top of page
ORAÇÃO_-_PRECE_DE_CARITAS.jpg

"O serviço, em todas as suas formas, em todo o mundo, é fundamentalmente disciplina espiritual, limpeza mental! Sem a inspiração dada por essa atitude, o impulso ficará destinado a minguar e secar, ou pode desviar-se para o orgulho e a ostentação.

Portanto, reflitam por um momento: estão servindo a Deus? Deus está lhes servindo? Quando oferecem leite a uma criança faminta, ou um cobertor a um irmão com frio, na calçada, não estão senão pondo um dom de Deus nas mãos de outro dom de Deus."

Sathya Sai Baba

Deixo aqui alguns textos de autores renomados e de várias correntes de pensamento, para que possamos refletir um pouco sobre a verdadeira caridade, de modo que não nos cristalizemos, tampouco nos tornemos indivíduos mecânicos ou fanáticos, que nos impedem o desenvolvimento da compaixão.

CLIQUE NOS TÍTULOS ABAIXO, LEIA E REFLITA

Âncora 1
caridade.jpg
Âncora 2

BENEFICÊNCIA ESQUECIDA

 

extraído do livro "Religião dos Espíritos" de Francisco Cândido Xavier (pelo espírito Emmanuel)

Reunião pública de 19/1/59 Questão nº 920 de "O Livro dos Espíritos" de Allan Kardec

 

Na solução aos problemas da caridade, não olvides a beneficência do campo mais íntimo, que tanta vez relegamos à indiferença.

 

Prega a fraternidade, aproveitando a tribuna que te componha os gestos e discipline a voz; no entanto, recebe na propriedade ou no lar, por verdadeiros irmãos, os companheiros de luta, assalariados a teu serviço.

 

Esclarece os Espíritos conturbados e sofredores nos círculos consagrados ao socorro daqueles que caíram em desajuste mental; contudo, acolhe com redobrado carinho os parentes desorientados que a provação desequilibra ou ensandece.

 

Auxilia a erguer abrigos de ternura para as crianças abandonadas; todavia, abraça em casa os filhinhos que Deus te deu, conduzindo-lhes a mente infantil, através do próprio exemplo, ao santuário do dever e do trabalho, do amor e da educação.

 

Espalha a doutrina de paz que te abençoa a senda, divulgando-a, por intermédio do conceito brilhante que te reponta da pena, mas não olvides exercê-la em ti próprio, ainda mesmo à custa de aflição e de sacrifício. para que o teu passo, entre as quatro paredes do instituto doméstico, seja um marco de luz para os que te acompanham.

 

Cede aos necessitados daquilo que reténs no curso das horas...

 

Dá, porém, de ti mesmo aos semelhantes, em bondade e serviço, reconforto e perdão, cada vez que alguém se revele faminto de proteção e desculpa, entendimento e carinho.

 

Beneficência! Beneficência!

 

Não lhe manches a taça com o veneno da exibição, nem lhe tisnes a fonte com o lodo da vaidade!

 

Recebe-lhe as sugestões de amor no mio do coração e, buscando-a primeiramente nos escaninhos da. própria alma, sentiremos nós todos a intraduzível felicidade que se derrama da felicidade que venhamos a propiciar aos outros, conquistando, por fim, a alegria sublime que foge ao alarde dos homens para dilatar-se no silêncio de Deus.

Âncora 3

A ATITUDE DE SERVIÇO (Dāsyam)

extraído de "Mensagens de Sathya Sai" - volume X de Shrī Sathya Sai Baba

Dos nove passos no sādhana (prática espiritual) que levam à realização do Ser, segundo determina os "Bhakti-Sūtra" (aforismos sobre devoção do sábio Nārada), dāsyam, ou a atitude de serviço, que é o oitavo passo, está bem perto da meta final. O estudo dos textos, a renúncia à riqueza para dá-la à caridade, a repetição do Nome Divino e o canto dos salmos e hinos podem ser um bom exercício para santificar a mente e para evitar cair em maus hábitos e passatempos funestos, mas poucas vezes purificam a consciência do homem. Ao contrário, servem principalmente para aumentar o ego e inculcar o orgulho e uma ânsia competitiva de superioridade.

podem estar sentados no salão de bhajans (cantos devocionais) cantando fortemente, em coro, mas suas mentes podem estar preocupadas com os sapatos que deixaram lá fora. Sempre por trás da mente está o temor da perda dos sapatos; esta preocupação tira o valor dos cantos devocionais e os converte em ato vazio. A prática espiritual do serviço é bem diferente. Nele vocês dedicam toda a sua energia e atenção à tarefa indicada porque é uma tarefa dedicada. Esquecem-se do corpo e ignoram suas exigências. Deixam de lado sua individualidade, seu prestígio e seus benefícios. Arrancam seu ego pela raiz e o abandonam. Renunciam a sua posição, a seu orgulho, a seu nome e forma, e a tudo o que isto exige dos outros. Este processo purifica a consciência.

