar o prana colorido ou branco.  Deste modo, a cura se torna ainda mais eficaz.  O cristal é um condensador de prana; ele capta, armazena, ativa, amplifica, transmite e focaliza a energia sutil.  Para atuar com este recurso, o curador precisa estar ainda mais aprimorado.

 

O campo de atuação da Cura Prânica vai desde as dores de cabeça, febres, ferimentos até os distúrbios respiratórios, cardiovasculares, gastrintestinais, ginecológicos, urinários, endócrinos, neurológicos entre outros como tumores, doenças imunológicas e psiquiátricas. Quanto a última, englobam-se o stress simples, a ansiedade, a melancolia, a histeria, os estados fóbicos, obsessivos e compulsivos, a neurose depressiva, a insônia, a paranoia, como também o alcoolismo, o tabagismo e a toxicomania.  No caso da AIDS, inúmeras pesquisas estão sendo realizadas com uma estatística positiva.

Não tenho o objetivo de colocar a Cura Prânica como um sistema de cura infalível, até porque, na minha concepção, existe o karma com diversas condições e razões que se somam para chegar a um resultado positivo ou negativo de cura.  O resultado será sempre aquele que é bom para o crescimento interior de ambos, curador e paciente, conforme a Vontade Divina expressa na Lei Natural do karma.  Pois, será que a cura é sempre o ideal? O que vale é sermos seres dotados de grande compaixão e vontade de servir ao seu semelhante.

Âncora 42

OS GUṆAS E A DANÇA MACRO-MICRO DO UNIVERSO

 

Roberto Nogueira

 

O Universo se manifesta através do jogo e interação de três qualidades primordiais que o constituem.  Essas três qualidades chamam-se guna (sattva, rajas e tamas).  A infinita diversidade do Universo é devida unicamente às combinações, em proporções variadas, dos três gunas, que alternadamente se dominam um ao outro, se sustentam, se ativam e se contrabalançam.  Essa interação, além de criar todo o Cosmos, é responsável por todos os fenômenos psíquicos e mentais.  O guna sattva (princípio da lucidez) tem por função manifestar, iluminar, criar conscientemente, equilibrar, harmonizar e trazer leveza e pureza.  O guna rajas (princípio do dinamismo) se caracteriza por ativar, movimentar, expandir, impulsionar e gerar agitação e instabilidade.  O guna tamas (princípio da inércia) tem a finalidade de limitar, obscurecer, resistir, obstruir tanto à lucidez (sattva) quanto ao dinamismo (rajas), manifestando-se como peso e massa.  Na Alma humana os gunas estão representados pela inteligência e discernimento (sattva), vitalidade e emoção (rajas) e corpo e instinto (tamas). 

Nenhum dos gunas tem o poder de aniquilar os outros dois.  Quando um deles se torna proeminente, os outros, na mesma proporção, tornam-se subordinados.  Enquanto um dos três gunas está em seu grau máximo, os outros dois lhe dão suporte e auxílio.  Por exemplo: o calor do fogo (rajas) ao aquecer a água (sattva) produz a cocção dos alimentos (tamas).  O pavio de uma lamparina (tamas), queimando e consumindo o azeite (rajas), produz o fogo (sattva) que ilumina todo um ambiente.  Portanto, o guna mais fraco torna-se associado ao mais forte e é obrigado a ajudá-lo em seu funcionamento.  Mesmo na matéria mais inerte, o guna sattva está presente, ainda que paralisado.  Mesmo nos estados psíquicos mais sublimes, o guna tamas não está ausente, porém dominado, utilizado e canalizado.

Antes de existir o mundo fenomênico que é prakrti (a causa produtora), ou seja, o Universo que tocamos, sentimos e conhecemos, só havia pradhana (a substância primordial), onde os gunas se encontram em perfeito equilíbrio.  Pradhana contém todo o Plano Cósmico da Criação para a expressão de mula-prakrti, a raiz de todas as manifestações fenomênicas.  Neste estado de perfeito equilíbrio entre os gunas, ela está não-manifestada (avyakta).  A partir de seus efeitos, ela se manifesta, constituindo todo o Universo.  Por detrás do Universo manifestado está o não-manifestado e ambos são prakrti, assim como o barro é a essência do pote de barro.

Contrapondo-se a prakrti está o purusha.  Este vai além do não-manifestado e da substância primordial (pradhana).  Purusha não é causa nem efeito, não é criador nem criado; ele é o princípio, o imutável e eterno, onipresente e indistinguível.