Qualquer que seja a tarefa que estão executando, renunciem à sua personalidade individual e dividam suas dores e problemas, seus frutos e benefícios com Deus. Não necessitam trazer Deus de algum lugar fora de vocês. Ele está em vocês todo o tempo. Esta verdade deve ser sua própria descoberta, seu próprio tesouro, sua própria fortaleza. Esta é a grande finalidade do serviço ao próximo e deve ter um lugar de destaque em qualquer Organização.

Âncora 4

GENEROSIDADE

extraído do livro "O Caminho para a Liberdade" de Sua Santidade, O Dalai Lama

A generosidade é uma atitude de disposição de doar, sem nenhum toque de avareza, as suas próprias posses, corpo, virtudes e assim por diante. Você doa as suas próprias posses e a sua riqueza. As virtudes acumuladas através destas doação também devem ser dedicadas em benefício das outras pessoas. A perfeição da generosidade não depende da exterminação da pobreza de todos os seres vivos; isto é o desenvolvimento máximo de uma atitude generosa. Os textos falam da importância de desenvolver um senso de generosidade, especialmente de dar o seu corpo aos outros. O corpo físico em si é cheio de imperfeições e defeitos, mas com este corpo você pode realizar grandes objetivos utilizando-o para ajudar outras pessoas, em vez de ser possessivo em relação a ele. O mesmo se aplica às suas posses. Se você for possessivo em relação aos seus pertences, irá acumular mais ações não-virtuosas por ser mesquinho. Porém, se você doar as suas posses para outras pessoas, elas servirão a um propósito, enquanto intensificam a sua prática de generosidade. O conjunto de virtudes que você acumula doando-as aos outros deve ser dedicado ao benefício das outras pessoas.

Diz-se que, se você empreender a prática da generosidade desta maneira, doando as suas posses, corpo e conjunto de virtudes, o mérito que irá acumular será vasto. Portanto, você não deve ser possessivo com relação aos seus pertences nem trabalhar para poupar cada vez mais, porque as posses provarão ser um obstáculo para a sua prática da generosidade. O Buddha doou as suas posses e os seus pertences em benefício das outras pessoas e alcançou o estado de perfeita iluminação. Tendo compreendido a futilidade de ser possessivo em relação aos seus pertences, você deve tentar aumentar o seu senso de generosidade e colocá-lo em prática doando a suas posses aos outros. Uma pessoas que compreende a futilidade de ser possessivo e doa os seus pertences partindo de um desejo puro de ajudar as outras pessoas é chamada de bodhisattva. Diz-se que, uma vez que você dedicou o seu próprio corpo, as suas posses e a sua coleção de virtudes em benefício dos outros, quando você os utiliza, deve fazê-lo como se os tivesse tomando emprestado das outras pessoas e em benefício delas.

Na prática de generosidade, a sua motivação deve ser uma aspiração à iluminação estável e firme. Seja o que for que você doar, deve ser benéfico para outras pessoas. A prática da generosidade deve ser empreendida em benefício dos outros e feita de um modo muito habilidoso, isto é, com a compreensão de que, definitivamente, não existe nenhum eu para dar ou receber. A prática da generosidade deve ser dedicada ao benefício das outras pessoas, mas também deve ser dotada do que é chamado de sublime pureza, significando que as outras cinco perfeições (ética, paciência, esforço, concentração e sabedoria) também devem estar presentes. Por exemplo, quando você dá o Dharma (ética ou retidão) a outras pessoas, deve ter a moralidade de abster-se de cair em uma atitude egoísta e também deve ter a paciência para suportar adversidades durante a prática do caminho. Há três tipos de generosidade: a doação do Dharma, a doação do destemor ou da proteção e a doação das posses materiais.

A intenção com a qual você deve praticar a generosidade é o desejo de alcançar a iluminação pelo bem das outras pessoas. Quando você realmente se envolve em doar, a sua atitude em relação às pessoas as quais você doa não deve ser de piedade. Deve vê-las como uma fonte de grande delicadeza que contribui para o seu progresso na prática do Dharma (retidão). Embora você não deva discriminar, deve prestar especial atenção àqueles que materialmente pobres e àqueles que estão sofrendo muito. Em resumo, sempre que você praticar a doação, deve olhar e falar das boas qualidades das outras pessoas e nunca falar das falhas delas. A sua atitude não deve ser influenciada por um desejo de recompensa, de fama ou de esperar receber algo em troca. Após haver dado alguma coisa, você nunca deve se arrepender por ter se separado daquela posse. Tente aumentar a alegria em dar e nunca recuar das situações nas quais você realmente pode precisar se envolver fisicamente na doação de alguma coisa.

Para aumentar e desenvolver o seu senso de generosidade, você deve começar doando pequenas posses. com a prática, isto o levará a não ter nem sequer o mais ligeiro senso de apreensão ou reserva em doar o seu próprio corpo. Diz-se que o estado de espírito de uma pessoa sempre depende daquilo com que ela está familiarizada. Por exemplo, quando aprendemos um idioma, começamos bem no início, com o alfabeto. No princípio, parece muito difícil. Se, naquele momento, nos fosse dada uma gramática complexa, isto não seria útil. Porém, se começamos com o alfabeto de uma maneira habilidosa, no final, até mesmo a complexidade da gramática parecerá muito fácil. Do mesmo modo, se nós treinarmos doar as nossas posses materiais, então, mais tarde, separarmo-nos dos nossos próprios corpos parecerá bastante natural.

Você não deve adir a doação de alguma coisa e nem esperar que a outra pessoa faça algo de bom. Não deve dar um presente quando prometeu dar um outro e não deve fazer referência à sua própria gentileza quando dá alguma coisa, fazendo com que quem recebe se sinta em débito com você. Quando você realmente dá alguma coisa, deve fazê-lo com prazer e alegria, com uma expressão agradável. Deve praticar a generosidade e encorajar outras pessoas a fazê-lo, ajudar os outros a desenvolverem também um senso de generosidade. Qualquer coisa que prejudique outras pessoas a curto prazo e que cause sofrimentos e infelicidade a longo prazo não é um presente adequado. Qualquer coisa que traga felicidade tanto a curto quanto a longo prazo é adequada para ser dada aos outros. Quando você praticar a doação do presente dos ensinamentos, primeiro deve analisar a natureza do ouvinte para determinar se ele irá se beneficiar do ensinamento que você está pensando em transmitir. Caso contrário,em vez de ser útil para aquela pessoa, isto pode acabar sendo prejudicial e o seu ouvinte pode perder a fé no Dharma. Além disso, você não deve dar a caçadores presentes que eles possam utilizar para matar animais e nem deve ensinar a eles técnicas para capturar animais. Em alguns casos, a recusa se mostra mais benéfica do que a doação. O bodhisattva deve ser habilidoso em tais situações.

Se você se acha incapaz de se separar de alguma coisa, deve refletir sobre a futilidade das posses materiais e também compreender a impermanência da sua própria vida. Mais cedo ou mais tarde, você precisará se separar dessas posses. Portanto, em vez de morrer sob o domínio da avareza, é melhor livrar-se dela e doar agora as suas posses. Pense consigo mesmo: "Eu tenho suportado os tormentos do sofrimento no ciclo de existência simplesmente porque não desenvolvi uma familiaridade com a atitude de doar as minhas posses. De agora em diante, devo modificar a minha atitude e desenvolver um senso de generosidade." Para fazer isso, crie mentalmente todo tipo de posses maravilhosas e imagine dando-as para as outras pessoas.

Âncora 5

O HOMEM DE BEM

extraído do livro "O Evangelho Segundo o Espiritismo" de Allan Kardec

capítulo XVII - Sede perfeitos

O verdadeiro homem de bem é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza. Se ele interroga a consciência sobre seus próprios atos, a si mesmo perguntará se violou essa lei, se não praticou o mal, se fez todo o bem que podia, se desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil, se ninguém tem qualquer queixa dele; enfim, se fez a outrem tudo o que desejara lhe fizessem.