“Além do purusha, não há nada, ele é o resultado, é o objetivo final.” (Katha-Upanishad, cap. III, vers. 11)

O mundo fenomênico, até então não-manifestado e resguardado na substância primordial, se manifesta devido ao rompimento do equilíbrio dos gunas.  Este rompimento acontece por causa a aproximação e influência do purusha, onde o sattva guna se torna predominante em prakrti.  A partir daí, todo o desenvolvimento do mundo fenomênico se procede por etapas de manifestação que vai desde o mais sutil ao mais denso.

Na primeira emanação do Espírito Divino cria-se mahat, o Grande Princípio, pois nada o supera e nada é maior que a vida-existência (sat) – a vida universal.  Mahat é de natureza luminosa e inteligente (sattva guna) e por isso também é chamado de buddhi (inteligência pura).  Porém, mahat é sem consciência, representando uma forma pura de existência cósmica.  Ele precisa da vida-consciência, a segunda emanação do Espírito Divino, que lhe dará movimento e evolução (rajas guna).

Assim, de mahat, por manifestação da segunda emanação divina, produz-se ahamkara, ou seja, aquilo que faz o “eu” ou o que dá a noção do “eu”.  Ahamkara é o princípio da individuação; é aquilo que separa o princípio inteligente (mahat) numa entidade distinta, distinguindo entre sujeito e objeto, ou seja, um “eu agente”.  Neste estágio, ahamkara, com sua natureza de rajas guna, será necessário para uma jornada em direção à degradação da energia e manifestação do mundo fenomênico.  Dele, nasce a dicotomia, separando a Natureza da Essência ou, se quiser, as águas do Céu das águas da Terra.  Dando início a um incessante desdobramento e movimentação dos gunas, surgem duas correntes: uma, dominada por sattva guna, criando o universo subjetivo, e outra, dominada por tamas guna, criando o universo objetivo.

Do universo subjetivo surgem: manas (mente concreta ou inferior), as cinco faculdades sensoriais (jñana-indriyas) e as cinco faculdades de ação (karma-indriyas).  Enquanto manas tem uma predominância de sattva guna, os órgãos sensoriais têm uma predominância de tamas guna e os órgãos de ação, de rajas guna.  A função de manas é pensar, dando a lucidez e a integração entre os órgãos de ação e sensoriais, administrando-os.  As faculdades de ação têm a função de ativar e dinamizar uma resposta, e estão distribuídas em cinco classes (a palavra, a preensão, a locomoção, a procriação e a excreção) e seus instrumentos são respectivamente a voz, as mãos, os pés, os órgãos genitais e o ânus (melhor dizendo, a ampola retal e a bexiga).  Por outro lado, as faculdades sensoriais têm a função de captar, aprisionar ou restringir um estímulo externo, e também estão relacionadas em cinco classes (audição, tato, visão, paladar e olfato) com seus respectivos instrumentos (ouvidos, pele, olhos, língua e nariz).

Do universo objetivo surgem: anu (partículas fundamentais), as cinco qualidades de energia (tanmatras), os cinco elementos materiais (bhutas).  Anu tem a função de ligar, equilibrar, regular e integrar as qualidades energéticas com os elementos materiais, pois é dominada por sattva guna.  As qualidades de energia têm uma função de diversificar e propagar as manifestações do mundo fenomênico através de suas cinco formas (audível, tangíveis, visíveis, sápidas e olfativas), pois rajas guna é predominante.  Os elementos materiais, onde tamas guna predomina, têm por função gerar a base física para todos os eventos do mundo em que vivemos pela combinação dos cinco produtos (éter ou espaço, ar, fogo, água e terra).

De cada tanmatra (modalidade energética) surge uma classe de elemento (bhuta) devido à interação feita pela partícula fundamental correspondente (anu).  Por exemplo: a qualidade audível (shabda-tanmatra), pela interação feita por sua partícula fundamental (akasha-anu), que tem a propriedade de vibrar e produzir som, cria-se o espaço, o éter ou vazio (akasha-bhuta) – na ordem subjetiva, o sentido da audição e a capacidade de fonação (voz).  Desta forma, dando seqüência, temos uma partícula fundamental para cada modalidade da energia:

  • Para o tangível (sparsha-tanmatra), que interage com vayu-anu, com a propriedade de se deslocar e gerar movimento, cria-se o elemento ar (vayu-bhuta) – na ordem subjetiva, o sentido do tato e a capacidade de preensão (as mãos);