 

Deposita fé em Deus, na sua bondade, na sua justiça e na sua sabedoria. Sabe que sem a sua permissão nada acontece e se lhe submete à vontade em todas as coisas.

 

Tem fé no futuro, razão por que coloca os bens espirituais acima dos bens temporais.

 

Sabe que todas as vicissitudes da vida, todas as dores, todas as decepções são provas ou expiações e as aceita sem murmurar.

 

Possuído do sentimento de caridade e de amor ao próximo, faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma; retribui o mal com o bem, toma a defesa do fraco contra o forte e sacrifica sempre seus interesses à justiça.

 

Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos. Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse. O egoísta, ao contrário, calcula os proventos e as perdas decorrentes de toda ação generosa.

 

O homem de bem é bom, humano e benevolente para com todos, sem distinção de raças, nem de crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus.

 

Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam.

 

Em todas as circunstâncias, toma por guia a caridade, tendo como certo que aquele que prejudica a outrem com palavras malévolas, que fere com o seu orgulho e o seu desprezo a suscetibilidade de alguém, que não recua à ideia de causar um sofrimento, uma contrariedade, ainda que ligeira, quando a pode evitar, falta ao dever de amar o próximo e não merece a clemência do Senhor.

 

Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança; a exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado.

 

É indulgente para as fraquezas alheias, porque sabe que também necessita de indulgência e tem presente esta sentença do Cristo: “Atire-lhe a primeira pedra aquele que se achar sem pecado.”

 

Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los. Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal.

 

Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las. Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera.

 

Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros.

 

Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado.

 

Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões.

 

Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram.

 

O subordinado, de sua parte, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente.

 

Finalmente, o homem de bem respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as Leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus.

 

Não ficam assim enumeradas todas as qualidades que distinguem o homem de bem; mas aquele que se esforce por possuir as que acabamos de mencionar, no caminho se acha que a todas as demais conduz.

Âncora 6

OS BENEFÍCIOS DA COMPAIXÃO

extraído do livro "A Arte da Compaixão" de Sua Santidade O Dalai Lama & Howard C. Cutler

Nos últimos anos, houve muitos estudos que corroboram a ideia de que o desenvolvimento da compaixão e do altruísmo tem um impacto positivo sobre nossa saúde física e emocional. Num experimento bem conhecido, por exemplo, David McClelland, um psicólogo na Harvard University, mostrou a um grupo de alunos um filme de Madre Teresa trabalhando entre os pobres e os doentes de Calcutá. Os estudantes relataram que o flime estimulou sentimentos de compaixão. Depois, ele analisou a saliva dos alunos e descobriu um aumento na imunoglobulina-A, um anticorpo que pode ajudar a combater infecções respiratórias. Em outro estudo realizado por James House no Research Center da University of Michigan, os pesquisadores concluíram que a dedicação regular ao trabalho voluntário, em interação com os outros com calor humano e compaixão, aumentava tremendamente a expectativa de vida, e provavelmente também a vitalidade geral. Muitos outros pesquisadores no novo campo da medicina da mente-corpo demonstraram conclusões semelhantes, que documentavam que estados mentais positivos podem beneficiar a saúde física.

Além dos efeitos benéficos sobre nossa saúde física, há provas de que a compaixão e o comportamento interessado contribuem para uma boa saúde emocional. Estudos revelaram que estender a mão para ajudar os outros pode induzir um sentimento de felicidade, uma tranquilidade mental maior e menos depressão. Num estudo de trinta anos com um grupo de diplomados de Harvard, o pesquisador George Vaillant concluiu, com efeito, que adotar um estilo de vida altruísta é um componente crítico para a boa saúde mental. Outra pesquisa, realizada por Alan Luks entre alguns milhares de pessoas que estavam envolvidas regularmente em atividades voluntárias de auxílio a terceiros, revelou que mais de 90% desses voluntários relatavam um tipo de "barato" associado a atividade, caracterizado por uma sensação de calor humano, mais energia e uma espécie de euforia. Elas também tinham uma nítida sensação de tranquilidade e de maior autovalorização em seguida à atividade. Não era só que esses comportamentos de dedicação proporcionassem uma iteração benéfica em termos emocionais; concluiu-se também que essa "tranquilidade dos que ajudam" estava associada ao alívio de uma variedade de transtornos físicos relacionados ao estresse.