  • Para o visível (rupa-tanmatra), que interage com tejas-anu, com a propriedade de se irradiar e produzir luz, cria-se o elemento fogo (tejas-bhuta) – no campo subjetivo, o sentido da visão e a capacidade de locomoção (os pés);

  • Para o sápido (rasa-tanmatra), que interage com ap-anu, com a propriedade de coerir ou atrair reciprocamente e produzir calor, cria-se o elemento água (ap-bhuta) – no contexto subjetivo, o sentido do paladar e a capacidade de procriar (órgãos genitais);

  • Para o olfativo (gandha-tanmatra), que interage com prithivi-anu, com a propriedade de comprimir e gerar pressão, cria-se o elemento terra (prithivi-bhuta) – na ordem subjetiva, o sentido do olfato e a capacidade de excretar (reto e bexiga).

 

Agora podemos ver que o processo de individuação gerou um universo dentro (micro cósmico) e outro fora (macro cósmico), sendo que eles se co-relacionam através de ahamkara.  Pois, cada sentido se relaciona com uma partícula primordial específica, uma modalidade energética, um elemento e uma forma de agir, além de um centro de energia (chakra).  Mas, isso será assunto para uma próxima matéria.

É importante entender que cada uma dessas manifestações contém os três gunas e que suas características se evidenciam pela supremacia de um deles, assim como cada estado da matéria se caracteriza pela predominância de um tanmatra.

Como diz Mircea Eliade: “Os guna impregnam todo o universo e estabelecem uma simpatia orgânica entre o homem e o cosmos – duas entidades penetradas pela mesma dor da existência e servindo ambas ao mesmo Si absoluto, estranho ao mundo e arrastado por um destino ininteligível.  Portanto, a diferença entre o cosmos e o homem não é senão uma diferença de grau, não de essência”.

Âncora 43

DOR MUSCULAR CRÔNICA E FIBROMIALGIA - AS AÇÕES SEM REALIZAÇÕES

 

 

Os pontos-gatilho miofasciais são o elemento-chave em todos os casos de dor crônica e principais fatores da manutenção dessa dor.  Os pontos-gatilho situam-se geralmente em músculos que sofreram estresse de diversas maneiras, entre elas:

  • Desequilíbrios de postura;

  • Fatores congênitos;

  • Diferença no comprimento de membros inferiores;

  • Hemipelve pequena;

  • Padrões de uso excessivo em atividade profissional ou de lazer;

  • Estados emocionais que se refletem nos tecidos moles;

  • Distúrbios viscerais que vão tornar segmentos paravertebrais hiper-reativos neurologicamente;

  • Traumatismos diversos.

 

Tais pontos são áreas localizadas no músculo esquelético próximo de sua origem ou inserção, e é identificado por uma sensibilidade profunda e localizada, em uma faixa firme e palpável do músculo (rigidez muscular).  Como focos hiperirritáveis, apresentam dor à compressão e transmitem dor ou outros sintomas a um local distante.  Os pontos de dor (pontos sensíveis) que não transmitem sintomas para um local distante são, frequentemente, pontos-gatilho latentes, que podem se transformar em gatilhos ativos devido a estresse adicional.

Pontos-gatilho embrionários se desenvolvem como “satélites” de gatilhos existentes na área alvo e, em tempo, esses pontos embrionários geram seus próprios “satélites”.  Desenvolvem um círculo de autoperpetuação que quase nunca se desativa.

A área tensa, onde está o gatilho, se contrai e é rígida se um dedo a atravessa rapidamente, mas amolece e relaxa com tratamento adequado, pois não é fibrosa.  Os músculos que contêm pontos-gatilho com freqüência doem quando trabalham e quase sempre ficam doloridos se alongados à força.  Esses músculos não são capazes de alcançar seu comprimento normal de repouso e enquanto isso não acontecer, sem dor, o tratamento do ponto-gatilho só faz alívio temporário e se reativa após o tratamento.

Existem condições que predispõem a ocorrência de fibromialgia e que a acompanham.  Entre essas condições, incluem-se algumas principais que foram catalogadas desde a década de 90:

  • Dor e/ou rigidez muscular, principalmente, pela manhã;

  • Fadiga e distúrbio do sono (reduz o hormônio do crescimento);

  • Piora do quadro clínico no tempo frio ou úmido;

  • História clínica de lesão, com ou sem gravidade, aproximadamente um ano antes da manifestação dos sintomas;

  • Depressão ou impedimento da manifestação da vontade;

  • Síndrome de irritação intestinal;

  • Forte dor de cabeça e parestesia;

  • Artrite reumatóide, osteoartrite, fenômeno de Raynaud e crescente atividade do nervo simpático.