Embora as provas científicas retifiquem nitidamente a posição do Dalai-Lama quanto ao valor prático e muito real da compaixão, não é preciso contar apenas com experimentos e pesquisas para confirmar a veracidade dessa opinião. Podemos descobrir os fortes laços entre os cuidados, a compaixão e a felicidade pessoal na nossa própria vida e na das pessoas que nos cercam. Joseph, um empreiteiro de sessenta anos de idade, que conheci há alguns anos, é um bom exemplo desse ponto. Durante trinta anos, Joseph fez sucesso sem muito esforço, aproveitando o crescimento aparentemente ilimitado do setor da construção no Arizona, para tornar-se multimilionário. No final da década de 1980, porém, ocorreu a maior derrocada do mercado imobiliário na história do Arizona. Joseph estava em posição alavancada e perdeu tudo. Acabou tendo de declarar falência. Seus problemas financeiros geraram uma pressão sobre seu casamento, que acabou em divórcio depois de vinte e cinco anos de união. Não surpreendeu que Joseph tivesse dificuldade para aceitar tudo isso. Começou a beber muito. Felizmente, conseguiu com o tempo abandonar a bebida, com a ajuda dos AA. Como parte do seu programa nos AA, ele passou a ser padrinho e a ajudar outros alcoólatras a permanecer sóbrios. Ele descobriu que gostava do papel de padrinho, de estender a mão para ajudar os outros, e começou a se oferecer como voluntário também em outras organizações. Pôs em funcionamento seus conhecimentos empresariais para auxiliar os menos privilegiados em termos econômicos.

-- Agora tenho uma pequena empresa de reformas -- disse ele, ao falar da sua vida atual. -- Ela gera uma pequena renda, mas já me dei conta de que nunca mais vou ser tão rico quanto fui. O que é engraçado é que no fundo não quero voltar a ter todo aquele dinheiro. prefiro passar meu tempo em trabalhos voluntários para diversos grupos, trabalhando diretamente com as pessoas, prestando-lhes o melhor tipo de ajuda possível. Atualmente, tenho mais prazer num único dia do que tinha num mês inteiro, quando ganhava fortunas. Estou mais feliz do que em qualquer outra época da minha vida!

Âncora 7

QUAL É O MELHOR SERVIÇO?

extraído do periódico "Eterno Condutor", setembro de 1990 de Shrī Sathya Sai Baba

Certa vez, um rei que perguntou aos sábios e eruditos que chegavam à sua corte: "Qual é o melhor serviço e qual é o melhor momento para fazê-lo"? Durante muito tempo não pôde obter nenhuma resposta satisfatória.

Um dia, enquanto perseguia as forças de um rei rival, se viu separado de suas tropas, na espessa floresta; cavalgou um bom tempo, cansado e faminto, até que chegou a uma capela. Ali havia um velho monge que o recebeu bondosamente e lhe ofereceu uma vasilha com água fresca. Depois de um breve descanso, o rei formulou ao anfitrião a pergunta que o atormentava: "Qual é o melhor serviço"? O eremita disse: "Dar a um homem sedento uma vasilha com água". "E qual é o melhor momento para fazê-lo"? A resposta foi: "Quando ele vem de longe e sozinho buscando algum lugar para obtê-la".

O ato de serviço não deve ser julgado pelo seu custo ou por sua publicidade; pode ser apenas o oferecimento de um pouco d'água no interior de uma floresta.

A necessidade de quem recebe, a atitude de quem oferece - isto é que decide se a ação é de ouro ou de chumbo.

Âncora 8

AMOR E SERVIÇO

extraído do periódico "Eterno Condutor", janeiro 1988 de Shri Sathya Sai Baba

Os trabalhadores ativos comprometidos com o serviço devem reconhecer que não há nada maior que o serviço à sociedade. Devem tratar de promover o amor a Deus, o respeito e obediência às Leis Sagradas (Dharma) e a retidão dentro da sociedade como os valores mais elevados e dignos de serem apreciados por todos. 

É lógico que onde há amor a Deus, automaticamente haverá respeito e obediência ao Dharma; e onde os dois estiverem presentes, a moralidade acontecerá como sequência natural. A moralidade social é como um farol luminoso para a humanidade.

Todos deveriam desenvolver amor a Deus e prestar serviço. O amor e o serviço (prema e seva) são como os dois olhos para o ser humano, ou como as duas asas para uma ave.