 

Os pontos-gatilho são áreas de consumo de energia aumentado e suprimento de oxigênio diminuído (circulação local inadequada), contribuindo para drenagem de energia e sensação de fadiga.  A energia que deveria vir do reservatório endodérmico (digestão e respiração) e alimentar o reservatório mesodérmico (aparelho locomotor) está exaurida, pois não foi reprocessada pelo prazer da realização de uma ação. 

Após a execução de uma ação (tomada de uma atitude ou realização de uma tarefa) em que o seu resultado foi satisfatório ou que, pelo menos, houve aceitação, então a alma vivencia um estado de plenitude ou alegria (a alegria da realização ou aceitação) e o corpo responde com vitalidade.  A respiração se amplia, o coração se fortalece com o sangue mais oxigenado e o sistema nervoso se tonifica.  Todo o seu corpo responde positivamente.  A energia circula entre as três camadas ou reservatórios do corpo; querer, saber e ousar se fundem para realizar, ou, em outras palavras, o nível ectodérmico da mente se une ao sentir endodérmico e ao agir mesodérmico para realizar algo que, naquele momento, torna-se importante. Caso contrário, a energia se esvai, a micro-circulação dos músculos e pele se enfraquece e estes se enrijecem. O próximo passo é a geração dos pontos-gatilho.

A psico-patogênese da fibromialgia está toda ela fundamentada na falta de alegria por não realizar bem as ações ou por não aceitar o mal resultado delas.  Portanto, proponho que, como primeiro aspecto a ser abordado no tratamento, esteja a alegria; a alegria de viver, de ser, de ter, de aceitar a perder – alegria como fonte genuína de prazer.  Ser alegre com o que é, com o que faz, com o que tem ou ganha é a base de qualquer tratamento para fibromialgia.

Fisicamente, podemos usar diversos recursos terapêuticos, porém, como foi dito anteriormente, todos devem levar o músculo ao seu comprimento normal de repouso para que o tratamento tenha sucesso.  Portanto, o tratamento principal, além do psicológico, torna-se a pressão manual direta dos pontos de pressão isquêmica acompanhado do estiramento natural e sem dor da fibra muscular encurtada.  Como terapia auxiliar temos: acupuntura, crioterapia (gelo), procaína, exercícios respiratórios, yogaterapia, manobras miofasciais proprioceptivas e as atividades sensório-espaciais, de limites corporais e de capacitação da expressão corporal.

Âncora 44

CRISTAIS: SINTONIZANDO A ALMA COM A INTENCIONALIDADE ESSENCIAL

 

Roberto Nogueira

O cristal é uma substância de forma constante e regular.  Isso significa que, mesmo reduzida a pó, cada partícula ainda retém a forma do cristal original.  Quando aglutinadas em massas sólidas e que exibem formatos geométricos precisos, eles formam as rochas e gemas.  É através desses cristais que podemos identificar a imensa quantidade de minerais existentes no mundo.  Da combinação desses minerais formam-se as rochas.

 

Todos os minerais têm uma configuração cristalina – o sistema cristalino –, idêntica em todos os lugares do mundo.  O sistema cristalino é aquela estrutura do mineral que se conserva apesar de fragmentá-lo microscopicamente.  Por exemplo: se moermos o sal até os grânulos se tornarem microscopicamente pequenos, chegaremos então à menor partícula individual de sal que pode ser obtida.  Essa estrutura de unidade, como é chamado, apresentará a mesma forma de cubo rígido que os grânulos comuns.  Os minerais têm e mantêm suas formas distintas porque os minúsculos átomos que formam a soma de suas partes combinadas também estão organizados nas mesmas formas distintas.

Há sete sistemas cristalinos principais, com diferentes formas e configurações, mas todas relacionadas à forma do seu sistema cristalino original.  São eles: cúbico, monoclínico, triclínico, tetragonal, ortorrômbico, hexagonal e trigonal.   Cada um deles está relacionado com um sistema de energia no Campo de Energia Humana.  O cúbico está ligado ao centro da base (mulādhāra), o triclínico ao sexual (svādhisthana), o tetragonal ao centro do plexo solar (manipura), hexagonal ao centro do coração (anāhata), monoclínico ao laríngeo (vishuddha), o trigonal ao frontal (ajña) e o ortorrômbico ao da coroa (sahasrara).

 

 

COMO USAR OS CRISTAIS

 

Os cristal atua através do Campo da Intencionalidade do Ser, modificando o Campo de Energia Humana.  Trabalha como um condensador de energia; ele capta, armazena, ativa, amplifica, transmite e focaliza a energia sutil (emocional e mental).  Por ter um nível de consciência muito primário, encontra-se fortemente ligado ao Campo da Intencionalidade Universal, sendo facilmente influenciado e impregnado pela intencionalidade humana.  Desta forma, pode ser programado por instrução simples e direta.

Antes de usá-lo deve limpá-lo, consagrá-lo e programá-lo.  Para efetuar a limpeza, prepare uma bacia com água e sal grosso, coloque o cristal na bacia e instrua-o para expelir toda a energia física e psíquica suja e remover programas mentais anteriores.  Deixe-o na água com sal grosso por no mínimo 6 horas. 

Em seguida, consagre-o para que ele amplifique a sua força.  Coloque seu cristal na terra exposto ao sol.  Se não for possível colocá-lo na terra, deixe-o na janela ou em qualquer outro local que esteja exposto ao sol.  Olhe para ele fixamente concentrando-se na região entre os olhos.  Faça o seguinte comando:

Em nome de Deus, pelo poder que a mim é consagrado,

eu quero que este cristal absorva e armazene

a energia do sol, da terra e do ar.  Agora.”   (3 vezes)

Deixe o cristal e aguarde de 20 a 30 minutos.  Após este tempo, volte ao cristal, fixe o olhar nele concentrando-se na região entre os olhos e apenas diga a ele:  “pare”  (3 vezes).  Desta forma, seu cristal estará consagrado.

Vamos agora programá-lo.  Coloque seu cristal na palma da mão esquerda (o inconsciente) por aproximadamente 5 minutos, enquanto fixa o olhar nele concentrando-se na região entre os olhos.  Mantendo a concentração, faça o seguinte comando:

Em nome de Deus, pelo poder que a mim é consagrado, eu quero que

este(a) _____(nome do cristal)______  irradie _______(propriedades do cristal desejadas)________  para

o meu campo vital (ou ambiente).”

Agora seu cristal está pronto para ser usado.  Ele foi limpo, consagrado e programado.  Use-o consigo (no bolso, na bolsa ou como um breve) ou deixe-o na cabeceira de sua cama, se for um cristal pessoal.  Se for um cristal para ser colocado no ambiente, procure mantê-lo em lugar visível e que esteja exposto a uma boa quantidade de luz natural.

Para que os cristais mantenham e, inclusive, aumentem o seu poder de atuação, programe-os constantemente conforme a necessidade e a perseverança (diária, semanal ou mensalmente) e, se sentir necessidade, repita todo o processo de limpeza, consagração e programação.

É importante saber que quanto mais se trabalha o cristal, mais poderoso ele se torna; suas propriedades particulares se acentuam e mais vida e brilho ele ganha.  Mas, programe-o e trabalhe-o conforme as suas propriedades naturais; caso contrário, ele perderá sua força.  Caso você não saiba ou não se lembre de suas qualidades e queira fortalecê-lo com a programação, faça-a de um modo genérico, comandando-o para que irradie suas propriedades.

O cristal, de acordo com seu sistema cristalino, sua composição química e cor, nos fornece qualidades específicas.  Essas qualidades devem ser respeitadas para que se utilize toda sua potencialidade. 

 

ALGUMAS PROPRIEDADES

 

Cristal de Quartzo

Equilibra e harmoniza a aura.  Descristaliza nódulos de energia bloqueada.  Dispersa a negatividade no campo energético pessoal ou ambiental.  Capta, armazena, ativa, amplifica e transmite a energia essencial da mente.  É um cristal universal.

 

Ametista

Suaviza a dor física e moral.  Elimina a raiva, o medo e a ansiedade.  Ajuda a combater os vícios em geral, principalmente, o álcool, o fumo e as drogas.  Alivia enxaquecas e insônias.  É um cristal de transmutação e meditação.

 

Quartzo Rosa

Atua no campo psicológico do ser.  Retira as mágoas e ressentimentos depositados nas câmaras cardíacas, aliviando o seu trabalho fisiológico.  Dissolve os traumas que se agregam ao músculo cardíaco e que limitam o coração de dar e receber amor, afeto e carinho.  É um cristal de amor incondicional.