Uma pessoa que não tenha amor pelo seu próximo é como um cego. Não deve haver fingimento ao se expressar o amor. É preciso basear-se na convicção de que o Divino está presente em todos e em cada um. Quando o amor é sincero, sentir-se-á paz e alegria verdadeiras.

Âncora 9

COMPARTILHE SUA FELICIDADE COM OS SEMELHANTES

extraído do livro "Como Ser Feliz o Tempo Todo" de Paramahansa Yogananda

Seu desejo de ser feliz deve incluir a felicidade dos outros. Quando servimos ao próximo, servimos a nós mesmos. Não pense: "ajudarei os outros". Mas: "ajudarei meu próprio mundo porque de outra maneira não serei feliz".

A lei da existência foi promulgada para nos ensinar a conviver harmoniosamente com a Natureza objetiva e com a nossa verdadeira natureza interior. Se você tocar com os dedos uma chapa quente, eles se queimarão. A dor será uma advertência, que a Natureza ali colocou para protegê-lo de ferimentos no corpo. Se tratar os outros sem bondade, assim será tratado tanto por eles quanto pela vida. Seu próprio coração, além disso, ficará murcho e ressequido. Desse modo a Natureza adverte os homens de que, pela maldade, eles rompem a harmonia com o Eu Interior. Conhecendo a lei e respeitando-a, as pessoas gozam de duradoura felicidade, boa saúde, e perfeita harmonia consigo mesmas e com a vida como um todo.

Há alguns anos eu tinha um belo instrumento musical, um esraj da Índia. Gostava de tocar nele música religiosa. Mas, um dia, um visitante deu mostras de apreciá-lo muito. Sem hesitar, dei-lhe o instrumento de presente. Tempos depois alguém me perguntou: "você não ficou nem um pouquinho triste?" "Nem por um instante sequer!", respondi. Compartilhar com os outros a própria felicidade é um modo de ser ainda mais feliz.

Nem mesmo a felicidade, que é um bem universal, deve ser imposta aos outros; na verdade, isso nem mesmo é possível. As reformas, quando alheias à vontade divina, só geram desarmonia. Até o bem que praticamos deve ser ofertado com amor e respeito pelo livre-arbítrio dos semelhantes. Esse respeito se dirigirá, acima de tudo, à porção divina que existe neles. A caridade nunca deve privar os favorecidos de sua dignidade, que vem de Deus. Ao dar, devemos incentivar os outros a dar também alguma coisa em troca. Devemos fazê-los sentir nossa gratidão por seus serviços. Eles não serão beneficiados se tiverem de receber passivamente nossa generosidade.

Quando um lapidador de diamantes quer produzir uma bela pedra, sabe que deve corta-la seguindo sua clivagem natural. O corte não pode ser feito ao acaso, para satisfazer alguma fantasia pessoal abstrata. O mesmo é verdadeiro quando desejamos extrair a beleza da natureza humana: devemos levar em conta a realidade dos outros e nunca tentar impor-lhes a nossa própria realidade.

É bom e certo que cada um de nós se esforce ao máximo para tornar este mundo um lugar melhor para viver. Nem sempre nos é possível alcançar rápida ou facilmente nossos objetivos altruísticos. Esse fato, contudo, não deve nos impedir de praticar o maior bem que pudermos. Feitos como somos à imagem e semelhança de Deus, trazemos potencialmente, dentro de nós, Seu poder oculto. Portanto, vivamos e trabalhemos movidos por essa orientação e força interiores, não pela consciência do ego.

Pratique a arte de disparar sorrisos candentes contra o alvo dos corações entristecidos. Toda vez que o coração de alguém é atingido pelo projétil de seu sorriso, você "acertou na mosca". Corte os dissabores com a lâmina da sabedoria. Tão logo descubra um coração sofredor, dispare-lhe sorrisos reconfortantes e palavras gentis. Quando perceber alguém esmagado pelas nuvens da dor, disperse-as com o bombardeio pesado e contínuo dos seus valentes sorrisos.

Mãe Divina, ensina-me a amar e a servir ao próximo.

Ensina-me a ser fiel à palavra dada, assim como desejo que os outros sejam fiéis para comigo.

Ensina-me a querer bem aos meus semelhantes como quero que queiram bem a mim.

Ensina-me, ó Mãe, a tornar felizes os meus irmãos -- a fazê-los sorrir.

Ensina-me, ó Mãe, a encontrar minha felicidade na alegria dos que me cercam.

bottom of page