 

Quartzo Verde / Aventurina

Alivia o stress.  Propicia o equilíbrio emocional e a clareza mental.  Estimula os músculos e fortalece o sangue, o coração e a percepção.  É um cristal de vitalidade, renovação e expansão.

 

Sodalita

Proporciona a visão interior e o conhecimento intuitivo.  Desobstrui a mente dando-lhe maior capacidade de observação, aprofundamento e compreensão.  Habilita a mente a pensar de forma racional e intelectual.  Equilibra o sistema endócrino.  Fortalece o metabolismo e o sistema linfático.  É um cristal de discernimento e compreensão.

 

Citrino

Estimula a função endócrina.  Renove a energia impura e estagnada de um processo digestivo lento.  Suaviza os medos que bloqueiam o plexo solar.  Estimula a mente.  Anti-depressivo.  É um cristal de prosperidade mental.

 

Ágata

Proporciona o assentamento e a ancoragem dos ideais no plano material.  Bom para reumatismo e problemas ósseos e da pele.  Indicada para pessoas distraídas, confusas, desconcentradas e que vivem no “mundo da lua” e sonhadoras.  Boa para infertilidade e impotência, aumenta a coragem.  Fortalece a voz, provê auto-confiança e eloquência ao orador.  É um cristal de coragem, poder e bem-estar.

 

Água Marinha

Purifica congestões da garganta.  Acalma o sistema nervoso, os pensamentos e as emoções.  Descongestiona as narinas.  Abaixa a febre.  É um cristal de pureza e sensibilidade.

 

Crisoprásio

Suaviza e harmoniza as emoções.  Desperta a capacidade de doação, cooperação e fraternidade.  Purifica o sangue e o sistema linfático.  Atua intensamente na glândula timo, fortalecendo o sistema imunológico.  Renova o tecido pulmonar e limpa o sistema respiratório.  É um cristal de espontaneidade, amizade e unidade.

 

Amazonita

Alivia e acalma o cérebro e o sistema nervoso.  Fortalece o coração.  Auxilia no parto.  Aumenta a sensitividade, melhora a capacidade intuitiva e a expressão criativa.  Boa para quem é artista.  Ajuda no desenvolvimento do canal criativo.  É um cristal de sensitividade e criatividade.

 

Obsidiana

Ajuda a aflorar as emoções negativas como o ódio, a inveja, o ciúme, etc., que não se manifestam claramente.  Ajuda a desbloquear o subconsciente.  Retira o véu da ilusão e mostra a realidade dos fatos, atitudes e intenções.  Ajuda a libertar-se de vícios, hábitos antigos, condicionamentos e automatismos.  É um cristal de introspecção, de mergulho no inconsciente.

 

Olho de Tigre

Fixa a energia na concretização dos ideais.  Interliga o espírito à matéria e vice-versa.  Facilita o Ser a descobrir o seu lugar e papel na vida física, a se conhecer interiormente.  Ajuda a reconhecer suas afinidades espirituais.  É um cristal de força pessoal, integridade e capacidade de trazer o Céu à Terra.

 

Pedra da Lua

Acalma e equilibra as emoções.  Abranda e cura os traumas do subconsciente.  Propicia o domínio das emoções através da vontade superior, em vez de reprimi-las ou expressá-las.  É considerada como uma guardiã do subconsciente e nos protege de nossas próprias emoções.  Auxilia o equilíbrio físico, hormonal e emocional das mulheres na época do ciclo menstrual (boa para mulheres com tensão pré-menstrual).  Aumenta o magnetismo pessoal, favorecendo a atração de pessoas, coisas e fatos relacionados aos nossos desejos superiores.  É um cristal de equilíbrio magnético.

 

Pedra do Sol

Mantém um forte poder alquímico.  Ajuda a contactar a fonte interior de luz.  Aumenta a força de luz, irradiando-a, expandindo-a e fazendo frutificar o desejo.  Seu objetivo é fazer do caos a ordem, do nada o todo, das trevas a luz.  É um cristal de expansão e evolução.

 

Granada

Estimula a potência sexual e o sistema reprodutor.  Ajuda na recuperação de processos reumáticos como a artrite, artrose, gota, espondilite, etc.   Auxilia na estabilização da osteoporose.  Acelera a cicatrização de tecidos.  Boa para eczemas, psoríases e outras dermatites de origem emocional.  Aumenta a força de vontade, a perseverança e a auto-estima.  Boa contra depressão, desesperança e desânimo.  É um cristal de atividade e dinamismo.

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